Dois anos depois...
Se passaram dois anos deste que aquele dia fatídico aconteceu, logo que os policiais e a ambulância chegaram tudo foi corrigido. Se assim posso dizer.
Os homens que ficaram vivos foram presos, junto com o chefe de tudo aqui, que sobreviveu ao tiro há queima roupa que recebeu.
O machucado do Gabriel não foi grave, ele precisou ficar uma semana em observação, mas logo ficou novinho em folha. O Higor, Micaela e o Rafael receberam alguns pontos em seus machucados, e a Sarah ficou internada no hospital até ficar boa por completo.
Enquanto a mim, quando desmaiei os médicos chegaram segundos depois, o que foi considerado sorte, já que meu corpo tinha perdido muito sangue. E com isso, eu iria morrer ali mesmo, se demorassem mais um pouco.
Única lembrança depois de apertar o gatilho no peito do meu pai biológico, é de sentir algo me perfurando duas vezes em lugares diferentes.
Tiraram duas balas do meu tronco, que por pouco não me deixaram sem os movimentos das pernas. Quando acordei no hospital, minha primeira reação foi perguntar se todos estavam bem, não me importei comigo, só queria ter certeza daquilo que perguntei.
E como resposta, recebi o sorriso largo do Higor, que me beijo com tanta paixão e ternura, que por um momento, esqueci que estávamos em um quarto de Hospital. Foram apenas dois dias em que fiquei sequestrada, mas senti tanta saudade desse beijo, do seu toque, de tudo que tem a ver com ele.
Fiquei quase um mês no hospital, tive que fazer fisioterapia por alguns meses, mas durante esse período, meus amigos, irmão e namorado ficaram se revesando para ficarem todos comigo.
Todos estavam tão felizes, que essa imagem nunca será apagada da minha mente, tenho certeza disso.
Mas como resultado daquele dia, todos nós tivemos que fazer terapia uma vez na semana, para que o trauma não tivesse tanto controle em nossas vidas. Felizmente, ninguém foi condenado pelas mortes que aconteceram. Foi decidido que eles estavam apenas se defendendo, e fazendo o trabalho que era pra ser da polícia.
Tive que depor contra meu pai, me perguntaram diversas vezes se eu não desconfiava ou fazia parte daquilo. Mostraram todas as mensagens que ele me enviou, e durante todo o tempo, seu olhar era como facas focadas em mim.
Tive medo, não posso negar, mas saber que ele não iria machucar mais ninguém que amo, me trouxe um alívio imenso. E quando vi minha tia sendo julgada, tudo pareceu se encaixar. O telefonema estranho que ouvi dela com outra pessoa, que poderia ser o Charles ou meu pai, e sua presa em mandar eu e o Rafa de volta para nossa casa.
Era tudo parte do plano doentio dele, que ela aceitou tão fácil, mesmo sabendo que iria machucar tantas pessoas.
Tive vontade de tirar seu sorriso debochada durante o julgamento inteiro. Ela não sentiu remorso de nada, e ainda disse que faria tudo de novo, mas que mataria minha mãe ao invés de fazer parecer um simples acidente.Minha vó estava presente durante todo o julgamento do marido, e me visitou depois do meu depoimento, seu olhar perdido me deixou tão triste. Ela não sabia de nada, e não tinha como ajudar, mas mesmo assim, me pediu perdão diversas vezes.
Ela decidiu vender a sua casa, e morar em um lar de idosos, já que não queria viver naquele lugar enorme sozinha. Eu e o Rafa ajudamos na sua mudança, assim que tive alta do hospital.
Em relação a escola, conseguimos nos formar, mas tivemos que correr atrás em algumas atividades. O dia da formatura foi uma alegria imensa, rimos e nos divertimos muito juntos. Cada casal teve seu momento a sós, e eu aproveitei cada segundo disso com o Higor.
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Me Apaixonei Por Você (REVISANDO)
Teen FictionMayara, é uma menina de 16 anos, que vive com seu irmão Rafael, e com sua mãe Suzane. Ela é a nerd da escola, e por isso sofre humilhações pelas meninas patricinhas. Higor, é um garoto de 16 para 17 anos, que só quer curtir a vida, já tão novo. Tem...