billie
Amy começou a andar na minha direção, passando ao lado do corpo da Mulher do Refeitório caído no chão, chutando a cabeça dela. Encarei a cena como se fosse de um final de filme de ação super épico e todas as pessoas do cinema estivessem gritando de alegria pelo mocinho ter vencido a guerra.
— Amy, o que você está fazendo aqui? — perguntei, correndo até ela para lhe dar um abraço. — Como você chegou até aqui?
O abraço terminou e ela me olhou nos olhos.
— Longa história, depois te conto. — Ela deu uma olhada para trás de mim tão discreta que nem percebeu. Voltou sua atenção para mim com um sorriso no rosto. — Parece que alguém está feliz em te ver.
Depois de ter feito uma expressão confusa no rosto, virei-me para trás e minha mãe estava desabando em lágrimas. Ela não estava mais com aqueles olhos pretos e também não estava mais tremendo.
— Mãe! — gritei de alegria, me sentindo como as pessoas do cinema que citei.
Minha mãe correu até mim, mesmo nós já estando próximas uma da outra. Ela me deu um abraço bem mais longo e bem mais apertado que o de Amy. Após ouvi-la chorando em meu ombro, ela segurou o meu rosto com suas mãos e depois beijou a minha testa.
— Fiquei tão preocupada com você, Billie — disse ela com a voz trêmula. — Fiquei muito mesmo! Como você veio parar aqui?
Indiquei para o corpo da Mulher do Refeitório com os meus olhos.
— Foi ela — disse, irritada. — Ela me trouxe até aqui e ela está querendo me transformar em um... Meu, Deus, corram! — gritei depois de ver que os Pesadelos já estavam praticamente colados em nós.
Minha mãe e Amy começaram a gritar desesperadamente enquanto começavam a correr atrás de mim. Estava levando as duas para o lugar de onde eu estava quando elas chegaram, para o outro lado do Mundo dos Pesadelos. Ouvia os trovejos que saíam da grande nuvem nublada acima de nós, oh, céus, ela estava literalmente em cima de nós!
— Que nuvem é essa, Billie? — ouvi minha mãe gritar atrás de mim. — Ela vai jogar um raio em cima da gente!
— Precisamos correr mais rápido! — Amy gritou.
Olhei para os lados, tentando procurar, não um lugar para correr, mas sim para esconder. A única coisa que encontrei na segunda olhada foi uma grande rocha, que era tão grande que parecia uma das quatro paredes do lugar. Ela estava queimando em chamas, mas era a nossa única escolha de chance de vida.
— A rocha! — gritei. — Corram para a rocha!
Dando uma grande curva, nós três começamos a correr na direção da grande rocha à nossa frente. Quando chegamos lá, a nuvem lançou um grande raio em cima dela que fez com que nós nos assustássemos, mas não tínhamos escolha.
— Vão para trás dela! — gritei novamente.
— Billie, não vai dar certo! — minha mãe disse.
— Confia em mim, para trás da rocha! Vamos!
Minha mãe só me obedeceu quando olhou para trás e viu que os Pesadelos estavam se aproximando cada vez mais. Chegando atrás da rocha, nós três nos sentamos lá, apoiando nossas costas nela. Quero dizer, eu apoiei as minhas costas, Amy e minha mãe ficaram me encarando como se eu estivesse maluca.
— Podem encostar, vocês não vão sentir nada — disse.
Elas se entreolharam e se sentaram no chão de forma suspeita, depois de apoiarem as suas costas, elas suspiraram um pouco relaxada.
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Quando nós dormimos
TerrorBillie Port é uma adolescente de 14 anos que tem um transtorno do sono: a paralisia. Com o seu foco em acabar de vez com seus sonhos assustadores, ela vai à consultas de psicologia para amenizar a situação, mas tudo começa a piorar quando sua mãe va...