22 - Ômega Lúpus

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De: kjjkbluerose01@gmail.com
Para: pjiminvio06@gmail.com
Data: 10/10

Assunto: Último email

Você acha que eu mereço ao menos um momento para que eu possa contar meu lado da história? Não podemos terminar algo sem que você possa olhar dentro dos meus olhos e ver a sinceridade neles. Me deixe ao menos explicar.

Jungkook.

Pelo menos teve a decência de assinar com o nome verdadeiro, mas por que está doendo tanto? O que eu esperava afinal? Acho que o problema foi ele nem ao menos ter tentado argumentar que foi um engano, se ele tivesse eu teria voltado pra ele mentindo para mim mesmo. Mas isso não me impedia de chorar sentado no banco da estação de trem, enquanto as pessoas andavam apressadas sem me dirigir o olhar. Era bom me sentir invisível, ficar quieto. Logo eu deixaria Busan para trás junto com os Kim e toda essa mentira.

De: kjjkbluerose01@gmail.com
Para: pjiminvio06@gmail.com
Data: 10/10

Assunto: Último email

Me diga por que mandou Taehyung aqui em vez de vir você mesmo me enfrentar? Está nos machucando mais Jimin, eu preciso vê-lo.

Jungkook.

Não, mil vezes não. Eu não tenho coragem de olhar nos seus malditos olhos porque eu vou ceder! Eu não posso fazer isso comigo mesmo. Tudo ainda parecia muito surreal na minha mente, os Kim deixaram que a mídia espalhasse aos quatro cantos que o principal herdeiro e sucessor direto da presidência estava morto. É inacreditável. Certo, talvez tenha sido a melhor opção desde que Jungkook não parecia nem um pouco interessado na responsabilidade de um país sobre suas costas, ele vivia cercado de culpa e autopiedade por causa de Minsung. Mas então o Park Jimin da família de Taehyung ressurgiu dos mortos, pelo visto o maior interesse deste é reivindicar o herdeiro mais velho dos Kim.

Parando para analisar a minha situação o que amargava minha vida não Jeon Jeongguk e Kim Jungkook serem a mesma pessoa, o amargor estava em perdê-lo. Eu nem ao menos tinha chances contra o herdeiro mais novo dos Parks, todos estavam eufóricos para vê-lo e logo eu seria apenas um problema.

Jungkook não precisava de mais problemas. Pensei.

Se minha vida é um romance em algum universo paralelo, pergunto se o autor está se divertindo em me fazer sofrer? A cereja do bolo é que de repente me sinto dolorido, em partes bem específicas do meu corpo. Pela deusa Gaia, isso não pode ficar pior do que já está!

— Com licença, este lugar está ocupado?

Virei meu rosto vermelho para encarar o dono da voz, ao ver um homem alto com aparência que havia passado dos quarenta mas estava inteiro, tinha um olhar estranho, havia algumas tatuagens em seu pescoço a única parte não coberta além das mãos das partes visíveis era seu rosto. Me mantive em silêncio enquanto encarava o completo desconhecido, penso em negar que sente no espaço vago do banco mas já era tarde demais. Desviei o olhar dele para observar enquanto os trens saíam e chegavam a todo momento na estação.

— Indo embora de Busan ou chegando à cidade? — Perguntou o desconhecido.

Pensei em responder-lhe com dureza, mas não era do feitio ser mal educado.

— Indo - respondi em tom baixo.

O desconhecido não me passava nenhuma sensação boa, muito pelo contrário. Os alertas na minha cabeça apitavam para que eu fosse sensato uma vez na minha vida e saísse dali. Mas a dor acima da minha virilha se intensificou, eu não podia correr para outro lugar me sentindo daquele jeito.

Eu Sou o Ômega de Um Assassino? - Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora