Capítulo 1°

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𝐀𝐧𝐧𝐚

Já acordo cansada.

Hoje é o primeiro dia das minhas férias e não posso perder tempo. Clichê? É, eu sei!

Estou deitada olhando para o teto do meu quarto, é de madeira clara, então consigo imaginar vários desenhos com as manchinhas que tem nele.
São nove horas da manhã de uma sexta feira e eu não acredito que acordei esse horário no meu primeiro dia de férias... Que cedo!

Me sento na cama tirando meu edredom branco e fofinho de cima de mim. Olho em volta e sinto a luz do sol bater nos meus olhos, me irrito um pouco mas basta olhar como fica meu quarto com essa luz que logo mudo de humor.

Não é tão grande. Minha cama fica bem no meio da parede, me dando visão total do meu habitat favorito.

Quis que meu quarto fosse na maioria das cores, todo branco quando o planejei... Na minha cabeça, óbvio! Quartos planejados são caros e eu não tenho dinheiro para isso.

Meu guarda roupa branco e cinza ficam em frente a cama, e duas de suas portas de correr são de cima a baixo espelhos, o que me dá uma visão boa de como estou agora...

- Meu Deus, preciso me arrumar.- digo levantando da cama com muita preguiça.

Preciso ir ao banheiro, mas antes fico em pé em frente ao espelho do meu guarda roupa me analisando um pouco. - Não estou tão feia assim.- digo passando a mão no meu corpo.- Não hoje.

Estou com um dos meus pijamas favoritos. Adoro pijamas! Tenho vários.

Meu short e camisa são de seda, me vestindo muito bem. As costuras são brancas igual aos botões e ambos são azul bebê com várias nuvenzinhas desenhadas em branco. Uma gracinha!

Vou ao banheiro e me preparo para uma ducha fria para ver se me desperta.

Coloco um pé e depois o outro. Pensando bem, vou deixar a água morna mesmo.

Após fazer minha higiene matinal, saio do banheiro enrolada na toalha e com os meus cabelos escuros molhados, deixando minha pele clara totalmente em evidência.

Amo minhas sobrancelhas. São grossas e cheias, acho tão lindas!

Já as estraguei uma vez quando mais nova, passando o gilete entre elas, mas como o meio entre elas não era tão grande quanto o utensílio, raspei metade delas quando vi.

Misericórdia. Nem me lembre.

Escolho uma roupa mais soltinha, pois hoje quero ficar confortável.

Um macacão azul jeans com alças finas e uma rasteirinha preta. Está ótimo.

Coloco meu colar de pedrinhas coloridas para que o look fique mais a minha cara e saio do quarto.

Pego meu celular e vejo algumas mensagens do grupo da faculdade.

-Me poupe, tô de férias! - solto o celular no mármore da pia da cozinha enquanto procuro algo para comer.

Estou no meu penúltimo ano da faculdade de psicologia, graças a Deus nunca atrasei nenhuma matéria, então posso dizer que me esforço muito para que dê tudo certo e eu me forme na quantidade de anos exatos.

Sempre gostei de saber como a mente humana funciona. Assistia casos de assassinatos e sequestros e ficava intrigada em saber o que se passava na cabeça dos respectivos vilões da história.

Já pensei em ser psiquiatra, mas para isso eu teria que fazer medicina, ou seja, PASSAR em medicina e isso eu já sei que não seria possível.

Essa nunca foi minha primeira opção, sempre quis ser atriz. Ser conhecida pelas pessoas, deixar minha marca no mundo. Mas por vir do interior sempre ouvi que isso seria impossível e que no máximo eu seria uma professora de artes, como se fosse algo ruim.

Absurdo, mas resolvi seguir minha segunda opção.

(...)

Pego uma banana que está dentro de uma bandeja que fica em cima da bancada e acabo com ela em poucos segundos. Tinha que ter feito compras antes da Débora chegar.

Consegui conciliar minhas férias da faculdade com a do trabalho, faço estágio remunerado numa clínica de psicologia que tem convênio com a faculdade, não ganho muito mas é o suficiente para conseguir aproveitar as férias e pagar meu apto.

Minha amiga Débora está vindo para Baltimore para irmos viajar juntas para Nova York, a cidade que não dorme.

Débora é minha amiga desde o fundamental, estudamos juntas até o ensino médio. Só nos separamos na faculdade, quando me mudei para morar com meu pai e estudar.

Ela tem cabelos curtos e castanhos, a mesma cor dos seus olhos, é fofa, estilosa e baixinha, mas sua inteligência é enorme.

Temos os mesmos gostos, mas acredito que ela seja mais recatada que eu e esperta também!

Meu celular vibra e é uma mensagem dela.

Tenho que buscá-la no aeroporto daqui vinte minutos.

Amanhã iremos bem cedo para Nova York e estou morrendo de ansiedade. Faz dois dias que uso as mesmas peças de roupa pois não quero sujar as que coloquei na mala, que por sinal são as minhas roupas mais lindas.

Desço as escadas do meu apartamento pois o elevador está demorando muito. Aproveito que um dos meus vizinhos está entrando pelo portão e faço um sinal para me esperar passar para fechar.

Juro que tento, mas não consigo decorar o nome da metade do pessoal do meu prédio.

Os únicos que decorei foram o do Seu José, que aparenta ter uns sessenta anos para mais, é o porteiro mais fofo e enrugado que conheço e Lucy, a moça que mora no apto em frente ao meu. Ela é simplesmente perfeita!

Seus cabelos são bem curtos, um corte mais masculino, seus olhos são claros como o céu quando não há nenhuma nuvem, é alta e magra e tem o sorriso mais lindo que já vi, acho que ela ativa meu bipanic.

Levanto a mão e o táxi para logo em seguida. Entro e bato a porta um pouco que forte de mais, o motorista não fala nada mas me lembro do meu avô que quando eu batia a porta do carro com força falava com ironia:

"tem geladeira em casa não?"

Eu ria horrores depois de dizer que não tinha e ele fazer cara de bravo para mim e depois sorrir. Às vezes sinto sua falta, era como um pai para mim.

Enfim...

𝑬𝒔𝒔𝒆 𝒇𝒐𝒊 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒐 1• 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒆 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒆𝒋𝒂𝒎 𝒈𝒐𝒔𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒓𝒊𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒂 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒂 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒑𝒆𝒓𝒔𝒐𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎, 𝑨𝒏𝒏𝒂 𝑳𝒊𝒍𝒚 🥰

𝑹𝒆𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒚𝒊𝒏𝒈 - 𝑨𝒏𝒏𝒂 𝑳𝒊𝒍𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora