Capítulo 8°

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Passado.

Fiz a tiragem que falava sobre o passado presente futuro, uma carta para cada. A primeira foi passado, eu escolhi a carta entre as outras que estavam viradas para baixo. Seu significado? Muita coisa aconteceu, coisas que podem machucar ainda, mas eu preciso deixar para trás. Perdoar.

Presente.

Nessa eu escolhi a que mais estava afastada das outras, sempre que tenho que escolher algo eu escolho o que é mais diferente e único e acredito ter usado esse mesmo método para a carta. Havia uma pessoa com uma faca e um queijo na mão. De acordo com Débora eu estava prestes a conquistar um objetivo mas tinha que fazer por onde. Disse ainda que eu tinha a faca e o queijo na mão, ou seja, tudo para dar certo, mas que tinha que continuar e seguir com meu plano para que desse certo.

Já entendi que se referia a ir para a cidade do meu pai fazer faculdade.

Futuro.

A do futuro me assustou um pouco quando me deparei com a carta do enforcado. Pensei "morri", mas não foi bem assim. Ela disse que aquela carta puxava muito a primeira, e que eu poderia me deparar com o passado no meu futuro caso não o deixasse para trás.

Foi meio confuso entender, mas Débora me explicou melhor. Eu encontraria uma pessoa que me faria bem e que seria espetacular, mas por conta de alguns traumas eu não iria conseguir ficar com ela.

-Ótimo Débora, obrigada por amaldiçoar sua amiga!- disse a ela que me respondeu que tudo dependeria de mim mesma, mas que eu deveria resolver minhas pendências por mim e não por qualquer um que me aparecesse.

𝐀𝐧𝐧𝐚

-Mais ou menos.

Débora me encara e ergue sua sobrancelha como se estivesse me julgando, mas não fala nada, apenas espera eu continuar.

-Algumas semanas atrás eu recebi uma solicitação de amizade do defunto.- digo e ela arregala os olhos.

-Mas depois de tanto tempo ele veio infernizar mais ainda a sua vida?- ela pergunta e já posso ver o sangue nos seus olhos.

-Pois é...- olho para minhas mãos e as levo para entre minhas pernas as apertando com força. -Eu não aceitei, mas fiquei com medo por ele me procurar depois de tanto tempo.

-Amiga, mas você não tinha bloqueado ele?

-Ai que tá, sim eu o bloqueei! O que significa que deve ter criado outro perfil.- tiro uma das mãos do meio das pernas e começo a roer minhas unhas. Uma forma de tentar me acalmar.

-Anna, ele é um psicopata, você precisa tomar cuidado com esse cara!- Débora diz quase gritando e alguns olhares nos rodeiam.

-Eu sei nojinho, pelo amor fale baixo.- digo colocando a mão no rosto tentando me esconder.

-Desculpa, eu fico revoltada de lembrar o que ele te fez, e não me chame assim!- ela bufa me fazendo sorrir da cara dela.

Ela esteve comigo em todo momento enquanto eu estava com o defunto, ou pior dizendo, com o Paul.

Ele foi meu primeiro e último relacionamento sério com alguém, fiquei quase quatro anos com aquele infeliz.

Eu não vivia mais em função de mim, mas sim dele. Eu não podia fazer nada e nem ter amigos. Foram os piores quatro anos da minha vida e o pior? Durante esses anos eu não sabia disso.

Eu o amava tanto que fiz o que ele queria por muito tempo. Muita coisa aconteceu, mas quem quer falar de ex agora?

Mudamos de assunto e conversamos até a sobremesa acabar. Estava divina!

Saímos do restaurante e fomos para nosso hotel descansar um pouco, era óbvio que a noite iríamos para mais uma boate.

Eu havia ficado pensativa o dia inteiro, já eram quase dez horas da noite. Estava deitada na cama já arrumada e sem expressão, somente olhando para o teto sem graça branco que não formava nenhum desenho.

-Ei, desfaça essa cara, capivara!- Débora sai do banheiro secando seu cabelo com a toalha.

-Vai assim?- ela me pergunta enquanto abre sua mala para escolher algo para vestir.

-Sim, por que? Está ruim?

-Não, está uma gatinha. Só perguntei por que se não estivesse pronta já iria te mandar para o banheiro por que você demora demais.

Reviro os olhos para ela e me levanto para retocar o rímel. Estou com um vestido tomara que caia preto que na minha opinião parece plástico, mas Débora achou que eu ficaria bem com ele. Meus olhos estão esfumados e cabelos soltos, não passei batom, não estou afim de deixar ninguém manchado.

Enquanto Débora se veste eu resolvo tirar algumas selfies no meu celular.
Estava me sentindo muito linda!

Débora colocava um cropped de renda rosa com uma saia de couro preta. Me pediu emprestado meu blazer preto com brilho e a dei. Colocou um sapato preto alto e passou um batom vermelho.

-Pronta?- ela pergunta e se vira para mim enquanto passa batom.

-Sim, só vou pegar minha bolsa!

Terminamos de nos aprontar e descemos para pedir um táxi.

Estava um pouco fresco mas como minha irmã me ensinou, "piranha não sente frio".

Pegamos o táxi e resolvemos ir em uma outra boate no centro, dessa vez fomos guiadas pelo Google maps, essa outra ficava do lado oposto ao da que fomos ontem.

Paramos na esquina pois a fila estava enorme. Fomos para o último lugar que logo não era mais o último.

Muitas pessoas queriam entrar e a muvuca estava só começando.

𝐇𝐢 𝐛𝐚𝐛𝐲, 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨?

𝐍𝐚̃𝐨 𝐬𝐞 𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜̧𝐚𝐦 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐭𝐚𝐫 𝐨𝐤💖𝐛𝐞𝐢𝐣𝐢𝐧𝐡𝐨𝐨𝐬!

𝑹𝒆𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒚𝒊𝒏𝒈 - 𝑨𝒏𝒏𝒂 𝑳𝒊𝒍𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora