Capítulo 31°

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Grito mais umas quatro vezes até ver que uma luz se acendeu.

-Graças a Deus!-digo e balanço o portão da casa.

-Meu Deus, quer acordar a vizinhança toda?- meu pai diz vindo em nossa direção e abrindo o portão.

-Também senti saudade!- digo e nos abraçamos.

-Olá Sr. Miller, prazer em conhecer, me chamo Karen, sou amiga da sua filha.

-Oi, Prazer!- ele cumprimenta Karen dando a mão. -Me chamo Jhonatan Miller, mas pode me chamar de Jhonatan, tio, o que preferir.- ele para um momento e volta a atenção a Karen. -Este carro é seu?

-Hã? Ah sim, é sim!- Karen o responde.

-Que maravilha!- ele diz.

-Pois é.- ela sorri sem graça.

-Sabe, minha filha tem um trabalho bom de psicóloga, mas ele não a compensa com dinheiro o bastante para comprar um carro desse tipo.

-O pai?- o encaro indignada.

-Ela gosta, sabe? Não era a primeira opção dela, mas era a mais viável. Infelizmente não dá tanto dinheiro quanto ela pensava que iria dar.

-Já deu já né?- digo em voz alta. Karen não sabe onde enfia a cara.

Ele sorri e da com as mãos para entrarmos. O esperamos trancar o portão e vamos até a sala, primeiro cômodo após entrar pela porta de entrada.

-O que vocês fazem aqui em Baltimore a essa hora da noite?- ele pergunta.

-Vim buscar o restante das minhas coisas. -Digo sentando no sofá e Karen faz o mesmo. -Mas está tarde para seguirmos viagem, então resolvi vir aqui pra passarmos a noite!

-Certo. Seu quarto está arrumado como você deixou, se precisar de algo é só gritar!- ele diz e se vira. -Preciso voltar a dormir, amanhã acordo bem cedo.- concordo com a cabeça e ele volta para seu quarto.

-Você e seu pai são próximos?- Karen pergunta.

-As vezes.- digo e me levanto pegando na mão de Karen e a levando para meu antigo quarto.

-Como assim?

-É que quando me mudei para cá que fomos aprender a conviver juntos, sabe? Mas depois que fui para Nova York ficou um pouco difícil continuar essa tarefa, mas ainda nos falamos por mensagem.- ajeito a cama para deitarmos.

-Entendi!- Karen diz me ajudando estendendo a coberta em cima da cama.

-Mas ele é um cara muito legal!- digo a olhando.

-Ele faz o que da vida?

-Ele é policial!- me deito e Karen deita logo em seguida ao meu lado.

-Devo me preocupar de ser presa?- ela diz e a encaro.

-Só se estiver com drogas... Ou roubando.

-Então estou limpa!- ela diz sorrindo.

-Duvido!- falo e Karen me olha com semblante de dúvida.

-Eu parei de fumar maconha a um bom tempo, estou limpa sim!

-Não, doida.- rio dela que aparentemente está confusa. -Você seria presa por roubar corações!

-Nossa idiota. -ela respira fundo e pensa por alguns segundos. -Mas de quem?

-Da Lucy, óbvio!-ela cora e revira os olhos.

-Ela está solteira? Só pra saber.

-Parece estar.- fico pensativa. -Na verdade, nunca vi ela com ninguém antes!

-Jura?- Karen questiona.

-Ninguém sério, quero dizer. Ela é bem na dela quanto a isso, nunca vi ela levar ninguém para o apartamento dela!

-Suspeito...

Conversamos um pouco mais, mas logo caímos no sono. Estávamos exaustas de ficar no carro o dia todo.

(...)

Acordo com o despertador tocando horrores, São seis e quinze da manhã. Karen acorda também e se espreguiça.

Levantamos e nos ajeitamos para sair do quarto. Arrumo a cama e dou um trato no meu cabelo que está uma bagunça.

-Bom dia meninas!- meu pai nos recebe na cozinha com alguns ovos mexidos e bacon.

-Bom dia pai!

-Bom dia Sr. Jhonatan!

Vamos até a mesa e nos sentamos, os ovos aí da estão quentes o que indica que ele acabou de fazer.

-Espero que gostem, coloquei bastante açafrão, como você gostava!- ele diz colocando a mão em meu ombro.

-E ainda gosto!- digo e levo o garfo até a boca. -Está uma delícia!- ele abre um largo sorriso e se vira para lavar as mãos na pia.

-Vou ir colocar meu uniforme, tenho vinte minutos para estar na base.

-Não vai tomar café?- pergunto.

-Já tomei a uma hora.- ele diz sorrindo e indo para o corredor. -Mas fiquem a vontade, já eu volto.

Dei com a cabeça em sinal de concordância e volto a comer.

-Que fofo ele!- Karen diz enquanto mastiga um bacon.

-Sim!- voltamos a comer até terminarmos. Me levanto e coloco os pratos na pia para começar a lavar.

-Filha, o pai já vai.- me viro e meu pai já está fardado e pronto para ir. -Quando sair me manda mensagem. Pode deixar a chave embaixo do tapete quando forem.- ele se aproxima de mim e me abraça.

-Pode deixar!- -faço posição de sentido e ele sorri.

-Boa sorte na estrada Karen e se cuidem!- ele da com a cabeça e sai.

-Acho tão sexy homem fardado. -Karen diz brincando enquanto me encara.

-Ai que nojo!- finjo ânsia e ela ri. Lavo a louça e nos preparamos para seguir viagem.

Tranquei a casa e fiz o que meu pai disse, coloquei a chave da porta embaixo do tapete da frente. Entramos no carro e colocamos os cintos.

-Só uma coisa!- digo e Karen me encara.

-Ei...- Karen ergue uma sobrancelha quando pego o celular da mão dela.

-Prontinho, aqui está!- o devolvo e ela cerra os olhos para mim. -Salvei o número de Lucy nos seus contatos, caso queira!

-Meu Deus Anna.- ela diz enquanto liga o carro.

-O que foi? Eu vi como se olharam no apartamento dela, aposto que ela quer te pegar!- Karen fica vermelha.

- Você não existe.- ela sorri sem graça mas com um pouco de verdade. Sei a energia que eu senti naquele local e sei que rolou uma tensão boa entre as duas.

-Eu sei, eu sei! Me agradeça depois!- digo e sorrio.

-Você disse que ela beija bem, já ficaram?- ela me pergunta e começamos a seguir viagem.

-Já sim, uma vez.- respondo.

-Você ainda sente algo por ela?

-Que? Não... Não amiga, eu só queria ficar com ela e sei que ela só queria o mesmo também. Hoje somos amigas e tudo certo!

-Entendi.

Já quis pegar Lucy? Sim.
Já peguei? Também.
Tudo sem perder a amizade.
Então, próximo!

𝐎𝐢𝐨𝐢𝐢 𝐥𝐢𝐧𝐝𝐞𝐳𝐞𝐬, 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐞𝐣𝐚𝐦 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨. 𝐄𝐮 𝐞𝐬𝐭𝐨𝐮 𝐝𝐨𝐢𝐝𝐚 𝐩𝐫𝐚 𝐯𝐞𝐫 𝐋𝐮𝐜𝐲 𝐞 𝐊𝐚𝐫𝐞𝐧 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐣𝐮𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐞 𝐯𝐜𝐬?🤭




𝑹𝒆𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒚𝒊𝒏𝒈 - 𝑨𝒏𝒏𝒂 𝑳𝒊𝒍𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora