Capítulo 7°

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-Débora, viemos aqui só pra provar as coisas, não temos dinheiro nenhum.- sussurro para ela que se vira para mim na mesma hora.

-Mas é presente tonta, não faz desfeita. -Debora sussurra no meu ouvido.- Ou qualquer coisa, a gente vende!

A encaro e logo depois vejo que o homem à minha frente, o qual já havia parado de ser analisado pelas mulheres que o media chegava ainda mais perto.

-Fique com ele! - Ele diz e olha para o colocar e em seguida para mim.-Você fica mais linda ainda com ele.

-Não precisava, mas obrigada.- agradeço meio sem jeito e vou andando até o provador.

-Se quiser o v...

-Não.- antes que ele terminasse de falar o interrompi. Estou ficando doida ou tem um cara querendo gastar dinheiro comigo? Eoen, não sou acompanhante de luxo.

Saio do provador e vejo Débora e Steve conversando enquanto olham algumas roupas nos manequins.

Eles me vêem e sorri, Débora vem e me abraça, eu devolvo sem entender e então ela diz.

-Nós vamos indo então tá bem? Foi um prazer te conhecer Sr. Goberman.

Ele dá com a cabeça e me olha sorrindo, fui puxada pela Débora até sairmos da loja bem rápido, guardei o colar que estava numa caixinha azul linda dentro da minha bolsa.

-Ele quer te pegar!- Débora diz me fazendo parar completamente, seja lá o que eu estivesse fazendo, até erro os paços.

-Tá doida é?- digo a encarando enquanto andávamos até um restaurante.

-Aquele homem é mi, se não bi...lionario!- disse levando o dedo indicador a cada pausa que fazia. -Até parece que vai querer pegar uma pessoa como eu.

-Você se rebaixa demais, sabia?- ela diz e me para.

-Você é linda Anna e deveria entender isso!- ela diz e eu reviro os olhos.

-Eu sei disso, às vezes. Podemos ir agora? Estou morrendo de fome.- ela acena com a cabeça e seguimos até o restaurante.

Era rústico e tinha vários detalhes em madeira, era bem iluminado o que não deixava o ar pesado e trazia um clima de extremo conforto.

Entramos e sentamos em uma mesa que ficava perto de uma janela enorme onde conseguíamos ver bem um belo jardim que tinha na lateral do restaurante.

Um garçom vem em nossa direção deixando os cardápios na mesa, enquanto conversávamos.

-Já querem fazer seus pedidos?

-Sim, sim. Poderia me trazer um filé parmegiana e um suco de morango por favor.- peço.

-E pra mim um arroz à piamontese com ervilhas...e de entrada pode ser você.

Débora diz enquanto encara o garçom que fica totalmente sem jeito.

Rimos e o garçom foi buscar nossos pedidos. Começamos a conversar sobre nossas faculdades e percebo que Débora não está mais tão feliz quanto a uns minutos atrás.

-O que houve nojinho?- digo e ela faz uma cara de poucos amigos e desabafa.

-Tá complicado lá na faculdade... Relações humanas não é bem como eu imaginava.

-Mas por que diz isso?

-Uma professora não me passa de jeito nenhum, não sei o que ela tem contra mim!- ela diz ficando indignada.- Em todos os debates, provas e trabalhos, ela sempre diz que não está bom e me esculacha na frente da sala toda.

-Nossa, mas que cobra.- digo com uma expressão de indignação.

-Acha que em algum momento você a envergonhou?- pergunto.

-Como assim eu a envergonhei?

-É amiga. Antes de continuar, tomo um gole do suco de morango. Débora espera atentamente.

-Você é tão inteligente que duvido que em algum momento de debate com ela você não tenha a deixado constrangida.

Ela sorri e suspira.

-Pode ser, ou ela é mal comida!

-Débora??

Rimos alto, amo os momentos que passamos juntas, mesmo que sejam ruins conseguimos deixar muito bom. Nossa comida chega e Débora pisca para o garçom que sai corado.

-O que pretende fazer sobre a sua?

-Terminar!- digo levando o garfo a boca.

-Não sei não amiga, mas sinto que seu lugar não é em psicologia.- ela diz estendendo suas mãos para os lados.

-Como assim?

-É. - ela engole a comida que tinha colocado na boca. -Você é meio grossa com as pessoas, sabe? Vai assustar seus pacientes.

-Nada haver.- digo cruzando os braços e a encarando.

-Eu só sou direta! E outra, no consultório é outra coisa. Lá não será a Anna normal, será a Anna psicóloga, é diferente.

-Se você diz!- Débora coloca o garfo na boca. -Só não conheça seu paciente antes da consulta.

-Você não existe mesmo.- balanço a cabeça em negação e Débora sorri, terminamos de comer enquanto cantávamos as músicas que tocavam no restaurante.

Depois de algum tempo e de já termos pedido a sobremesa, começamos a relembrar alguns momentos que vivemos na nossa cidade natal e lembramos de uma vez em que ela fez uma tiragem de tarô de graça para mim.

Débora é muito inteligente e tem muitos talentos.

-Já se cumpriu tudo que vimos daquela vez. -ela pergunta e eu ergo os ombros.

-Mais ou menos.

Quando estávamos no ensino médio e eu estava decidindo se me mudava para Baltimore ou não, Débora resolveu fazer uma tiragem para mim insinuando que isso poderia me ajudar a clarear a mente.

𝐀𝐥𝐠𝐮𝐧𝐬 𝐟𝐥𝐚𝐬𝐡𝐛𝐚𝐜𝐤𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐚̃𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐯𝐢𝐫, 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐞𝐦 𝐝𝐚 𝐬𝐚𝐮𝐝𝐞 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐯𝐜𝐬 𝐞 𝐩𝐟𝐯, 𝐛𝐞𝐛𝐚𝐦 𝐚𝐠𝐮𝐚!

𝐕𝐨𝐭𝐞𝐦 𝐨𝐤❤️ 𝐚𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚̃ 𝐞𝐮 𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐜𝐚𝐩𝐬, 𝐛𝐞𝐢𝐣𝐨𝐨𝐨𝐬✨

𝑹𝒆𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒚𝒊𝒏𝒈 - 𝑨𝒏𝒏𝒂 𝑳𝒊𝒍𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora