Capítulo 12°

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𝑺𝒕𝒆𝒗𝒆

Chego na boate. Puto!

Entro pisando firme e sinto que algumas pessoas me encaram. Seus olhares invejosos, com luxuria e desejo queimam.

Vou até o bar e peço um uísque e em um gole acabo com ele. Algumas pessoas me cumprimentam, pessoas ricas, afinal, sou do meio delas, mas as ignoro. Não estou com cabeça para fazer sala.

Subo para meu escritório e sento na minha cadeira. A porra da mesa ainda está toda bagunçada.

-Se eu quisesse simplesmente transar eu pagava para foder uma prostituta.-murmuro.

Abro uma caixinha de madeira com detalhes em ouro que fica na ponta da minha mesa e tiro um charuto. Acendo e puxo firme.
Sinto a fumaça sair pelas minhas narinas e firmo o maxilar. Toda vez que lembro, só fico mais enfurecido. Odeio me sentir assim, confuso.

Meu telefone toca na mesma hora, só que olha que maravilha, ele está no chão.

Levanto e o pego, colocando o na mesa e o atendo.

-Goberman.

-Ola meu filho.- merda, justo a segunda pessoa que eu não gostaria de saber que existe hoje.

-O que você quer, pai?

-Isso são modos de falar com seu pai?- reviro os olhos e fico em silêncio o esperando prosseguir. Ouço uma respiração funda antes que começasse a falar.

-Enfim, preciso de você aqui em dois dias. Pegue o próximo vôo para o México e venha!

-Como é?

-Você não é surdo Goberman. Eu espero por você!- ele desliga antes que eu pudesse negar ao seu "pedido".

-Mas que inferno! -falo alto dando um soco na mesa.

Hoje com certeza não é meu dia. Estou estressado, com raiva e confuso. Preciso me aliviar.

Chamo um dos meus seguranças na porta e peço para que ele me traga Rosa.

Rosa é uma das moças da boate, que talvez, só talvez, trabalhe mais do que só servindo drinks na área vip.

-Ola meu amor, chamou?

Ela entra e o segurança fecha a porta. Rosa está coberta por um sobretudo preto,mas logo o abaixa mostrando sua lingerie vermelha que não cobre quase nada.

Não ia mais fazer isso, não com Rosa ou com qualquer outra como ela, não queria mais fazer sexo com as prostitutas que meu pai colocou na minha boate, para aumentar os negócios ele disse, mas sei que não era verdade. Mas de qualquer forma não tenho outra opção, preciso relaxar e agora.

-O que você quer que eu faça lindo?- ela disse jogando sobretudo no chão e vindo em minha direção.

-Chupa!

-Com prazer!- ela passa sua língua em volta dos lábios e vem até mim, virando minha cadeira para o lado ficando de frente para mim. Ela abaixa seu tirar seus olhos dos meus e começa.

Não posso falar mal dela, não quanto a isso. Ela faz um bom trabalho!

(...)

Preciso pegar o voo a daqui meia hora, rumo ao México. Minha família toda, ou quase toda mora lá. Só não minha avó por parte de mãe, que decidiumorar em Las Vegas para "curtir o queresta da sua vida", palavras dela.

Meus pais se conheceram em Guatemala. Minha mãe sempre contou para mim e meu irmão Leon que na noite em que eles se conheceram a lua estava cheia e que meu pai se tornou um lobisomem grande e faminto. Sei que era pelo fato do meu pai ser um homem bem peludo e por chamarmos ele assim quando éramos crianças, mas talvez esse seja um bom motivo de eu ter sido gerado no primeiro encontro dos dois.

Queria que a história dos meus pais fosse de amor, linda, mas nunca passou nem perto. Minha mãe Linda Goberman, se casou nova, tinha dezesseis anos e meu pai, Roger... Trinta e dois.

Minha mãe realmente se casou por amor, já que meu pai era um americano pobre sem nenhum tostão no bolso. Tinha ido para o México a procura de farra, mulheres e drogas.

Padrão.

Meu pai gostou da minha mãe quando a conheceu, mas acho que gostou mais ainda dos negócios do meu avô. Um Cassino com bordel, 𝑳𝒐𝒔 𝑯𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒐𝒔 era o nome.

Era comandado pelo meu avô e pelo irmão dele. Meu pai se deu bem com eles e depois que se casou com minha mãe se apropriou do negócio e do sobrenome.

Ele levou o Cassino e como inovação, boates para os Estados Unidos e se tornou um ótimo empreendedor. Para alguma coisa ele tinha que ser bom!

Ele tentou inserir seu irmão mais novo, meu tio Thobias, nos negócios, mas ele começou a criar dívidas e a mexer com algumas coisas erradas.

Resumindo, ele sumiu.

Faz quase vinte anos que não o vemos e na minha opinião não faz tanta diferença. Tinha dez anos quando desapareceu e nunca fomos próximos.
Ninguém na família sentiu sua falta, então talvez ele não a merecesse.

Vi meu pai trair minha mãe inúmeras vezes com as mulheres do bordel e o odeio muito por isso. O pior é que minha mãe sabe, pois já a vi chorar por ele uma vez, mas nunca quis tocar no assunto conosco e muito menos quis se divorciar do meu pai, não consigo entender o por que.

De qualquer forma eu a amo muito e cuido muito dela, é a minha pedra preciosa. Sempre cuidou muito bem de mim e do meu irmão e mesmo meu pai a traindo diariamente, sempre falou bem dele para nós.

(...)

Aceno para meu motorista que entra no carro voltando para boate, já estou no aeroporto. Atendo algumas ligações de negócio, mas resolvo desligar o celular, só durante o voo.

Vou no meu jato particular, um dos luxos que meu pai ostenta na família.

Uma moça passa por mim e me parece muito familiar. A puxo pelo braço, mas me decepciono.

-Qual é cara, me solta!- ela diz com a sobrancelha erguida.

-Me desculpe, pensei ser outra pessoa.

Ela sai me encarando séria. Meu Deus, que idiota. Eu jurei que fosse Anna.

Aquela mulher é doida, bipolar certeza, mas eu gostei dela, gostei de como ela falava com sinceridade e até mesmo com grosseria, não se importando nem um pouco com a quantidade de números da minha conta bancária.

Normalmente sempre acontece o oposto.

Preciso tirar ela da minha cabeça.

Infelizmente tenho certeza que meu pai vai se encarregar disso. Mal posso esperar para dar de cara com ele. Que alegria!

𝑮𝒐𝒔𝒕𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒃𝒂𝒃𝒚𝒔?

𝑵𝒂̃𝒐 𝒔𝒆 𝒆𝒔𝒘𝒖𝒆𝒄̧𝒂𝒎 𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒕𝒂𝒓 𝒐𝒌💖

𝑹𝒆𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒚𝒊𝒏𝒈 - 𝑨𝒏𝒏𝒂 𝑳𝒊𝒍𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora