—Eu sinto tanto a sua falta.
Valentina estava deitada na cama, vestindo a camisola de Juliana. Ela estava prestes a cair no sono, mas queria falar com sua esposa. Na última semana elas haviam se falado tão pouco ou tão rápido que ela precisava ouvir a voz de sua morena por mais tempo e ver seu lindo rosto.
Juliana tinha gravações até tarde da noite, o que significava que provavelmente não dormiria até a manhã do dia seguinte.
—E você faz pra mim, Bonita. Logo estaremos juntas de novo.
Os dias passavam rápido, mas também tremendamente lentos. Tantas coisas para fazer em tão pouco tempo, tantos lugares que ela visitava e alguns gostaria de voltar no futuro. Novas amigas e colegas no meio, meninas completamente autênticas que traziam algo único ao projeto.
—Estou contando as horas. Mas, meu amor, você não acha melhor se esperar até depois de amanhã?
Estavam no décimo nono dia de gravações e já estava confirmado que todos voltariam no dia seguinte para Los Angeles.
Juliana queria voltar o mais rápido possível, embora a esposa dela quisesse que ela descansasse um dia, ela não podia esperar, queria ir no dia seguinte à sua chegada ao médico, que havia lhe dito que lhe arrumaria um tempo na agenda.
Juliana ouviu uma batida na porta, Valentina disse para entrar e momentos depois um loiro muito bonito apareceu na tela.
—Olá, cunhadinha! Como vão as gravações?
—Estão indo bem, Santi! Não sabia que você estava na casa.
—Sabe, minha irmãzinha está uma bagunça sem você... então vim fazer companhia a ela hoje. _Santiago estava ficando mais alto e mais parecido com Valentina, se é que isso fosse possível.
—Cale a boca, isso não é verdade. Você só veio porque queria ver sua irmã, admita. _a loira disse.
—E sim, eu estava a ponto de te falar que o Santi estava em casa.Santiago fez caretas e depois de um momento murmurou, mas alto o suficiente para ser ouvido.
—Bem, às vezes fico entediado com a loucura da faculdade e só quero ficar nessa calmaria com vocês.
—Aw Santi, isso foi tão difícil de dizer? _Valentina deu-lhe um beijo babado na bochecha e ele fez uma cara de desgosto fingida.
—Agh Valen, não faça isso! _ela realmente o adorava, sua irmã não era assim com todos.
Juliana ria da interação dos dois e contava como vinha se dando bem com o restante do elenco e que mal podia esperar que vissem o resultado na tela, na medida em que ouviu uma batida na porta levantou-se para atender e, quando ia dar o primeiro passo, a porta se abriu e Renata entrou com uma xícara na mão. Juliana sentiu como se a terra sob seus pés tivesse se movido.
—Uff. _ela disse segurando a cabeça com uma das mãos e soltando o celular com a outra.
O celular caiu ruidosamente, a tela com certeza sofreria um belo trincado.
—Juli! _Renata se moveu rapidamente e colocou o chá de lado para agarrá-la pela cintura. A assistente pôde ouvir a voz de Valentina e Santiago desesperados pelo telefone que acabara de cair no chão.
—Vamos, querida , sente-se de novo. Isso. Agora deixe-me colocar seus pés para cima. _ela disse a acalmando-a.—Renata, o que está acontecendo?
—Valentina me dê um momento, estou cuidando dela! Você pode me ouvir Juli?
Juliana acenou afirmativamente com a cabeça e reencontrou a voz.
—Sinto-me... tonta. _e fechou os olhos porque tudo estava a girar.
—Ai meu Deus, pare de girar.A assistente disse-lhe para respirar profundamente e ela o fez por alguns instantes.
Enquanto Juliana se equilibrava, Renata pegou o telefone e conseguiu ver a imagem
—Juls, o que você tem, meu amor? _Uma Valentina agitada apareceu na tela e atrás do pequeno Carvajal.
Renata sinalizou para que ficassem calmos.
—Acho que a comida não me caiu bem... você trouxe... o chá? _pergunto a Renata.
—Está aqui, você sente vontade de vomitar ou simplesmente continua com dor de estômago?
—Estou enjoada, urgh. _ela disse estreitando os olhos ainda mais.
—Eu já vou entrar em cena?—Não, você ainda tem uma hora, agora eles estão com Tess. Bem, quarenta e cinco minutos, por que você tem um retoque de maquiagem.
***
No meio da manhã do dia seguinte, depois de trabalhar a noite toda e de madrugada, Renata estava tomando café da manhã no terraço do hotel, conversando com Valentina.
—Renata, você acha que foi a comida?
—A verdade é que também não me caiu muito bem, mas talvez no caso dela seja por causa de outro...
—Deus, e se eu for até vocês?
—Não faça nenhuma loucura Valen, estaremos aí em algumas horas. Não acho que seja algo que não possa esperar um pouco.
—Mas...
—Vale, é melhor preparar sua casa, cozinhar algo delicioso e esperar por nós lá. Até porque quando você chegasse aqui, seria hora de ir. Não faz sentido.
—E se você a convencer a fazer um teste?
—Não, já falei para ela fazer várias vezes e da última vez ela me olhou tão feio. _falou lembrando daquele olhar duro como pedra.
—Você sabe que não suporto um olhar assim dela, é melhor deixar o vulcão parado, não quero que ele exploda comigo.—Ah, mas eu quero saber agora. _ela reclamou como uma garotinha.
—Ela não vai fazer isso sem você, não insista mais. Mas se você quiser falar com ela, ela não tem dormido bem e você sabe como ela fica, ela é pior do que você estando mal descansada. Então se você quiser arriscar.
—Fico muito chocada quando você está certa. Embora eu ame que você possa ver que ela não é a santa que você pensa, ela tem um gênio forte.
—Você já deveria estar acostumada com isso. E não, ela ainda é uma santa por tolerar você.
—Ah é? Assim como você deveria se acostumar a procurar outro emprego?
Valentina disse com uma atitude brincalhona, ainda causando um som de indignação por parte da loirinha e por isso ela quase chorou de tanto rir.
—Você vê por que ela é uma santa? Por tolerar você tanto quanto eu. Então não diga isso porque eu ainda prefiro ela.