Valentina achava difícil acreditar que um dia como aquele chegaria. Não de um jeito ruim, é porque ela nunca imaginou ter alguém como Juliana em sua vida, voltar a acreditar no amor como casal e ainda mais no amor por si mesma.
Sua esposa havia lhe dado os melhores dois anos de sua vida, porque o que ela tinha antes não era uma vida. A única coisa que queria era se proteger do mundo exterior.
Hoje completavam o primeiro ano de casadas e Valentina queria festejar em grande estilo, mas para agradar a Juliana, ela deu-lhe as rédeas do que fariam naquele dia. Mas isso não significava que ela não pudesse mimá-la do jeito que gostava.
Valentina tinha se levantado por volta das nove horas para ir à padaria perto de seu hotel para comprar croissants frescos e algumas frutas no pequeno mercado que ficava algumas ruas para baixo.
Quando ela voltou o máximo que ela pôde fazer foi entrar antes de ser atacada com beijos no rosto de uma Juliana muito enérgica que a ergueu um pouco do chão enquanto a abraçava.
—Alguém acordou de muito bom humor. _disse Valentina tentando equilibrar tudo o que segurava afastando-se um pouco de Juliana.
Juliana cruzou os braços ao sentir que eles estavam vazios e seus lábios suspensos sobre o nada.
—Eu queria me levantar hoje com minha esposa ao meu lado, oh! Mas que triste foi abrir meus olhos quando estiquei meu braço e não pude sentir minha luz e o calor perto de mim, que decepção... e então pensei que ela a segunda melhor coisa que eu poderia fazer era atacar você ao entrar com todos os mimos do mundo, mas nããão a senhora não os quer. _Juliana bufou franzindo a testa e se virando.
Valentina soltou uma gargalhada ao ouvir as palavras da esposa, pensando em como ela poderia ser fofa ao deixar as sacolas na mesinha em frente à cozinha.
—Tanto que eu havia planejado ao acordar assim hoje. Meses de devaneio pensando no que eu faria com você quando você acordasse... _Juliana continuou como sempre.
—Valeria a pena e agora você rejeitou meus afetos, eu não posso acreditar. _ela disse balançando a cabeça em negação.
Valentina foi até a esposa agitada e a abraçou por trás. Ela sentiu Juliana relaxar instantaneamente, mas sem descruzar os braços.
—Que mulher terrível você tem.
—Sim.
Valentina sabia muito bem que era assim que ela teria que lidar com sua Juls magoada.
—E essa esposa horrível acordou muito cedo te deixando sozinha.
—Sim.
—Coitadinha, sem ninguém para abraçar na cama nesta manhã fria.
—Sim.
—E essa esposa horrível deve ter uma boa explicação para isso, você não acha?
—Bom, é melhor ela tenha.
—O que você diria se uma certa esposa te deixasse na cama para trazer alguns croissants frescos direto do forno?
—AHA...
—Com algumas frutas frescas como acompanhamento.
—Parece bom. _Juliana virou um pouco o rosto.
—E o que mais?
—Muitos beijos?
—Hmm, eu não sei. E se eu experimentá-los primeiro e depois der o veredicto.
—Eu diria que é um pedido razoável. _Valentina esticou os lábios para receber de Juliana um beijo que nunca veio. Ela abriu os olhos e viu Juliana tentando conter o riso, parecendo séria.
