Pele a Pele

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O contato pele a pele, caso o bebê não precise de cuidados imediatos, é uma técnica que ameniza a experiência do parto e dá conexão entre as partes, ao mesmo tempo que regula a temperatura do recém-nascido.

Sem mudança de posição, Valentina segurava a família nos braços e as avós assistiam do sofá, contendo o desejo de ir para o lado da cama para dar-lhes o espaço de que necessitavam.

Quinze minutos depois, uma enfermeira veio ao lado e pediu ao casal que soltasse o bebê para que pudessem medir, pesar e limpar um pouco.

—Não demoraremos. Ela voltará para o braço de vocês mais rápido do que pensam. _a enfermeira disse enquanto as duas faziam sons de protesto. Elas sabiam que era necessário, mas estavam tão confortáveis ​​com sua pequena bola de fofura.

—Se quiser, pode sair dessa posição. _disse outra enfermeira a Valentina.

—Não. _Juliana puxou para mais perto dela.
—Deixe ela ficar. _ela virou um pouco a cabeça para olhar Valentina nos olhos.

Valentina acariciava seus braços enquanto respondia.

—É melhor eu ficar aqui. _disse e lhe deu um beijo na testa.

—Muito bem. _a enfermeira sorriu gentilmente e continuou o que estava fazendo.

Elas observavam tudo o que faziam com seu bebê do ponto de vista delas, elas não podiam tirar os olhos dela.

Depois de alguns minutos, o bebê começou a chorar e quanto mais ela ficava separada da pele quente onde a colocaram, mais seu volume aumentava, deixando-os saber que ela não gostava.

—Mas que pulmão você tem. _comentavam enquanto a examinavam, divertindo as mães, mas Juliana ia chorar se não devolvessem o bebê rapidamente.

A pequena bola de pele rosada foi colocada novamente no peito nu de Juliana e seu choro foi diminuindo gradativamente, sentindo aquele rico calor e conforto em uma energia que lhe era familiar.

Valentina não pôde evitar, mas agora soltou completamente as lágrimas, presenciando aquela bela conexão que elas já tinham e vendo sua esposa passando as mãos nas costas do bebê falando baixinho e quando sentiu Juliana pegar sua mão para colocá-la no meio do peito e o do bebê, ela se sentia inteira.

A loira suspirou, este momento ficaria gravado em sua memória para sempre.

Lúcia e Eva deram a elas todo o espaço de que precisavam para fortalecer o vínculo nos primeiros momentos de sua chegada.

As enfermeiras iam e vinham, mas eram tão sutis que não interrompiam esses momentos, além de que era uma ordem direta de ambos os tratadores que mãe e filha nunca fossem deixadas sozinhas sem uma vigília de pessoal treinado.

***

—Mamãe Lu. _Juliana disse ao sair do transe de amor com leveza, chamando-a. Só então ela percebeu que Eva não estava mais lá.

E como se tivesse lido sua mente, Lúcia respondeu.

—Calma Juli, ela já volta. Foi buscar algumas coisas que eu pedi a ela. _ela disse enquanto se aproximava da cama.

Lúcia a tinha visto de longe, mas agora, observando-a de perto as lágrimas vieram de novo. Ela era muito parecida com Valentina quando nasceu, exceto que Valentina nasceu praticamente sem cabelo.

Valentina afastou os olhos da menina para ver sua mãe, observando sua reação e então quando ela virou o rosto para vê-la, Valentina a olhou diretamente nos olhos e sorriu para ela.

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