Sinal verde

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—Mamãe, você pode me passar o contato de quem fez as camisetas?

—Claro, filha, você vai fazer mais?

—Sim, eu quero fazer algumas coisas.

—Eu envio para você por mensagem.

—Lu, obrigada por isso, foi tão legal. _disse Juliana encostando a cabeça no ombro de Lúcia enquanto abraçava as roupas do bebê.

—Foi um prazer minha menina guerreira. Como você se senti?

—Excelente mãe, nada fora do comum.

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—Olhe para a nossa sementinha. _Valentina disse colocando o vídeo. Ela havia levado todos para a sala, o sol estava muito forte e eles decidiram entrar.

—Ah ouçam isso. _disse Santiago.
—Mas não consigo vê-la.

Todos riram, Valentina se aproximou da tela e apontou para a pequena forma.

—Ali.

—É ela?

—Sim. _falou emocionada.

—Mãe, onde você deixou a sacola que lhe demos com tudo o que o médico nos deu.

—No quarto.

—Ok, vou pegar.

Todos continuaram comendo suas sobremesas, o que foi bom, porque Juliana provavelmente teria ficado muito triste se não tivesse.

—Eu tenho isso. _disse Valentina voltando e jogando o novo DVD.
—Esse é de agora.

—Olha esse narizinho. _disse Sérgio um tanto chocado, ele e a esposa ainda não queriam ter filhos, embora já estivessem casados ​​há anos, ver aquela imagem na tela lhe causou muita ternura.

—Querida, mas já tá grande e mal dá pra notar sua barriga. _Eva disse para Juliana.
—Tudo bem? _todos prestaram atenção na morena ali.

—Sim tia, o que acontece é que aparentemente eu tenho abdômen de aço. _disse com um tom orgulhoso tocando seu abdômen.
—A barriga ainda não se pode ser vista, mas poderá ser notada em breve.

Lúcia colocou a mão na de Juliana.

—Eu acho que você terá só uma barriguinha, não irá crescer muito.

—Eu acho a mesma coisa. _disse Renata.

—Meninas, vou querer uma cópia da ultrassom, vocês têm a imagem impressa? _Santiago perguntou com grande emoção.
—Eu preciso ser o tio legal de agora em diante.

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As semanas se passaram e agora Juliana estava sentada em um restaurante muito exclusivo com uma bela vista da cidade com sua esposa, Eiza e Sergio.

Valentina havia proposto que era hora deles conversarem com Juliana sobre as novidades que tinham para ela. O projeto em que trabalhavam há vários meses tinha o sinal verde da televisão, que a morena ainda não conhecia.

—Deixe a garrafa sobre a mesa, eu vou servir, obrigada. _Eiza disse.

—Champanhe? _Juliana perguntou, virando-se para olhar Valentina.

—Sim, temos que comemorar. _disse a morena mais velha enquanto servia os quatro copos.

Valentina intercedeu por sua esposa.

—Ela não pode beber.

—Mas é o que você gostou naquela festa.

—Ah sim, que detalhe para se lembrar. _Juliana respondeu, pegando a mão da esposa que lançou um olhar meio irritado para a outra mulher.

Embora Eiza não tivesse intenção de se casar, sua natureza paqueradora sempre a dominava e ela tinha que admitir que tinha uma queda por Juliana, o que a tornava mais detalhada do que de costume, não que ela tivesse dupla intenção com Juliana, mas Valentina, mesmo sabendo que ela era assim, ficou tensa.

—Você sabe, é realmente perfeito. _Juliana entrelaçou os dedos com os de sua esposa sobre a mesa.

—Vocês podem brindar por mim.

Ela nunca extrapolava os limites, isso era bom, mesmo que extrapolasse, Valentina tinha certeza de que sua esposa a impediria. Ela nunca teria que se preocupar com algo, pois a sua esposa sempre a colocava no seu lugar.

—Um copo não faz mal, ou será que o médico o impediu? _falou fazendo uma cara preocupada. Ela sabia que Juliana tinha problemas de coração, e a essa altura talvez estivesse sob rigor médico.

Sergio só ficou olhando e bebendo água.

—Não faça essa careta, não foi por isso que me impediram. _Juliana disse rindo, virando o rosto para encontrar momentaneamente o olhar de Valentina como se esperasse o sim da esposa e quando ela sorriu e acenou com a cabeça e continuou falando.
—Eu não posso beber porque pode fazer mal ao nosso bebê.

Se o rosto preocupado fosse bastante expressivo, aquele que lhe ocorreu ao ouvi-lo foi extremamente cômico. Eiza franziu a testa como se estivesse tentando entender e alguns segundos depois ela entendeu, abrindo a boca e depois trazendo as mãos para ela e cobrindo-a, com olhos esbugalhados e tudo.

Era uma expressão tão fora do sempre composto e estilizado Eiza, que os três que a presenciavam caíram na gargalhada, sem se importar com o quão chique o lugar era.

—Por Deus, mas que surpresa maravilhosa é esta. _disse ela quando encontrou sua voz, sua reação foi tão genuína que naquele momento Valentina acreditou completamente que ela nunca iria realmente se colocar entre elas.
—Parabéns meninas, isso vai ser uma bomba para seus fãs quando elas descobrirem, até eu sinto que estou sendo fanática.

—Elas vão quebrar a rede, assim como quando descobriram que já eram casadas. _Sergio disse.

—Então, para brindarmos totalmente, vamos dar algumas novidades para vocês. _Eiza disse a Valentina fazendo um gesto com a mão para que ela continuasse.

—Amor, recebemos luz verde da história para o spin-off do Apelo de Maca. Seu spin-off.

—O quê? _Juliana disse piscando.
—Você está falando sério Val?

—Sim Juls, eles adoraram os primeiros rascunhos que temos e a ideia em geral, até a subsidiária de Nova York vai nos apoiar. Eiza fez contatos e temos uma excelente equipe de produção no momento.

***

Uma semana e meia depois, Juliana se preparava para sair com Tess quando gritou.

—MEU AMOR?

—O que, o que Juls? _entrou uma Valentina sem fôlego para o quarto, após subir correndo as escadas assim que a ouviu.

—Val, olhe, olhe. _Juliana disse tentando abotoar a calça sem sucesso.
—Não consigo vestir a minha calça favorita! _disse fazendo uma dancinha.

Valentina respirou aliviada, mas sorriu, indo até a esposa que se olhava no espelho.

—Acho que você é uma das poucas mulheres que fica feliz porque não consegue fechar as calças.

—Ainda não conseguir usar minhas roupas de gestante, querida. E isso aqui significa que o bebê está crescendo forte dentro de mim, que ela está bem.

Valentina colocou as mãos na cintura da esposa enquanto a abraçava por trás, abaixando um pouco as calças e puxando para cima a blusa macia que vestia.

—Olha Juls, você está tão bonita, sua barriga cresceu só um pouquinho.

Uma elevação podia ser vista por alguns dias e ainda não era do tamanho "normal" para o tempo que tinha, mas quando algo havia sido normal em sua vida juntas?

—Te incomoda se Tess vier? _Juliana disse com os olhos lacrimejantes, a cara feliz da esposa a tinha tão, tão apaixonada e vendo-a com as mãos na barriga no espelho.

—Por que meu amor?

—Bom... Não quero mais sair.

—Claro que não me incomoda, amor. _disse Valentina passando as mãos suavemente sobre a pele da esposa.

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