Naquele dia, como em qualquer outra tarde, Andy foi até La Push. Seus passos eram ansiosos e trôpegos, em sua mente cantarolava sua música esquisita, mas, de alguma forma, seus lábios não queriam acompanhar a canção.
Andy sentia as pernas tremerem, será que aquele psicopata perseguidor estava a seguindo naquele momento? Um soluço escapa de seus lábios e somente então ela percebe estar chorando.
― Andy! – chama Embry com tom de urgência na voz.
O quileute estava sentado na mureta de entrada como sempre fazia, seus olhos atentos à aproximação de seu imprinting. Contudo, quando sua mente captou a falta de som em seus lábios e as lágrimas que escorriam de seus olhos, seu coração se apertou e o desespero o impulsionou a se aproximar.
― Embry – chama num sussurro, correndo em direção a ele.
Seu corpo se choca com o tronco masculino recoberto pelo casaco e braços quentes logo a envolvem num abraço apertado, fazendo com que ela se desmanchasse em lágrimas. Embry sentia uma terrível necessidade de protegê-la, seja lá contra o que fosse que a estivesse magoando. Seu rosto começava a contorcer-se em dor, cada som que o pranto de sua amada emitia era como uma facada em seu peito.
Sua vontade era a de metralhá-la de perguntas, saber quem ou o que a havia feito chorar, mas o lobo sabia que aquele não era o momento para interrogatórios e se calou. Disfarçadamente ele observa seu corpo e fareja o ar em busca de um possível ferimento ou sangramento, suspirando aliviado ao notar que não era esse o problema.
O calor do abraço pouco a pouco começa a surtir efeito, acalmando a humana que já não sentia as lágrimas saírem. Andy sentia-se segura daquela forma, sendo envolvida por Embry e por seu calor, o peso da perseguição havia sumido de seus ombros como se Gregory realmente tivesse desistido, mas no profundo de sua mente ela sabia que não era assim.
― O que aconteceu? – pergunta Embry finalmente, sentindo ela se apertar ainda mais contra ele.
― Um garoto apareceu em meu trabalho hoje.
O quileute trinca os dentes, o que ele havia feito com ela? Por que Andy estava falando de outro homem? Será que se envolvera com ele e agora estava arrependida?
― O que ele fez? – questiona, tentando soar o mais normal possível.
― Ele me chamou para sair.
― O quê? – lança um tanto enciumado. Maldito imprinting que o deixava tão inconstante.
― Eu não aceitei – explica rapidamente, com medo de que ele a afastasse de seu abraço seguro. – Eu não quis, disse que tinha namorado, mas ele não quis escutar – explica, desesperando-se somente por lembrar-se da situação. – Disse que me tomaria para ele, que estava me seguindo há alguns dias e que machucaria você se...
― Me machucar? – A interrompe, com uma mistura de deboche e raiva. – Até parece!
― Ele garantiu que o machucaria. – Ela treme ao se lembrar da ameaça. – E que me faria sua parceira eterna.
Embry não conteve um rosnado. Seu peito vibra com o som de seu lobo interior e seus braços instintivamente se apertam em volta da menina. Ele não era idiota, sabia o que "parceira eterna" queria dizer, já suspeitava tratar-se de um vampiro e se enfurece enlouquecidamente por alguém tentar tomar a sua Andy.
Andy não entendia aquelas reações, já o tinha visto ficar com raiva uma ou outra vez, porém nunca daquela forma tão selvagem. Ela poderia até ficar com medo, mas seu abraço apertado tornara-se tão protetor ao seu redor, que ela logo percebeu se tratar de raiva pelo garoto, o tal de Gregory.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Olhos de Vidro
FanfictionTodos tinham alguém, menos ele. Todos eram felizes, menos ele. A vida parecia tê-lo esquecido e a felicidade o abandonado, por muito tempo ele esperou, por muito tempo ele a procurou e quando estava quase desistindo, chegou o grande dia! Embry Call...