O que Parecia o Fim...

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Andy havia tentado fugir e o líder nômade não gostou da novidade, principalmente por ter menosprezado demais a pequena e frágil humana. Em pensar que a ruiva estivera com a liberdade na palma das mãos...

― Vagabunda! – esbraveja Hector, depositando o corpo da humana sobre a cama e ficando frente a frente com a parceira evidentemente amedrontada. – Cuide dela direito desta vez! – rosna ele, fazendo a vampira baixar a cabeça em submissão.

Ana fora a primeira a enfrentar a fúria de Hector e, apesar de ser sua parceira há anos, não podia negar sentir medo dele. O líder era imprevisível, mau, ameaçador, não pouparia nem mesmo sua  própria companheira se achasse que o estava traindo, mas, como não era o caso, apenas baixou o olhar, lembrando-se claramente do quanto apanhara do seu chamado "companheiro".

Saindo do quarto, Hector marcha furioso em direção ao porão, passando a passos duros por John e Tayrone que preferiam se manter calados a respeito do acontecido e apenas o seguiram.

― Acorde, animal – grita o líder assim que termina de descer as escadas.

Embry acorda com o susto, olhando ao redor de maneira desnorteada enquanto Hector arrebentava as correntes com sua fúria. O quileute não sabia o que se passava, ainda sentia-se muito cansado e duvidava que tivesse dormido uma noite inteira. Com a jaula finalmente aberta, o líder nômade se afasta e ordena:

― Saia, agora!

Que bobagem era aquela agora? O quileute nem sequer desconfiava, apenas apertou as coxas antes de tentar qualquer movimento, suspirando aliviado ao constatar que os ossos outrora quebrados, agora estavam inteiros. Ufa! Era um alívio poder movimentá-las novamente sem gemer ou suar frio devido à dor. Sem perder tempo Embry rasteja para fora da cela, o vampiro estava sem um pingo de paciência e evidentemente furioso, era melhor não dar motivos para ficar pior.

Já do lado de fora o lobo se coloca de pé, feliz por esticar suas pernas e se espreguiçar novamente. Um leve incômodo na perna direita faz o quileute franzir o cenho, ele arrisca alguns passos e... Droga! Mil vezes droga! Aquilo não poderia estar acontecendo com ele.

Seu organismo acelerado correspondera perfeitamente às suas expectativas de cura, mas não garantiu que o osso de sua perna direita colasse de maneira correta. Talvez ele não tivesse arrumado a perna quebrada tão bem quanto imaginava, afinal, a jaula era muito pequena.  Contudo, era um pouco tarde para desculpas ou justificativas, Embry sentia o leve incômodo surgir a cada passo e por isso mancava, e talvez nem sequer tivesse conserto.

― Curtindo a lembrancinha que minha Ana deixou para você? – comenta Hector entredentes, fazendo-o se lembrar de sua presença. – Eu queria muito estar contente por esta ilustre sequela, acredite, isso não foi planejado...

― Mas? – incentiva o lobo, esfregando as mãos no rosto de forma desolada.

― Mas a humana me deixou furioso demais para apreciar este episódio. –  Pausa. – Ela quebrou uma regra... Tentou fugir e eu não gostei! - revela de uma vez, estava nervoso demais para fazer suspense. – De acordo com o meu jogo, quem paga é você!

Embry arregala os olhos, nunca imaginaria que Andy seria capaz de fugir.

― No que está pensando, Embry? – repreende-se mentalmente. – Andy sabe fazer tantas coisas, por que não seria capaz de fugir? É uma pena que não tenha dado certo...

― John, Tayrone! – chama Hector com sua voz potente, interrompendo os devaneios do quileute. – Levem-no para cima... Hoje iremos marcá-lo!

― Por que continuar com essa palhaçada? – choraminga Embry. – Se sua intenção é me matar, por que não faz isso logo? Você já me destruiu, já venceu, acabe com isso de uma vez... Eu não suporto mais isso! – Termina quase num sussurro.

Olhos de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora