Capítulo 17

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Abri os olhos com dificuldade, sentindo meu corpo mais pesado que o normal. Olhei em volta, tentando identificar onde eu estava, mas não conseguia. Era um quarto, mas parecera totalmente desconhecido por alguns instantes. Ainda tonta, me levantei devagar e passeei pelo cômodo procurando algo que pudesse me dar alguma pista de onde me encontrava, mas a porta do quarto se abre e eu viro automaticamente, esperando alguém entrar.

- Ah, você acordou. Se sente melhor?

Min-Ah colocou sua cabeça para dentro do quarto antes de adentrar com uma bandeja com suco e kimbap. Acenei com a cabeça respondendo sua pergunta e retornei a olhar o quarto, o qual eu já sabia de quem era.

- Seonghwa te trouxe ontem á noite e chamamos um médico para examiná-la. - Min-Ah colocou a bandeja em cima do móvel ao lado da cama. - Ele disse que você estava fora de perigo, então deixamos você descansar.

Min-Ah segurou minhas mãos e me fez sentar ao seu lado na cama. Aos poucos, recuperei as memórias e entendi o motivo de estar ali e tudo que havia acontecido na noite anterior. Meus olhos embaçaram e não conseguia mais enxergar nada a minha frente.

- Lili, coma um pouco. Eu sei que está preocupada com sua tia, mas nós vamos provar a inocência dela.

- E o que minha tia fez para que precisem provar a inocência dela? - Me levantei bruscamente, já com as lágrimas em meu rosto. - Minha tia nunca fez nada de errado, Min-Ah.

Min-Ah se manteve calada, parecendo ponderar suas próximas palavras. Não poderia culpá-la, pois parecia tão perdida quanto eu. Mas eu queria acreditar que nós duas tínhamos a mesma certeza de que algo estava errado.

A jovem senhora alisava suas pernas, olhando de um lado para o outro e assim permaneceu por alguns minutos. Tanto eu como ela parecíamos não saber o que fazer. Porém, o silêncio é quebrado com o som do telefone tocando. Min-Ah e eu encaramos o aparelho, vendo no visor que era Seonghwa. A mesma me encara como se estivesse me pedindo autorização para atender. Eu apenas aceno com a cabeça novamente.

- Oi, meu filho.

- Oi, mãe. A Lili acordou? Ela está bem?

- Está sim, meu filho. - Min-Ah responde me olhando e dando um sorriso labial. - Como estão indo as coisas por aí?

- Confusas. Aparentemente, o motivo da prisão da Julia é de suspeita de roubo.

- Como assim, Seonghwa?

Min-Ah se levantou da cama e me deixou assustada e ansiosa para saber o que havia acontecido com minha tia. Comecei a roer as unhas, enquanto Min-Ah andava em círculos pelo quarto e falava alto ao telefone com seu filho.

- Alguém fez uma denúncia e a acusou de roubo, mãe. Nós podemos recorrer, mas enquanto isso, ela terá que ficar presa. - Seonghwa deu um suspiro antes de continuar. - Eu nem sei se a Lili deve saber disso.

- É a tia dela. É claro que ela tem que saber.

Me senti totalmente movida pela curiosidade e ergui minha mão em direção a Min-Ah pedindo o telefone. Suspirei fundo e tentei me acalmar, pois não imaginava o que iria ouvir.

Ouvir que minha tia havia sido presa por suspeita de roubo foi como uma facada no meu peito. Era uma das coisas que jamais se passariam pela minha cabeça e eu precisava reunir minhas forças para assimilar e entender o que estava acontecendo.

Por mais que eu sentisse vontade de chorar, eu me segurei. Não havia motivos para chorar, mas sim para me irar. Em minha mente, a voz de Seonghee soou repetidas vezes a mesma frase


"Lili, a minha vó... Ela..."

"A Julia foi presa..."

Minha Utopia (Park Seonghwa)Onde histórias criam vida. Descubra agora