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"Longa historia"

-E então, você está pronto?- Sam me pergunta.

Vamos usar o termo, "e se"

E se, tudo que eu precise seja de alguem, que me compreenda?

E se, ela não me compreender?

E se, eu só precise de alguem que me escute?

E se, ela apenas ouvir?

Dúvida cruel.

- Sam...eu juro, que se você sentir um fio de pena, de mim, ou contar para alguém eu mesmo te mato.- Digo. Ela sorri, diz que "tudo bem"- Ok...- penso, sobre como contarei minha historia.
- Meus pais, se chamavam Ricky e Jane Klowston, eles eram um casal perfeito, o casal, que todos desejavam ser.
Eles me davam tudo o que uma criança, poderia querer...- Sorrio com a lembrança.- Acho...que eu era, um mimadinho de merda.
Toda vez que meu pai chegava do trabalho dava um beijo em minha mãe, eu achava aquilo tão nojento, mas eu não ligava, pois sabia que eles estavam felizes.
Após beijar minha mãe, ele me dava um abraço, e um brinquedo.
Eu achava que seria assim para sempre...
Mas não foi.- Sam tinha toda sua atenção em mim.
-De repente, eles não se beijavam mais.
Ele não me abraçava mais...
Depois de vários e vários dias, brigando com minha mãe, meu pai apareceu com uma mulher, ela vestia uma roupa tão curta, eu nunca tinha visto aquele tipo de roupa na minha vida.
Ele pensou que eu estivesse dormindo, mas eu vi o que ele fez com aquela mulher, meses depois essa mulher passou a ser parte da minha vida, minha mãe foi obrigada a deixar nossa casa pra dar lugar àquela mulher vulgar e suja...depois de um tempo meu pai me entregou para minha mãe. A nova mulher dele não aguentava minhas lágrimas de saudade da minha antiga vida.
.- Sam está com lágrimas nos olhos (de novo).
- Minha mãe e eu fomos morar com minha tia, mas... ela não era a mesma, entrou numa depressão profunda.
Só vivia a base de remédios e álcool.
Foi então que ela...se matou. Sem ao menos me dizer adeus.
Meu pai não me quis, então fiquei com minha tia e o marido bêbado dela mesmo, não sei porque, mas ele fazia questão de me surrar todos os dias.
As vezes, ele usava cabos de vassouras, e eles quebravam em minhas costas. Passei a me acostumar com esse tipo de tratamento.
Eu tinha esperança de que meu pai apareceria para me buscar, mas...ele nunca apareceu.
Ele também morreu. Foi assassinado, pela puta dele.
Ela pensou que ele deixaria uma boa herança para ela.
Mas por incrivel que pareça, foi para mim.
Ela foi presa, mas...eu queria...queria matá-la.- Sam fecha os olhos absorvendo o choque das minhas palavras.
- Ela destruiu minha vida. Tudo que eu tinha ela levou. Você acha que eu ligo para o que tenho? Porra nenhuma.
Eu só queria ter uma merda de uma familia de verdade.
E nunca poderei ter, por culpa dela. Sou fodidamente fodido.
E então? Ainda há esperança para uma vida toda fodida como a minha?- Ela me encara com seus olhos molhados.

- Sempre haverá esperança, enquanto acreditármos nela.- Essa garota tem o péssimo hábito de ver o bem.

- Serio? Mas eu sou um...um...rancoroso. Você acha, que existe esperança para um cara rancoroso?

- Você só precisa de amor.- Diz, melosa.

- E quem me daria esse tal de amor? Você?- Ela fica vermelha.

- Eu...eu...tenho, que ir- Levanta-se da cadeira.

Mas não posso deixá-la ir.

Empurro-a para o sofá proximo a nós.

Deito-me entre suas pernas. Ela me olha com...talvez medo e desejo, quase posso sentir sua respiração e os impulsos de seu corpo pedindo por mim.

- Seja minha, Sam. O que nos impede agora?- Pergunto baixinho em seu ouvido. Ela se arrepia e geme
-Prometo ser carinhoso.- mordo seu pescoço levemente, roçando meus dentes em sua delicada pele.

- Vou ser todo seu, diga que sim, já sabemos muito um sobre o outro.- Começo a abrir os botões de sua blusa.

Mas ela segura minha mão.

- Pare. Sai de cima de mim!-fala alto. Saio de cima de seu pequeno corpo.

- O que houve?- Pergunto.

- Desculpe Jack... É que, não estou preparada, eu nem sei o que somos. A questão é que está tudo acontecendo muito rápido.- Pego-a pela cintura.

- E...o que você quer ser?- Ela tenta me empurrar, mas é sem êxito.

- A questão, não é o que eu quero ser, é o que você quer que eu seja e o que eu significo.- Dou um sorriso, com sua resposta.

- Eu quero que seja minha namorada.- Ela arregala os olhos. - Você quer isso?- beijo seus lábios - Hm?- Afundo a cabeça em seu pescoço.

- Não.- Broxei. Serio! Não acredito que ela disse isso.

"Não"?

Quem resistiria a mim?

Exatamente! Ninguém!

Ela se afasta de mim, pega seus pertences, enquanto, observo-a.

- Desculp...- Ela tenta falar mas a corto.

- Vai embora.- Digo. Ela abaixa o olhar, abre a porta e sai.

Porra...depois de todas essas revelações, deveriamos transar a noite toda, e acordar os vizinhos com os gritos dela, mas ela disse; "não".

Que foda! Depois dessa, vou até dormir.

JACKOnde histórias criam vida. Descubra agora