"O confronto; parte 1"
Acórdo numa sala, enorme, branca.
Engraçado...achei que o lugar onde eu acordaria seria bem diferente, mais quente, com mais cor, tipo o inferno.
Mas não, estou aqui, com uma puta dor na região do ombro.
Noto que minha tia, está aqui na sala.
- Oi.- Falo. Ela aproxima-se, de mim, e me abraça.
- Oh! graças a Deus, Jackson.- Sinto o cheiro de seu perfume doce, e me afasto. Odeio, perfumes doces.
- Onde está a Sam?- Pergunto, lembrado-me de que a deixei sozinha.
Não sei a razão, pela qual, me importo, com ela.
Eu gostava da minha namorada antiga, como quem gosta de um...carro, ou carro, sei lá.
Era só uma espécie de distração e álibi.
- Calma- Disse levantando as mãos.- Ela está na nossa casa, ela me contou tudo o que aconteceu.- Arregalo os olhos. E se ela achar o fundo falso?
- Você a deixou na casa, sozinha?- Pergunto, entrando em pânico.
- Não. Sua avó e o Liam, estão lá- Agora sim, terminou de foder tudo.
- Onde está o Arnold- Pergunto, sem esperanças.
Ela dá de ombros.
- Ele arrajou um emprego de vigilante, trabalha á noite e dorme de dia.- Se eu pudesse sair do hospital, agora, já estaria dentro de casa.
- Há quanto tempo deixou ela lá- pergunto, ela parece ficar confusa com minhas perguntas, mas responde.
- Já fazem dois dias. Não a deixei vir, porque ela parece muito abalada.- Tento me levantar, mas alguns fios estão ligados ao meu corpo, eles me fazem recuar.
Ela aproxima-se de mim. E me segura.
- Calma Jack. A médica disse, que você precisa passar mais uma noite aqui.- O desespero, a insegurança, a falta de controle, me deixam louco.
- Peça...- Gemo de dor ao levantar. - Peça a médica, para me liberar agora! Eu tenho que sair daqui- Ela passa a mão sobre meus cabelos.
- Acálme-se, Jack...- Tenta falar.
Puxo sua blusa.
- Eu quero sair agora!- Grito, levantando-me, e que se fôda a dor.
- Jack...eu não sei o porquê, da sua reação, mas deite-se.- Sinto um certo desconforto no meu...
- Que porra é essa aqui?- Pergunto olhando para baixo, tem uma espécie de bolsa, ou sei lá que merda é essa.
- Manda tirar isso daqui!- Grito. Então uma enfermeira aparece.
- Qual é o problema?- pergunta, fazendo uma cara de quem, comeu e não gostou.
- O problema, é que eu quero, sair daqui!- levanto minha roupa hospitalar. - E tire isso daqui, por favor.- Ela fica desconfortável.
- Jack- Minha tia me repreende, dando um tapinha na minha cabeça
-.Eu...vou...é, chamar a doutora.- Sai praticamente correndo.
Depois de um tempo, a doutora; Luana, entra na sala.
- E então...- observa, uns papéis, em sua mão. - Jackson, como está?- Pergunta, olhando para mim. Faço um sinal positivo com a mão.
- Estou ótimo, posso ir?- Pergunto, rápido.
- Luana...- Minha tia fala. - Ele pode ir? Eu cuido dele.- Luana, nega com a cabeça.
- Ele não está totalmente bem, para uma alta. E ele precisaria de uma acompanhante, repolso, e atenção durante 72 horas.- Reviro os olhos- E você, vai fazer plantão hoje.
- Tem a Sam.- Falo. Elas viram sua atenção para mim.
- Sim Luana, tem uma garota, que pode cuidar do Jack, enquanto eu não estiver.- Minha tia, diz.
A doutora pensa um pouco.
Analiza, novamente, o que imagino ser minha ficha.
Por fim suspira, e fala.
- Olha, tudo bem, mas não o deixe fazer esfórços, tem que ter o total e absoluto repolso.- Graças a...mim.
Eu consegui. Vou ver a Sam.
Depois de retirarem aquele negócio, do meu pinto, me levaram de cadeira de rodas (Que drama) até o carro. Já está de noite.
- Jack, eu vou te levar, e na mesma hora voltar, ok? Preciso trabalhar.- Fala, minha tia, acelerando o carro.
-Certo- digo.
Logo que chegamos. Ela me ajuda a descer.
(Garanto que as putas que morreram, estão rindo muito da minha cara, agora)
Abre a cadeira de rodas e me põe sobre ela.
A tipóia, no meu ombro, incomóda mas não tanto quanto essa maldia cadeira.
Ele me leva até a entrada da casa, bate na porta, e quem abre?
Liam.
- Oi primo.- Fala alegre. Apenas assinto, em sinal de cumprimento.
- Jack?- Diz uma voz bonita, atrás de Liam.
- Sam.- Digo, sorrindo.
Ela corre até onde estou. E me abraça levemente, beijando meu rosto.
- Vou ter que deixá-los agora. Estou atrasada. Amanhã nos vemos, juízo!- tia Tania fala. Entrando em seu carro, e dando partida.
Nesse momento, algo estranho acontece, o sorriso de Sam se desfaz e uma expressão que nunca ví em seu rosto, surje.
Ela me leva para dentro, e Liam nos acompanha.
- Liam...você pode ir para o seu quarto, por favor, a sua amiguinha, Sam, Vai falar com o...Jack.- Fala meu nome com desdém.
Liam se despéde e sobe as escadas.
- Consegue andar?- Pergunta ríspida.
Assinto, então ela me dá as costas e sobe as escadas.
Ela está estranha.
Subo as escadas com dificuldade, tropeçando em alguns degraus. Mas consigo chegar,ao topo. Vou direto para o meu quarto.
Que por sinal, está arrumado.
Sam está ao lado de um criado mudo.
Caminho lentamente, e paro de frente, para a cama.
- Por que?- Pergunta autoritária.
- Por que, o quê?-pergunto confuso. Ela aproxma-se de mim,
- Eu confiei em você, eu me entreguei para você, eu arrisquei tudo por você, eu...te...amei!- De repente, sinto a parte, direita, do meu rosto, arder.
Ela me deu um tapa tão forte, que caí em cima da cama. Então meu ombro começou a doer.- E o que você me dá em troca?- Quase grita. Vai andando rápido, até o guarda-roupa. (Puta merda, não!)
Abre as portas, e o fundo falso. E começa a retirar tudo o que há alí.
Minha faca, as roupas, as fotos, os preservativos, minha caixa.
E joga tudo em cima de mim.
- No começo, eu, eu, não queria acreditar, mas depois, fui juntando as peças, e deu essa merda aí- Aponta para minhas coisas.
Estou paralizado, atônito.
Ela vem correndo, e pula, em cima de mim, desferindo, vários socos no meu rosto.
Tento retirá-la, mas meu ombro doi.
Ela continua seu ataque.
Então com o braço bom, agarro seu pescoço com força, e aperto.
Ela leva suas mãos até meu pescoço, e tambem aperta.
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JACK
RomanceO quanto uma infância traumática pode influenciar no desenvolvimento psicológico? Lembre-se: A maldade não nasce com ninguém, é criada.