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"O fogo"

Estamos deitados, com os lençois, sob nossos corpos.

Ainda. Estamos ofegantes.

Sam está com sua cabeça apoiada, em meu peitoral.

Estamos olhando para o teto, quando decido, cortar o silêncio.

- Por que, Sam?- Pergunto, Após um tempo de reflexão.
- Por que você quis? Eu te disse que não sabia, se te amava, mas mesmo assim, você ficou comigo. Por que?- Ela não olha para mim. Apenas reméxe-se um pouco, antes de responder.

- Jack. Um cara sempre leva uma mulher para cama ao dizer "eu te amo", ela fica toda iludida, dá tudo a ele, e depois ele a joga fora. Por que no fundo, ele sabia que não era amor, foi só desejo.- começa a acariciar minha barriga.

- Então, eu te odeio.- Falo. Ela sorri, com seus pequenos dentes brancos.

- Mas é sério, Jack, eu não faria...- Faz um gesto, estranho com os dedos - Com você, se tivesse dito que me amava. Pois no fundo, eu saberia que isso poderia ser mentira.-

Beijo seus cabelos, que estão úmidos, por causa das nossas recentes atividades fisicas.

- Sam, eu posso perguntar uma coisa desconfortável?- Ela olha para mim.

- Acho, que já passamos dessa fase, não?- Fala.

É, realmente não há mais tantas barreiras entre nós.

Penso um pouco.

Eu não sei, por que raios decidi, perguntar essa merda agora!

-Sam, como você...vive?- Pergunto. Ela fica me encarando por um tempo.

- Bom...- Gargalha alto. - Respirando, e enquanto meu coração estiver batendo, estarei viva.- Fala, com um sorrisinho sarcástico.

- É sério, Sam! Como você se mantém? Tipo, o que você faz da vida, para manter essa casa, e ainda se sustentar?- Não sei porque, mas preciso saber da vida dela.

- Bem...eu trabalho.- Fala normalmente.

Isso é mais do que óbvio.

- E você faz o que? Não! Deixe-me adivinhar...garçonete?- Ela nega, com a cabeça. - Hmm...babá?- Ela sorri, e nega novamente.
- Empregada?- Nega, de novo.
- Cuida de velhos?- Ela faz uma cara, de que não gostou do que eu falei.

- Não.- responde ríspida.

- Então o que é?- Pergunto, pensando em coisas inimaginaveis.

- Bem...eu sou dançarina de boate.- Morri. Serio! Meu coração parou. - Serio, Jack! É tão excitante, o jeito como eu, me movimento, em cima daquele palco. Os homens adoram.-

Então ela começa a rir, segurando a barriga.
- Você...você, tinha que ver sua cara. Seu bobo! Eu trabalho na bibliotéca da cidade.- Deveria matar a Sam sufocada, nesse momento.

Mas, eu gosto muito dela, para isso.

De repente sinto um cheiro estranho, algo do tipo...plástico queimado.

- Está sentindo isso?- pergunto, unindo as sobrancelhas.

Ela me olha confusa.

- Estou!- Levanta-se, o cheiro de sexo, ainda está presente, em nossos corpos.

Mas o único cheiro que me preocupa no momento, é o cheiro de queimado.

Levanto-me tambem, vestindo as roupas que encontrei pelo chão.

Sam tenta, encaixár-se dentro de seu vestido.

- Fica aqui!- Digo, e saio do quarto, e procuro o local, de onde vem aquele cheiro de queimado.

JACKOnde histórias criam vida. Descubra agora