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"O confronto, parte 2"

- Vai!- Sam grita, sem ar. - Me mata...você sabe bem como fazer isso!- Estou em cima de seu pequeno corpo.

Ainda estou, com a mão em seu pescoço, mas não aperto, enquanto ela desesperadamente, tenta apertar o meu.

- Seu...desgraçado, mentiroso, cretino, eu te odeio! Eu juro por Deus, eu te odeio!- Ela começa a chorar e soluçar.
- Por que? Por que, Jack?- murmura.- Eu teria aceitado tudo em você, mas você me destruiu. Destruiu tudo de bom que restava.- Retiro a mão de seu pescoço, e rapidamente saio de cima dela.

Meu ombro chega a latejar de tanta dor.
Sei o que ela está sentindo e não queria esse olhar sob mim.

- Entre todas as pessoas, achei que você me entederia- Falo sem conseguir olhar em seus olhos. Ela levanta-se da cama.

- Entender?- pega minha faca, e as enbalagens de preservativos que coleciono, e volta sua direção a mim.
- Entender, que o cara para quem eu me entreguei, que foi tudo para mim nesses últimos dias, é tudo o que eu mais abomino? Um assassino!- fala, apontando o dedo acusador em meu rosto.

Pego sua mão e aperto, ela me encara de um modo que eu não cosigo encará-la.

- Esse é o meu jeito, de superar. Eu fui obrigado a isso.- Ela ri, sem humor.

- Superar? Matando pessoas? Você é um covarde, sim!- Berra, puxando sua mão da minha.
- Eu vi toda sua caixa, você é um lunático, que se inspira num porco pior do que você.- Ela vai até a cama e abre a caixa, onde tenho toda minha pesquisa sobre Jack, o estripador e joga em meus pés.
Ela fecha os olhos, talvez em busca de algum conforto.
- Ele foi tão covarde, quanto você.- Fala séria.

- Covarde? Não venha falar de covardia, quando foi você que foi abusada pelo seu tio e foi burra demais, para fugir ao invés de matar aquele puto sufocado...vive aqui escondida, como um rato de esgoto...- Recebo dois tapas de uma vez e um olhar magoado.

- Eu posso viver escondida, como um rato de esgoto, mas eu sou mais mulher, do que você é um homem. Seu doente.- Aí ela pegou pesado, não vou deixá-la me insultar desse jeito. Sorrio.

- Doente? Tem certeza, de que sou eu, o doente?- Falo sem pensar, ela ergue as sobrancelhas. Vou me arrepender o resto da vida por dizer isso.

- Eu...posso ser maluca, mas não sou uma assassina, não preciso joga minhas merdas em outras pessoas que nem sabem quem eu sou. Eu dou conta, diferente de você.- Ela se recompõe, e começa andar até a porta.

- Para onde você está indo?- Pergunto andando, em sua direção, bloqueando sua saída.

- Para o mais longe de você!- Prendo-a contra a porta.

- Não posso deixar você ir.- Falo. Ela tenta me empurrar. Mas não consegue.

Então faz uma coisa que me deixa me sentindo um pedaço de lixo.

- Então me mata logo.- me dá a faca, que nem percebi, que ainda estava em sua mão.
- Vai Jackson.- Seus olhos, enchem-se de agua.

Ela conduz minha mão, até seu pescoço.
- Você tirou tudo de mim.- Vejo um pouco de sangue escorrer, de seu pescoço. - Me mata, acabe com a minha dor, minha decepção.- Fecha os olhos, esperando o corte. Começo a trilhar a faca por toda região seu pescoço.

- Eu não vou te matar.- Digo. Ela abre os olhos, espantada. -Você não merece isso.- Ela ofega. Jogo a faca no chão.
- Se você espera que eu diga, que me arrependo, e que depois ficaremos bem. Eu lamento, não sou assim.- Desprendo seu corpo da porta.
- Eu fiz, o que eu acho certo. Essas putas que eu matei, podiam destruir familias, como a do meu pai destruiu.- Sam abre a porta, e sem olhar para mim, fala;

- E nem você espere que eu compreenda o que você fez, nada justifica. Me matar agora seria só uma formalidade do quanto eu estou morta por dentro.- Dito isso, ela sai do meu quarto, me deixando sozinho, pensando em porque eu não a matei.

Se fosse outra pessoa, eu mataria?

Óbvio. Mas por que a Sam, não?

Será realmente, que eu preciso de um tipo de tratamento?

Sam

Saio da casa do Jack, completamente desolada, sem esperanças, ou vontade de viver.
O que mais me dói, é saber que eu queria uma vida, um recomeço, com... ele.

Um assassino nojento. Minha ficha ainda não caiu, minha mente está congelada.

Estou no meio da rua, sem rumo, sem saber para onde ir.

De repente, vejo um vulto passar por trás de mim.

- Jack?- chamo-o, talvez ele tenha mudado de ideia, e veio me matar.

Depois de esperar um tempo, para ver o que realmente estava atrás de mim.

Decido continuar meu caminho, que vai dar em lugar nenhum.

Estou passando por um beco estreito, estou na metade, então vejo um...homem parado logo na saida.

Tenho certeza, de que ele estava me seguindo.

Se eu correr, sei que ele me pega. Mas não custa tentar.

Corro desesperada, na direção opósta a dele.

Escuto seus passos pesados atrás de mim.

- Socorro!- Grito, na falha tentativa de conseguir ajuda.

Consigo sair do beco.

Mas 'ele' também.

Ele me prende contra a parede, de frente para para sua face e sem dó nem pena, enfia uma faca em minha barriga.
A dor é idescritivel, chego a sentir, o gosto de sangue em minha boca.

Ele tira seu capuz, que não me permitia ver seu rosto, mas agora vejo.

- Scott?- Falo, com a voz trêmula.

Ele sorri, o mesmo sorriso maldito e diabólico de sempre.

- Saudades do titio, meu amorzinho?- Pergunta.
Entro em pânico e começo a gritar com o pouco das forças que me restam.

O corte na minha barriga doi e arde, mas sei, que se eu não conseguir escapar. Outras coisas vão doer mais.
Vejo ele erguer seu punho, cerrado, e acertar meus seios, com força, sinto uma tontura, falta de ar, e claro, dor.

Perco a força que tenho

Então, com uma pancada forte, tudo fica escuro.

JACKOnde histórias criam vida. Descubra agora