Lua cheia - parte 2

90 12 107
                                    

Pode se ouvir da sala do trono um grito estridente. E na sala do trono pode se ver xicaras sendo arremeçadas às grossas pilastras. Pode se ver o trono de mármore de forma côncava e estatura baixa vazio pois Bárbara está ocupada demais andando de um lado ao outro, para completar sua peça dramática.

-Bando de - ela se controla. Não são os guardas á que ela deve xingar - maldito Jackie, malditos Rigbys malditos! Ao raio que o parta!- berra escandalosamente.

Pâmela apenas observa com certo receio. Ela realmente não é fácil de se lidar quando nesse estado, mais do que o normal.

-Quem estava responsável por servir os recrutas?

-O criado bella mas ele foi encontrado morto esta manhã. Tivemos dois servos mortos e uma escrava desacordada na cozinha.

Ela suspira.

-Obrigada. Obrigada por serem um bando de incompetentes! Saiam daqui!

Anda pelos corredores depressa. Talvez por prudência ou por estarem ocupados em outros afazeres, não havia ninguém pelo corredor principal.

-Minha senhora fique calma, por favor!

-Eu não te permiti falar!- ela berra, a fazendo encolher. Bárbara suspira tentando manter a calma.

-Obrigada, Pâmela. Você não pode fazer nada por mim, apenas vá pedir à alguma daquelas carmesianas um remedio... Não! melhor não. Apenas va preparar o meu banho! Nem tivemos tempo pra isso.

-Sim, minha senhora. - Ela diz desgostosa. Faz uma mesura e segue caminho oposto. Bárbara atravessa o corredor com desgosto, pois sente que as estátuas de mármore dos heróis zombam de sua nova derrota. Vai á varanda olhanso as nuvens do amanhecer. Ela respira o ar frio. A vontade de se jogar nunca foi tão grande. O seu estômago dói profundamente, mas não mais do que o do homem que a espiona sorrateiramente. Lance sai do corredor principal e vai descendo as escadarias até a ala de recrutas. Ele quer chorar, o que ele se tornou? Como pode ir tão baixo? Além de traidor é agora assassino.

Bate da porta, e Derick abre, de camisola. Enxugava os olhos.

-O que foi escravo?

-É tão difícil lembrar o meu nome?

Ele entra ao passo que Derick fecha a porta e vai se jogando na cama. Sente o corpete lhe apertar quando o faz.

-Eu espero ganhar minha liberdade.

-Você foi bem longe por ela, eu vou cumprir minha parte. Se for pra desonrar minha palavra eu poderia só ter te forçado e cortado sua lingua para não falar com ninguém.

-Levantaria suspeitas.

Derick vira-se sorrindo escarnecedor.

-Eu nunca sou pego. Nunca. - retira da gaveta da escrivaninha uma garrafa de madeira com desenhos de grifo grafados e serve em um a taca de bronze em cima do móvel.

-Vem, beba comigo.

-Eu passo.

Derick toma o seu copo e bebe.

-Viu? Sem veneno. - diz limpando a borda da taça e entregando para o escravo que bebe lentamente.

-Enfim. Quando Bárb se acalmar, eu vou comprar você.

-Vai se foder, isso não estava no combinado.

Derick o cala com um tapa em seu rosto.

-Você tá começando a abusar.

-Me desculpa, senhor.

Derick sorri pleno.

-Como eu ia dizendo, vou comprá-lo, ai poderei libertar você sem qualquer suspeita.

A Charada Do Omicron: A Colecionadora De ConchasOnde histórias criam vida. Descubra agora