Prelúdio do desastre

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Na calada da noite, naquela rua escura, adentram inúmeros clones de armadura preta com detalhes turquesa e um símbolo de um crisântemos de mesma cor, desenhado em suas bandeiras e seus peitorais. Os soldados  avançam, e de mesmo modo, os moradores da ruela fecham suas portas e fechavam suas janelas, não havendo ninguém no caminho. Finalmente eles param na porta da casa do casal.

-Abram!- diz um dos soldados batendo na porta do alçapão com pisões fortes.-Abram essa porta!!!-

-Eles não vão abrir, arromba isso de uma vez.- diz um dos soldados.

-Eles entraram aqui, MESMO?- diz um dos soldados para para um homem que detinha, que confirmava a pergunta chorando.

Eles começam a arrombar a porta, quando ela finalmente ela cede e um por um, a tropa pula dentro da casa.

Eles se põem a vasculhar pela casa: o quarto apenas tem os móveis mas estava limpo, a sala, intacta e a cozinha vazia. Ninguém estava mais lá.

-Eu não acredito! Debaixo do nosso nariz - diz um deles.

-Você mentiu para nós.- disse o Capitão para o civil.

-Não! É sério, eles moram aqui eu vi eles entrarem aqui! Eu ju...

Ele terminaria a frase se sua sua garganta nao fosse cortada por uma espada antes e seu corpo não caísse desfalecido no chão, enquanto sangue esguicha de seu pescoço. O soldado limpa o sangue na blusa do cadáver e guarda a espada na bainha. Um dos colegas o sussura sobre não ser assim que se limpa espadas.

-Capitão! O que vamos fazer?- diz um dos recrutas.
-Terminar de vasculhar, óbvio. Eles não podem ter ido muito longe. Não é como se eles pudessem fugir se nós assim na cara dura.

**

Lúgubre, frio e silencioso: os adjetivos perfeitos para o túnel que atravessam.

Dispara naquele corredor um cavalo, correndo mais que o animal,a adrenalina pelo pobre casal.

O rapaz apressa o cavalo cada vez mais, e conforme avançam, os gritos da cidade somem. Loni resolve desacelerar devagar, paulatinamente, até que finalmente, para.

-Tudo bem aí?

Kai não responde, apenas desce do animal, se abaixa e começa a vomitar. Soa frio e seu corpo tremelica.

-Está doendo muito!- diz hiperventilando.- parece que tem um monte de cacos de vidro em mim. Eu não vou aguentar cavalgar mais nenhuma légua.

-Não podemos parar agora!

-Não estou mandando parar - diz fragilizada, com a voz rouca - mas vai demorar muito?! Porque eu acho que vou morrer se corrermos mais.

Loni desce e se aproxima, tentando falar mais calmamente.

-Olha só, apenas precisamos sair desse túnel, mas não vou mais correr, não vai demorar.- o garoto se agacha e faz Kai se apoiar sobre ele, fazendo-o sentir sua pele fervendo. O rapaz rapidamente coloca sua mão sobre a testa da esposa.

-Você está ardendo! Parece brasa.

Os dois se levantam e com muito esforço, ele coloca-na com as outras coisas na carroça, um pouco a frente da bagagem,para que as chances de ser esmagada sejam menores. Os dois trotam mais delicadamente dali.

Demoram-se meia hora para deixar o túnel, que dava para fora da cidade. Eles vagueiam sobre campina a passos lentos pela estrada, está frio e silencioso.

Após algum tempo Loni avista as velhas casas circulares, havia uma distância relativamente grande uma da outra.

-Chegamos.

A Charada Do Omicron: A Colecionadora De ConchasOnde histórias criam vida. Descubra agora