O que você não vê- parte 1

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Eram quatro da tarde e estava nublado, Koe tinha pouco tempo. Subia rapidamente pela encosta verde, com um misto de medo e euforia, afinal era dia em que encontrava Cheryl.

Ele sorri quando vê uma mulher de cabelo longo e levemente volumoso, tão vermelho quanto o dele, sentada sobre a grama, batendo seus pés levemente contra ela. Sua cabeleira cor de rubi dava um lindo contraste com o vestido feito de um pano bem sem graça branco encardido. Ela tinha esse charme: embelezar coisas insossas e feias como aquele vestido. Já perto dela se agacha lentamente. Ela se surpeendeu quando aqueles dois braços enlaçaram sua cintura.

-Senti sua falta, minha princesa- falou serenamente como sempre, porém com uma certa audácia, beijando sua bochecha.

Ela se vira para ele sorrindo tanto de boca quando com seus olhos vermelhos como seu cabelo. E aproxima a cabeça dele para lhe dar um beijo, passando a mão pelo seu rosto, enternecida. A apaixonada parou para o olhar.

-Você demorou, Koelinho.

O namlrado arqueou a sobrancelha, em seguida soltando sua risadinha baixa.

-Me diz que essa é a última vez que eu vou ser chamado assim.

-Essa foi boa, admita.

-Valeu a tentativa Botão de Cereja.- Koe começou a brincar com as florezinhas amarelas e azuis em seu cabelo, e os dentes-de-leão. - vamos sair daqui logo pra fazer isso render.

Eles gostavam de se encontrar ali pois dava para ver uma ponta do Mar Gelo e a praia, além do sigilo que o lugar os apresentava.

Os amantes se levantam dali e correm para dentro do moinho abandonado. Ele a puxava pela mão na corridinha. Ambos pareciam entretidos em seu "Pequeno crime". Aquele moinho há muito não funcionava, após um acidente que inutilizou as penas que se soltaram e a pela do moinho que ficou fragizada e torta, afetando a parte inferior inteira. Koe não sabe quem conseguiu realizar uma proeza dessas e como aconteceu mas isso não importa. Ao menos podem usar. O andar de cima e escuro, salvo os feixes de luz que invadiam as pequeninas janelas quadradas.

Após correrem as escadinhas espirais, estavam os dois enfim neste pavimento superior. Cheryl colocou-se sentada no colo do namorado, passando as mãos pelo seu pescoço.

-Certo. Como foi sua semana? Algo de novo?- diz o homem novamente brincando com os dentes de leão na cabeleira vermelha de Cheryl.

-Eu percebi algo muito importante para nós enquanto eu passava perto da Casa de Vinho.

-Que estará muito fácil roubar os vinhos com aquelas fechaduras velhas do armazém?- diz passando os dedos pela franja da parceira.

-Como você sabe disso?- olha desconfiada para o parceiro.

-Quem não sabe? Aquele lugar precisa de uns reparos há muito tempo - diz dando de ombros.

-Vou lá depois.

Koe finge indignação.

-Princesa Cheryl: namora em moinhos e rouba às adegas. - Diz apertando ela contra seu tronco a olhando provocativo.

-O que posso fazer? Sou uma princesa boemia, e aquele armazém será meu castelo essa noite.- brinca arrancando umas risadinhas do namorado.

Koe costumava chamá-la de "princesa" por causa de sua aparência. A família real de Carmesim costumava ter os cabelos vermelhos escuro e tinham olhos como rubis; eles eram os vermelhos mais vermelhos. Cheryl disse que era filha de pescadores na terra natal mas isso não a impedia de se parecer com uma autêntica herdeira de Carmesim.

-O que eu realmente estava observando é que está chegando o Festival do Vinho.

-Mas não me diga.- diz irônico.

A Charada Do Omicron: A Colecionadora De ConchasOnde histórias criam vida. Descubra agora