Memórias que me roubaram - parte 1

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Pela floresta branca e fria, com arvores finas e retas, sub iluminada pela fraca luz do Sol poente, tímido sob as nuvens densas e prateadas reina silêncio. A unica coisa que o corta são os dois garotos voando entre as árvores. O garoto com sua Aguia gigante, com penas cor de areia, e olhos cinzas. A garota, por si propria. Ela era a típica liren: muito palida, bochechas rosadas e estatura baixa. Devia ter um metro e meio. Suas particularidades eram seus cabelos brancos ondulados e como a neve, olhos vermelhos e cilios enormes. Usa um vestido rosê cheio de babados, luvinhas brancas de renda, e um coraçao em sua bochecha.

Ela ia na frente por ser pequena mas seu amigo logo a alcançava voando com maestria. Solta um gritinho e voa mais rápido. Ele está acima dela. E de repenre, pula em si, a derrubando e rolando juntos pela grana fria esmagabdo algumas folhas e espantando alguns pássaros.

-Te peguei, Cathy.

"Cathy"  sorri, olhando para o seu amigo. Pálido, sardento cabelos vermelhos partidos de lado que batiam no pescoço, com roupas tipicas de um garoto de boa familia.

-Eu te peguei. Implore por piedade.

-Eu tenho integridade seu vilão!- brinca, fazendo uma carinha brava.

-Tem?

-Tenho!

Um silêncio perdura, ate que o rapaz move os dedinhos na barriga da garota. Ela solta um risinho interrompido.

-Não ouse.

Ele começa a fazer cossegas e ela ri desesperada.

-Fala, aquilo.

-Não.- diz entre risadas escandalosas e finas.

-Fale "Eu perdi pro Timothy"

-Eu... Perdi pro Timy! Eu perdi pro Timy. Chega!- ele para e ela arfa, quase sem ar. Levantam-se. Ela, tonta. Timothy sopra o apito. Dourado com desenhos de aguia, e ela aparece em questão se segundos, após ouvir o chiado agudo do instrumento.

-Vamos, ou minha mãe vai me bater.

Ele a pega no colo e caminham até o animal. Sobem, e assim que ele puxa o arreio, a águia começa a bater vôo, até estar acima das árvores. Catherine, agarra o seu amigo antes de a aguia voar veloz.

***

Kai tem tido varias memórias. Em uma estava cercada de neve. Tudo parecia tão grande! Ate o livro, que ela abraçava, que cobria seu tronco. Suas mãos eram de criança, e seus pés doloridos descalsos na neve fofinha porém sádica, que a castigava.  Ela corria o maximo que um ser tão pequeno (a essa altura de percebeu como uma criança) conseguia, sob cobertor azul imenso. Seus lábios estavam tremendo, praticamente azuis e suas lufadas de ar densas.

Corria pelo beco da cidade com seu livro saltitando por caixotes escuros que lhe serviam de escada ate chegar a janelinha de um porão. Aquele garoto de cabelos castanhos claros. Ela o vê melhor. Cabelos castanhos claros, olhos roxos, olheiras boca pequena nariz vermelho e ligeiramente escorrido. Esta enrolado em uma coberta com certa avidez mas com ar de preguiça. Ele abre os olhos devagar. Roxos tambem, em um tom suave

-Isso, isso.- titubeia de frio agora que tira a concha. Abre o cobertor e solta alguns pães, um cantio e uma cestinha com alguns bem-casados. Alguns eram rosinhas com creme de morango

-Por onde andou? - ele pergunta ajeitando sua perna quebrada, gemendo baixo. Em seguida abre seu cobertor e chama a garotinha para debaixo dele.- Michaella! Eu espero que não tenha roubado ninguém.- diz em um tom tranquilo, mais risonho do que censurador.

A Charada Do Omicron: A Colecionadora De ConchasOnde histórias criam vida. Descubra agora