Fantasmas

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Dois dias antes

Aquele homem passava os dedos largos pelos globos de neve da estante azul de madeira, ia em direção ao caixa, onde um garoto loiro e sardento administrava as contas em sua calculadora de madeira, deslizando as pedrinhas do lado esquerdo para o direito. O garoto olha para cima e logo se decepciona

-Ah você!- diz com sua voz pré-pubere- Pai!- o garoto vai para a porta mudar a placa de "aberto" para "Fui almoçar".

Um homem magro alto e com uma barba crespa aparece

-Olha se não é o "Agiota"!

-Vim pegar minha princesa.

O homem vai para dentro e volta com uma luva metalica. Ela tinha uma abertura quadrada nas costas da mão e a paete da frente era pratocamente aberta, cobrindo apenas os dedos e a parte de cima da mão com uma pequena tira. O homem a coloca empolgado, ele pressiona a mão e garras enormes saem dela. Ele brica que vai atacar alguem com suas garras, muito empolgado.
-Eu amei!

-Suas costas melhoraram?

-Sim, sim só doi um pouco quanto faço movimentos bruscos com as pernas.- diz se virando para ir embora

-Não vai pagar.

-Eu pago te deixando vivo.- diz saindo da loja

O garoto do caixa olha para o pai balançando a cabeça.

-Olha o tipo de gente que o senhor se envolve.

-Cala a boca guri, termine as contas.

O "Agiota" sabia muito bem como estrear... Onde estavam as pessoas com quem ele iria estrear... Como chegaria até elas. Só precisava de um momento certo. Ele ajeita sua máscara e sai andando, com a luva em seu estado inofensivo.

***

A densidade do clima daquela sala era atenuado pelo silêncio do trio e os passos do recruta que vinha pela entrada da frente, arrastando a ponta da espada pelo chão de madeira escura, deixando um enorme risco. O cheiro metálico de sangue que saía dos corpos pelos quais o homem passava não ajudava.
Em seguida mais uns cinco homens fardados se mostravam adentrando a cena. Kai estava tentando pensar enquanto lutava com seu próprio medo contido. Loni agarrava sua navalha e ao pobre Koe restou ficar paralisado em um estado praticamente catatônico.

-Você perguntou "cadê Yooná", não foi?- diz o recruta enquanto os outros riem.

-Covardes mesmo!- vocifera Loni .

-Olha, cara- diz o soldado- Respondo com uma outra pergunta: Para onde a gente manda as crias de cobra?

Essa resposta atinge o garoto como uma facada. "Recrutamento" passa pela sua cabeça.

-Eu disse- fala o soldado aos colegas- eu disse que eles estavam aqui

O recruta faz um sinal com os dedos para os guardas deterem os três.

Dois soldados vão para cima de Loni mas ele em segundos dá uma cotovelada no nariz do que vinha a sua frente e com a navalha decepa o outro, e rouba sua espada.

Os três resolvem voltar por onde sairam, mas o quintal dos fundo já estava cheio de imperiais. Os três correm para a saida dos fundos. Os três sobem em cima do cavalo.

-Bota isso pra correr!-Grita Loni. Koe estala o areio do cavalo e eles arrombam a cerca dos fundos.

Kai olhava para trás e via os homens de uniforme preto e turquesa bem atrás deles. Conforme correm para fora, vários soldados os viam e começavam a correr atras, muitos com cavalos. Eles corriam pelas ruas da vila cheia de cadavers. Kai está aterrorizada com o cenário. Eles veem uma garrafa vindo na direção da carroça. Ela se choca com a parede proxima e uma explosão ocorre, fazendo o veículo quase capotar e pegar fogo.

A Charada Do Omicron: A Colecionadora De ConchasOnde histórias criam vida. Descubra agora