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Cheryl canta uma música carmesiana tradicional com sua voz melódica e melancolica. Está exausta e cantar baixo tem ajudado.

-S-sua voz é muito bo-bonita, que nem vo-você.

Cheryl sorri.

-Obrigada. Eu gosto de cantar, me da sensação de liberdade.

-A música liberta ou deixa as algemas mais frouxas.- diz Parih sorrindo triste  - nisso você tem razão. É isso que você quer?

-Sim. Parece bobo mas é o que eu desejo. Apenas eu e o meu homem longe dessa bagunça. Poder cantar para mim, cozinhar para mim, limpar para nim. Sem ameaças, sem chicotes, espancamentos, violamentos.

-E você espera ter essa liberdade toda tendo esse cabelo vermelho?

-Eu sempre lutei por ela. Uma hora hei de conseguir ser definitivamente livre.

Silêncio por alguns segundos.

-E quando eu achar meu Koe, eu jamais o deixarei ir embora.- diz Cheryl.

-Isso cheira a pedido de casamento!- diz Parih -

-Não! Eu vou esperar ele querer, sabe? Aprendi que temos que dar espaço para pessoas tímidas e eu não quero que ele se sinta obrigado a aceitar.

-E você vai ficar nessa? Vão se passar dez anos e você vai esperar!

Essa é uma insegurança que Cheryl não quer reviver. Rebate:

-Você não gostaria de ser obrigada à algo por alguém que ama.

-Se-se uma mu-mulher bonita como você me pe-pedisse em casamento, eu aceitaria sem pen-pensar.

Cheryl enrubesce.

-E o Koe é bem ciumento.- brinca.

-Então é bo-bom ele ser mais ligeiro.- brinca de volta.

Parih ri.

-Não se preocupe princesa, Jackie não roubaria uma mulher comprometida, é um homem nobre.

Vira-se piscando para Jackie.

Cheryl olha mais a frente percebe que estão em terreno plano. Olha para cima. Já desceram para a ponte até a metrópole.

-Só precisámos achar a casa do Loni Bella.- Diz Jackie. - eu a dei justamente para sair da situação que estamos.

-Você?

-Si-sim. Eu ainda tinha propriedades em Gre-grenavalle então financiei Loni Bella. Foi um bom negócio.

-Você é realmente um nobre!

-Sim. Eu tenho um sobrenome, não ouviu aquele homem me chamando po-por ele?

Vira-se para a garota.

-Pra-prazer, Cheryl de Carmesim. Eu sou Lorde Jacob Wednesday, Arquiduque das terras de Wednesday em Bellaturia e senhor dos vilarelos...

-De Prime em Lira do Norte.

Ele sorri e confirma com a cabeça.

-Mas dos cinco aos quartorze, eu fui apenas o Jackie. Pra você eu sou só um Jackie, enfim, não é assunto para agora, moça bonita.- sorri desanimado.

-E quando foi um Lorde?

-Há uns anos. Um lorde pi-pirata, mas agora ape-penas um pirata à serviço do capitão Sidra.

-Sidra né. Já o conheci quando era só um grumete.- lembra-se Cheryl. Ele me libertou quando trabalhava na casa de um homem canibal.

-Você co-conhece o Seth? Que legal!

A Charada Do Omicron: A Colecionadora De ConchasOnde histórias criam vida. Descubra agora