Arrume suas malas, iremos para Londres

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― Aí está você! ― Ela ouviu a voz do pai saindo do escuro e tomou um susto. Não se lembrava dele estar na cidade.

― Papai! ― Lilian deu um grito, torcendo para ele não perguntar onde ela estava.

― Suas amigas passaram aqui atrás de você ― ele começou a dizer, mas a garota decidiu interromper e se justificar logo:

― Eu...

― Já as dispensei. ― Benjamin foi bem mais rápido. ― Nós temos compromisso.

Lilian franziu o cenho. Não estava entendendo nada. Será que seu pai havia descoberto que ela andou de moto, que saiu com um garoto sem avisá-lo ou do dia da festa que fora com Alice e Frank Longbottom? Mas como ele saberia disso? Fosse o que fosse, ela podia sentir que estava muito, muito encrencada.

― Qual compromisso? ― Ela perguntou, medindo as palavras como se estivesse em um campo minado.

Benjamin abriu um enorme sorriso no rosto, deixando a situação ainda mais estranha. Lilian não estava entendendo mais nada. A sua noite perfeita acabara de se transformar numa maluquice.

Ela só queria encontrar mensagens de James quando abrisse o celular e ligar para as amigas para contar tudo o que havia acabado de acontecer. Mas, agora, tinha que ouvir seu pai falando coisas sem sentido sobre um compromisso que eles nunca fizeram.

― O jantar que você e Petúnia estão me devendo há um mês ― ele respondeu, pegando a chave do carro na mesinha de centro. ― Sua irmã já está nos esperando.

Lilian seguiu o pai até o carro, revirando os olhos. Ela nem se lembrava de ter prometido jantar a ele. Só esperava que fosse importante, porque ela sentia seu celular vibrando no bolso do short e tinha certeza que entre as várias mensagens havia uma de James. Ela queria muito falar com ele. Infelizmente, eles tinham uma regra: sem celular quando saíssem em família. Então, Lilian só podia ignorar todas as mensagens que chegavam em seu celular.

― Sobre o que é esse jantar, afinal de contas? ― ela finalmente perguntou, rompendo o silêncio do carro.

― Conversaremos quando chegarmos ― ele respondeu, sem tirar os olhos da pista. ― Mas não é nada demais ― garantiu.

Lilian assentiu e recostou a cabeça na janela do carro. Dali, dava pra ver o reflexo do pai. Ele parecia bem animado, soltando um ou outro sorriso de vez em quando. Definitivamente, não era nada demais.

― Você tá namorando, não tá? ― Ela perguntou, com o tom mais entediado que encontrou.

― Hã? ― Benjamin quase deixou o carro morrer com a pergunta da menina. ― Claro que não!

― Ah, meu deus! Você está namorando! ― Lilian se virou para o pai, com um tom surpreso. ― Por que não me contou antes?

Ela não sabia se ficava feliz ou triste. Sara, sua mãe, estava morta. Mesmo antes disso, ela havia abandonado a família. Era justo que seu pai seguisse em frente. Ela adoraria que ele seguisse em frente. Ele merecia ser feliz, afinal de contas. Ainda assim, seria estranho ver outra pessoa tomando o lugar de Sara.

Ainda havia o fato de Benjamin não comentar nada disso com ela. Eles sempre foram próximos, apesar de ela não estar em uma boa posição para reclamar, já que ainda não havia contado sobre James Potter para o pai.

― Lilian ― Benjamin começou ―, eu não estou namorando e, se estivesse, você seria a primeira a saber, querida.

Lilian olhou para o pai pelo canto do olho e assentiu. Gostaria de poder acreditar nele, mas algo lhe dizia que Benjamin estava escondendo algo. E boa coisa não era. Ele tinha que estar aprontando alguma coisa e, com certeza, iria revelar tudo nesse jantar misterioso que, aparentemente, estava planejado há um bom tempo.

Lily ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora