"Um acidente misterioso acaba causando a morte de um inspetor do departamento investigativo da polícia de Seul, dando início a uma cautelosa investigação. Para descobrir o real motivo do acidente, os agentes Jeon Jungkook e Kim Taehyung precisarão...
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Acabei aceitando a companhia de Hoseok. Eu não estava bem, e ter alguém do meu lado era essencial para evitar que eu causasse algum acidente. Ele parecia desconfortável pela situação e pelo que disse no estacionamento do serviço de inteligência, e para ser sincera, eu também estava. Sempre soube dos sentimentos dele, afinal ele sempre deixou explícito. Porém, por muito tempo pensei que era apenas paranoia da minha cabeça, que tal ideia só havia surgido pelo fato do Taehyung ficar falando sobre isso todas as vezes que nos via juntos.
Por conta do seu jeito desapegado e convencido, jamais achei que o ouviria tal declaração. Agora não sei o que fazer em relação a isso.
— Tem certeza que não quer que eu dirija? — Perguntou ele me fazendo voltar a realidade.
— Você só está aqui para evitar danos.
— Eu não sei por que, mas eu me senti ofendido.
— Devia mesmo! — Senti seu olhar sobre mim, me causando um certo desconforto. — Você disse que me contaria a verdade se eu te deixasse me acompanhar, mas tudo que fez até agora foi ficar admirando a paisagem pela janela.
— Estou pensando por onde começar.
— Que tal pelo início? — Debochei, forçando um sorriso.
— Ah! É muita coisa, estou cansado só de pensar. — Respondeu o folgado, se espreguiçando no banco do carona.
— Para de enrolar e me conta logo a verdade sobre sua relação com a Seyeon.
— Tá legal, estressadinha! — Revirei os olhos, ao ouvir esse apelido bobo o fazendo rir. — Seyeon e eu... tínhamos uma relação... como posso dizer? Ai Jennie, é complicado.
— Hoseok, pelo amor de Deus! — Berrei impaciente. — Fala logo de uma vez.
— Ashi! Éramos casados, satisfeita?
Tomei um susto com tal revelação, que fui obrigada a parar o carro no acostamento da rodovia. Meu queixo foi ao chão e meu cérebro não conseguia processar essa informação.
— Você está brincando comigo, né?
— Ah eu queria que fosse, mas infelizmente não. — Falou ele, com o semblante exausto. — Assim que cumpri o meu serviço militar, meus pais me obrigaram a entrar para a faculdade de medicina na Holanda. — Começou ele no mesmo instante, se ajeitando no banco do carro. — Eu não era capaz de impor minhas vontades na época, então eu só obedeci. Foi lá que conheci a Seyeon, através de amigos em comum.
Liguei o carro novamente, acelerando em direção a pista, enquanto o ouvia atentamente.
— Não vou negar que ela me atraiu logo de cara. Ela era extrovertida, alegre, conversava sobre tudo... Enfim, era uma pessoa que cativava a todos. Bem diferente da de agora! Saímos algumas vezes e logo começamos um namoro, que durou cerca de dois anos. Foi durante esse tempo que eu me tornei um Soul killer.
