Verdades Ocultas

Capítulo 19

《Jeon Jungkook》

Levou cerca de vinte minutos para chegarmos ao cassino 'Trívia', e já da janela do táxi dava para ver a entrada repleta de luzes neon, que iluminavam os pequenos degraus da portaria. Um imenso cartaz dizia que haveria um show hoje a noite e por conta disso a bebida era liberada para todos os jogadores. Ao entrarmos, me surpreendi ainda mais com o quão grande era a variedade de mesa de jogos naquele local. Poker, Blackjack, Craps e todo tipo de jogo de azar que se possa imaginar.

O tal show começaria em meia hora, e esse era o tempo que teríamos para nos misturarmos com os demais. Compramos algumas fichas e resolvemos ficar pelos caças níqueis, pois era o local que dava uma melhor visão da entrada para o salão de shows. Logo, uma garçonete nos trouxe uma bandeja com vários copos de whisky, Taehyung e eu nos servimos, mas não o bebemos, precisávamos manter o foco.

***

Faltando dez minutos para começar o evento, observei um grande movimento dos seguranças indo em direção ao salão de shows. Três ficaram na porta recolhendo os celulares de quem entrava. Meus olhos se encontraram com os de Taehyung no mesmo instante, e ele fez um sinal de que não tinha jeito, precisávamos entrar. Entregamos os aparelhos, e em troca recebemos uma ficha numerada para podermos pegá-los depois da apresentação.

Entramos no salão pouco iluminado, apenas luzes néon, azuis e brancas iluminavam o local. Nos acomodamos em um dos sofás de veludo, que se encontravam em volta do palco. Não demorou muito e logo o palco se iluminou, revelando uma mulher alta com sorriso cativante e de longos cabelos vermelhos, que foi recebida com muitas palmas e assobios. Ela falava em tailandês, mas pela sua entonação, parecia estar preparando o público para dar início a apresentação.

Alguns minutos depois ela deixou o palco, mais uma vez sob aplausos e assobios. A luz se apagou novamente, e apenas um refletor ficou aceso, iluminando as costas de uma mulher de longos cabelos negros, ajoelhada no palco. Deslizando suas mãos pelo corpo com movimentos suaves e sincronizados com o beat da música, foi como ela começou a apresentação. O ritmo e a delicadeza de cada passo, aflorava sua sensualidade e luxúria, como se a música fizesse parte de sua alma.

Com um sutil movimento, ela revelou seu rosto para a plateia, roubando aplausos dos demais espectadores, exceto de mim, pois eu estava ocupado demais sorrindo como um idiota. Ao constatar que Lisa estava diante dos meus olhos, viva.

***

Assim que a apresentação acabou, o público a aplaudiu de pé, as luzes se apagaram e quando acenderam novamente, um grupo de mulheres subiu ao palco para dar continuidade ao restante do show. Continuei estático no sofá, assim como Taehyung. A minha ficha não caiu ainda. É real! Ela passou todos esses anos se escondendo.

Fechei meus olhos e respirei fundo. Ela deve me achar um idiota por ter chorado no túmulo onde está o corpo de outra pessoa. Como pude ser tão estúpido durante todos esses anos?

— Você tinha razão! — Falei, fazendo Taehyung me olhar surpreso. — Ela está viva!

— Jennie merece todo o mérito, não eu. — Ele se levantou olhando para os lados, agitado. — Vamos sair daqui! Se ela te viu estamos encrencados.

Voltamos à porta do salão de shows com as fichas para pegar os nossos celulares. Não havia filas, mas fomos barrados por dois seguranças.

— Desculpem, mas o dono do cassino gostaria de dar uma palavrinha com os senhores.

Os olhares de Tae se encontraram com os meus, eu sabia exatamente o que ele estava pensando: "fomos descobertos".

— E se não quisermos? — Retrucou Taehyung com autoridade.

— Não queremos problemas! — O segurança de ombros largos, vestido com um terno preto, nos mostrou a tela de seu celular, onde uma foto de Jennie entrando no hotel, no dia que ela se hospedou. — Apenas nos acompanhem!

Não tínhamos opção! Taehyung bufou de raiva e nos acompanhou, contra vontade. Mais quatro seguranças se juntaram a nós, antes de pegarmos o elevador. Um deles digitou o botão do décimo sexto andar, fazendo as portas dos elevadores se fecharem.

Alguns segundos depois, chegamos a um grande corredor, onde mais três seguranças nos aguardavam. Fomos guiados até uma grande porta de madeira envernizada com detalhes em dourado. O segurança, que continha a foto de Jennie, bateu na porta e após ouvir uma voz, ele a abriu, dando espaço para entrarmos. A porta dava a um enorme escritório com uma vista privilegiada da cidade de Bangkok. Prateleiras cheias de livros ao lado de uma estante cheia de garrafas de champanhe e whisky, chegava a ser uma ironia.

— Eu sabia que eram espertos, mas não há esse ponto. — Uma voz autoritária chamou nossa atenção para a mesa de vidro no canto da sala. — A quem devo parabenizar pela descoberta?

Lá estava ela. Sentada de braços cruzados em uma cadeira de couro preto, com um sorriso sarcástico preenchendo seus lábios. Sua aparência não havia mudado quase nada. Seu rosto continuava o mesmo, maçãs do rosto acentuadas e traços delicados, mesmo que sua maquiagem a deixasse com uma aparência mais madura. Seus cabelos longos, antes loiros, agora estavam completamente pretos.

— Olá para você também, Lisa! — Debochei. — É um enorme desprazer encontrá-la viva.

Sem se importar com o meu comentário, ela indicou as poltronas para que pudéssemos nos sentar e dispensou os seguranças falando em Tailandês.

— Agora que estamos sozinhos, posso dizer bem vindos ao meu império!

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Espero que tenham gostado, e sim, me inspirei no "LILI's FILM #3".