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- Ok, vamos apostar, se eu ganhar, uso o carro do papai durante uma semana!

- E se eu ganhar você vai arrumar a minha cama durante uma semana!

- Fechado.

As duas garotas se concentraram o máximo que puderam sobre a máquina de ursinhos de pelúcias, Lalisa mordia o lábio focando em um pinguim, que em seu ponto de vista era fofo, já sua irmã Tzuyu focava em um dinossauro azul com escamas laranjas, as testas franzidas, afim de ganhar a aposta boba que no final com certeza resultaria em uma briga sem nexo algum entre elas. Como sempre acontecia.

- PEGUEI! - Lalisa gritou, sua pelúcia chegando em suas mãos - O carro do papai é meu, baby, durante uma semana!

- Claro, roubando até eu.

Tzuyu revirou os olhos, dando de ombros e caminhando até outro arcade na qual gastaria todas as suas fixas.

As irmãs Manoban, eram conhecidas assim por todos, populares na escola, nas festas, e digamos que até na delegacia por se meterem em problemas "graves" pelo menos duas vezes por semana. Chou Tzuyu Manoban, com dezoito anos, repetente do terceiro ano, poderia se dizer calma quando não estava com a sua irmã mais nova, Lalisa Monoban, a adolescente de dezessete anos, não tinha medo das autoridades, e nem da vida, vivia do jeito que queria, depois da morte de sua mãe, sentia que não tinha a obrigação de obedecer ninguém, nem mesmo o seu pai, que fazia de tudo por elas. Ou ao menos tentava.

O câncer em Roberta foi descoberto tarde demais, quando Tzuyu tinha quatorze anos e Lalisa treze, ambas as garotas eram apegadas até que demais na mulher já que Oliver vivia viajando a trabalho, o contato era quase nulo, Lalisa foi conhecer o pai quando tinha seis anos, pois antes disso, depois que ela nasceu, o homem embarcou para a Europa, e só retornou depois de seis anos, Lalisa se lembrava da primeira vez que vira o pai, foi estranho, um homem de olhos verdes, loiro e alto entrando pela a porta de casa como se fosse sua, e claro, de fato era, mas pra Lalisa.. foi difícil entender que tinha um pai. Para ela, sempre foi Roberta, Tzuyu e Louis, o gato rabugento da família, e não havia mais um "integrante".

Ela achou estranho pois, o homem chegou a abraçando, beijando o seu rosto e a elogiando de como estava linda, enorme, parecida com ele, Lalisa nem sabia quem ele era, e se sentiu ofendida quando o cara falou sobre a semelhança de ambos. Os fios loiros quase carmim da menina não era parecido com o do pai, e nem os olhos castanhos puxados para o verde escuro, naquela noite ela se olhou no espelho e tentou procurar coisas iguais ao do seu pai, foi então que ela entendeu, que a única coisa parecida que tinha, era o seu pênis. O que sempre achou estranho, nem tanto pois sua irmã mais velha também tinha um, mas duvidava, pois nas vezes que tomou banho com a sua mãe, a mulher tinha algo totalmente diferente, escondido, era tão estranho.

Claro que era, foi muita informação para uma criança de seis anos.

Roberta era a "super mamãe" como Tzuyu a chamava, lavava, passava, cozinhava, limpava, pagava as contas, ia nas apresentações de dias das mães, dias dos pais, ia as reuniões, fazia as compras, as levava ao salão de beleza, ao médico, as colocava para dormir, curava seus machucados, era rígida quando precisava, Roberta era a verdadeira mãe/pai que Tzuyu e Lalisa conhecia, e a mulher ainda tinha tempo para fazer crochê, jogar bingo e dançar no centro da sala quando seus joelhos permitiam, puxando suas filhas para dançarem junto a ela.

Aquela mansão nunca era silenciosa, Roberta sempre estava ouvindo música, qualquer tipo de música, sempre estava girando o seu vestido em uma dança engraçada para as suas filhas, Tzuyu sempre estava girando junto a sua mãe e Lalisa sempre gargalhando enquanto pulava no sofá e batia as palmas admirando a sua mãe. Sempre tinha barulho de batedeira, do microondas, do forno, pois Roberta sempre estava fazendo coisas gostosas, como bolos, biscoitos, doces, tortas, pães, tudo o que Tzuyu e Lalisa amavam, as duas crianças sempre se encontravam sujas de farinhas, ou creme de chocolate, pois tentavam "ajudar" a super mamãe, mas sempre acabavam em uma guerra de comida, resultando também em broncas vindo de Roberta.

A Madrasta (Jenlisa - Satzu G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora