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"Jennie Pov"

Fechei a minha pulseira após espirrar o perfume em meu pescoço, pulso e atrás de minhas orelhas. Me olhei no espelho, afaguei meus cabelos com os dedos, divididos ao meio e completamente lisos, ajustei minha saia vermelha e verifiquei os meus saltos altos antes de pegar minha bolsa.

Andei devagar até o quarto de Sana, que estava sentada no chão ao lado de Tzuyu, pintando em seu livro favorito junto a menina, ela sorria e contava algumas de suas histórias para Tzuyu, que prestava atenção em cada palavra, deixando claro o seu interesse a cada frase que Sana lançava em cima dela. Dei um pequeno sorriso assim que finalmente seus olhos castanhos claros pousaram em mim, curiosa mas ainda sim receosa sobre a conversa anterior.

- Eu.. vou sair, está bem, Sannie? - perguntei com cuidado, ela deu uma pequena assentida - Você.. quer algo? Quer que eu compre algo pra você?

- Não - murmurou.

- Ok.. acho que em pouco tempo as suas amigas chegam, você sabe aonde fica os sacos de dormir, não sabe?

- Sannie tem autismo, mas Sannie não é burra. Não volte tarde, as ruas ficam perigosas de noite.

- Não vou, meu bem. Não durma tarde, e qualquer coisa me ligue está bem?

- Você pode trazer doces pra Sannie? Doces são bons.

- Vou trazer, Tzuyu vai ficar com você até as suas amigas chegarem.

- Bom passeio, mãe.

Beijei sua testa com calma, acariciei sua bochecha e confidenciei que a amava através dos olhos, ela sorriu, sabia o que eu falava quando a olhava daquela forma. Olhei para Tzuyu também, que nos observava com uma leveza no olhar nunca vista antes por mim, dei um meio sorriso pra ela e ela retribuiu.

- Cuide dela, Tzuyu. E me ligue caso alguma coisa acontecer.

- Pode deixar. Se divirta.

Lalisa me aguardava ao lado de fora, na garagem encostada em sua Lamborghini, a menina apenas sorriu, abriu a porta para que eu entrasse e logo fiz isso. Ficamos em silêncio o caminho todo, minha curiosidade querendo perguntar aonde iríamos, já que guardou segredo durante toda semana, sempre alegando que seria algo especial, algo que me surpreenderia. Então eu esperava por um jantar caro, em um navio, algo assim.

- Ok.. chegamos - ela anunciou assim que estacionou e desligou o carro - Vamos?

Saímos do carro, meus olhos procurando ao redor, tentando me localizar, mas nada parecia fora do normal, ou realmente requintado como pensei, parecia apenas uma rua, sem muitas coisas novas e caras. Lalisa parou, então eu parei também.

Meus olhos subiram para o letreiro brilhante em amarelo e branco mais acima, e por alguns segundos, pude sentir uma enorme vontade de chorar.

"Cinema"

Estávamos no cinema. Eu estava em um cinema pela primeira vez em trinta e um anos da minha vida.

Eu estava vidrada nas pessoas que aguardavam na fila da bilheteria, no carrinho de pipoca, o cheiro do cachorro quente e de alguns doces, me fez sentir como uma pequena garotinha em um parque de diversões pela primeira vez, era muita informação para que eu pudesse acompanhar com o meu raciocínio, minha cabeça até doía um pouco com tanta felicidade e ansiedade sobre algo tão bobo.

Como uma ida ao cinema.

Sorri o mais largo que pude para Lalisa, abraçando o seu braço, a ouvindo rir baixo enquanto nos guiava até a fila para a compra dos ingressos, eu literalmente parecia uma criança, até que as pessoas me encaravam como uma, mas eu não me importava.

A Madrasta (Jenlisa - Satzu G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora