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"Lalisa Pov"

Eu havia acabado de beijar a minha madrasta.

Eu havia acabado de dar o meu primeiro beijo. E foi com a minha madrasta.

Namorada do meu pai.

Eu estava fodida de todas as formas possíveis naquele momento.

O momento em que me permiti passar meu braço por seus ombros e acolher o seu corpo um pouco mais para perto, o momento que me senti leve, e meramente importante ao dar aquele pequeno deslize. Agora já era tarde demais, tarde demais para voltar atrás e dizer que aquilo era tão errado que poderia ser decretado como um crime. Ninguém nunca deveria saber daquilo.

Mas havia sido tão bom, não tinha certeza se o primeiro beijo era bom, já que Tzuyu sempre reclamou do seu primeiro beijo, dizendo que foi uma merda, acho que.. o meu não foi tão ruim assim.

O filme acabou um tempo depois, caminhamos um pouco, em silêncio, me parecia constrangedor, eu estava desconfortável sobre aquele silêncio e sobre aquele ar de "eu devo falar algo? Pedir desculpas talvez?" ao mesmo tempo que pensava "será que ela vai dar o primeiro passo da conversa? Será que ela quer conversar sobre isso?" minha mente estava uma verdadeira confusão, uma deliciosa confusão completamente errada.

- Podemos.. - ela começou, um pouco envergonhada - Tomar um sorvete?

- Claro, me parece bom. Vamos lá.

A segui até uma pequena e simples sorveteria mais à frente, Jennie pegou uma simples casquinha, e eu fiz o mesmo. Nos sentamos em um banco afastado de qualquer movimentação a mais do que a nossa, finalmente, depois de um longo tempo torturante, ela suspirou e se virou para mim.

- Eu odeio esse silêncio, então.. você quer dizer alguma coisa sobre o que aconteceu no cinema? Ou fingir que isso nunca aconteceu?

- É.. - cocei a nuca, mordiscando a casquinha - Olha, por mais que eu escolha a segunda opção, creio que nunca vou conseguir fingir que nada aconteceu. Ou que nada acontece. Não posso fechar os meus olhos para o que está bem na minha frente, não vou fechar os meus olhos, mesmo sabendo que, o que fizemos foi muito errado.

- Então.. - começou novamente - O que fazemos? - dei de ombros.

- Eu não sei, acho que, deveríamos ir conforme o fluxo, não é? Por que temos que decidir algo agora?

- Você está certa - sorriu, voltando a concentração em seu sorvete - Eu gostei do filme, e do cinema. Foi a melhor experiência da minha vida.

- Que bom, Nini - respondi, levantando os olhos para ela, podendo ver suas bochechas rosas pela a vergonha sobre a minha fala, eu ri - Por que sempre fica envergonhada quando te chamo assim?

- Todos sempre me chamaram de Jen ou Jennie. Isso é novo.

Ela respondia conforme eu a olhava com devoção, rindo quando ela ria, e concordando com qualquer coisa que saia de sua boca, eu só queria observá-la, até os meus olhos doerem de tamanha beleza, secarem e queimarem com tamanha luz natural que ela emanava. Eu só queria poder ter as minhas mãos em seu corpo, minha boca na sua de novo, era só aquilo que eu queria conforme ela tagarelava sobre a sua primeira vez no cinema, fui chegando um pouco mais perto a cada risada, até que ela percebeu a minha aproximação, parou de falar e só deixou um pequeno sorriso em seus lábios, os quais tomei nos meus, com tamanha calma, segurando o seu queixo e o inclinando um pouco para cima, tombando a minha cabeça e abrindo a minha boca assim que a ponta da sua língua marcou presença sobre nós.

Deslizei seus cabelos para trás de sua orelha e ombro, descendo as mãos suavemente até a sua cintura, aonde apertei, ainda por cima do tecido, mas sentindo a sua pele sobre a parte que o seu cropped vermelho não cobria, a sensação de seus dedos sobre os pequenos fios da minha nuca me fazia derreter, tremer, querer suspirar, qualquer coisa que mostrasse que ela deveria continuar com os seus apertos sobre eles.

Que os maltratassem com as suas mãos, que me marcasse com as suas unhas, dentes, que me observasse tão intensamente como eu a observava.

Perdida em sua língua e em conseguir o controle sobre o beijo, deixei que a minha mão direita caísse sobre sua coxa, a sua pele quente, macia sendo acariciada por meus dedos, os pequenos pelos se eriçando contra o toque, o ar sumindo sobre a sua boca, podia sentir a sua testa franzir um pouco assim que apertei a lateral da sua coxa, caindo minha cabeça até o seu pescoço, minha língua desceu e subiu por sua veia meio ressaltada, mordi e beijei cada centímetro do seu canto esquerdo, sobre a sua pele branca e suave como seda.

Faminta por ela, a puxei para mais perto, Jennie soltou um pequeno gemido com os meus atos, dei um pequeno sorriso ao ver o vermelho em seu pescoço, causado por mim e meus dentes. Jennie sorriu, retirou minhas mãos e se afastou um pouco assim que um grupo de pessoas passaram por nós duas. Nos encaramos depois da leve passeada sobre os outros, e rimos tímidas.

- Ainda não acredito que fui ao cinema - ela sussurrou - De verdade, Lili.. muito obrigada por isso.

- Não precisa agradecer, apenas sorria, isso já é o meu pagamento por isso.

Suas bochechas ficaram rosas de novo, ela abaixou o olhar e pude ver que tentava esconder o pequeno sorriso se formando, sorrindo ainda mais ao não conseguir contê-lo, murmurando assim que eu ri apertando sua bochecha esquerda.

- Para.. - Jennie pediu, rindo. Mas eu não consegui fazer nada além de trazê-la para os meus braços, acho que aquele já era o meu abraço favorito, afaguei seus fios assim que deitou a cabeça em meu ombro, ambas olhando para cima, podendo ver claramente as estrelas que iluminava o nosso momento - Temos que tomar um pouco de cuidado, sobre.. nós duas.

- Huhum - eu murmurei com os olhos fechados enquanto inalava o seu perfume capilar causado por seu shampoo ou condicionador.

Sem tinta vermelha.

- Podemos ir? Meus saltos estão me matando.

Me levantei e a segui até o meu carro, mas podendo ter a certeza que estava sorrindo igual uma idiota.

A Madrasta (Jenlisa - Satzu G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora