A Madrasta (Jenlisa - Satzu G!P)

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"Pov Jennie"

- Sannie precisa de água primeiro, Sana vai tomar água primeiro - ela murmurou assim que abriu a porta do quarto, vendo que eu estava encostada na parede ao lado.

Deixei que ela passasse e descesse, mas assim que Tzuyu saiu do quarto, meu corpo se consumiu em uma raiva anormal, a qual nunca senti em toda a minha vida, desejando loucamente e cegamente para que aquela garota morresse, eu era calma na maioria do tempo, mas ela havia mexido com o meu bem mais valioso, ela havia machucado a minha filha.

- Eu vou ser breve com você - comecei, a assustando um pouco, pelo o meu tom de voz feroz, sem paciência ou sem medo - Se você chegar perto da minha filha de novo, se você dirigir uma mísera palavra a ela, se você ousar a pousar os olhos na Sana de novo, eu vou fazer da sua vida um inferno, e eu não estou divagando ou blefando, estou falando sério. Respire perto de Sana, tente respirar perto dela e considere esse o seu último suspiro. Fui clara?

Tzuyu travou o maxilar, segurou mais forte o seu violão e saiu em direção a quarta porta à direita, a fechando e a trancando alguns segundos depois. Sana logo estava no segundo andar, passou reto por mim e entrou no seu quarto, o sinal de recepção foi a sua porta se manter aberta após o seu adentrar ao cômodo. Eu a segui.

Quando Sana tinha os seus ataques de raiva, choro, grito, era sempre mais delicado a aproximação, por mais raro que fosse aqueles ataques. Lidei com ela daquela forma apenas três vezes nos seus dezessete anos, era algo que ainda desenvolvia devagar. Esperava ela falar primeiro, o seu sentimento, a sua dor, a sua angústia, ou apenas os seus pensamentos mais amargos, refletia, e a mostrava que eu estava ao seu lado, e que queria o seu melhor, independente de qualquer fato acontecido.

- Yoda está machucada - murmurou - Lisa machucou Yoda. Por que você deixou que Lisa machucasse Tzuyu?

- Tzuyu te machucou primeiro, Sannie, duas vezes..

- Não devemos machucar os outros só porque fomos machucados! É irônico como todo mundo se vitimiza, é irônico como todos pedem por um lugar, por um mundo melhor, sendo que sempre pagam na mesma moeda. Pagam violência com violência, crime com crime, ódio com ódio. Nunca vi alguém pagar nada com amor, carinho, compreensão ou afeto. Sabe porquê? Porque não passamos de sete bilhões, oitocentos e oitenta e nove milhões, oitocentos e vinte e quatro mil, e oitenta e cinco pessoas egocêntricas! Sete bilhões de pessoas que só pensam no próprio umbigo, no próprio nariz! E isso é errado!

Escutei tudo calada, com os olhos fixos nos dela, tentando adivinhar o que ela queria sobre aquela conclusão e egocentrismo e poluição mental sobre os demais humanos. Ainda esperava a chave final daquilo, do seu raciocínio único e rápido.

- Yoda me deu um box da Mulher Maravilha, e Sana sabe! Eu sei que esse presente não vai curar os meus machucados, e nem todas as palavras feias e bobas que ela falou para Sana. Mas Yoda também tem machucados, os olhos de Yoda não são caidinhos por sua escolha, e sim por estarem tristes, eles estão caidinhos porque ainda não encontrou a luz, para sorrir e brilhar. Sana quer ser a luz de Tzuyu.. Sana quer ser amiga de Tzuyu.  Você não precisa mais me dar um amigo de aniversário, Sana vai conquistar Yoda, Sana se dará o próprio presente. Independe como uma adolescente normal de dezessete anos. Porque Sannie pode ter autismo, mas Sannie não é burra e nem dependente.

Suspirei relaxando um pouco os ombros, me aproximei devagar e abracei, deixando que ela descansasse a testa em meu peito, eu não queria que ela se apagasse a Tzuyu, iríamos embora, e ela sofreria com aquilo. Mas os seus olhos castanhos pidões.. droga, eu era fraca demais para aquela bebê de dezessete anos.

- Só não quero que se machuque, Sannie.. eu sou sua mãe, e a última coisa que uma mãe quer é ver o seu filho machucado.

- Sannie não vai se machucar mais. Sannie promete. Posso ser amiga da Tzuyu?