Foi apenas uma noite

Capítulo 6

Chegando no aeroporto de Londres, pego um táxi e vou direto pra casa. Preciso deixar essas malas la e tomar um banho. Mas antes disso tudo preciso falar com meu pequeno.

- Alô Mary? 

- Oi minha filha! Como você está? Voce ja chegou de viajem? 

- Sim dona Mary. Como está meu pequeno? Ele esta bem? Perguntei preocupada.

- Ora minha filha ele esta ótimo! Senti sua falta. Daqui a pouco Pedro estará aqui para almoçar. Conversei com ele e ele me contou tudo. Ainda não acredito que ele fez isso com você. É meu filho mas ele ainda assim fez muito errado. Não o eduquei assim. Disse decepcionda.

- Mary ele saiu de você. Você deu todo amor pra ele e mostrou o que é certo e errado. A atitude dele não tem nada haver com você, tem haver com quem ele é realmente. Mostramos quem somos com o que fazemos no nosso dia a dia. 

- Eu sei minha filha. Estou tão decepcionada com ele. Mas vamos mudar de assunto que isso doi em nós duas.  

- Vou passar em casa tomar banho e vou aí. 

- Esta bem minha filha. Vem logo.

Desliguei a ligação

Era difícil demais lembrar de tudo isso e não derramar uma lágrima. Nem todo álcool do mundo faria evaporar minhas lágrimas. Seco uma lagrima que escapa e respiro fundo. Chega de choro. Engole o choro! Disse pra mim mesma.

Do nada o motorista para. Estava bem próximo ao condômino que moro. 

- Motorista o que houve? Porque paramos? Perguntei olhando para fora do carro.

- Teve um incêndio no condômino. Os bombeiros estão apagando o fogo. Me informou. 

- Incêndio?! Eu moro nesse condominio! Disse abrindo a porta do carro e saindo correndo. 

- ei! Dona espere! O motorista tentou me parar mas eu corria mais que ele. 

Quando chego no portal do condomínio  vejo o porteiro correndo em minha direção com uma cara que mostrava pesar.

- Senhora Rebecca! Sinto muito. Sua casa pegou fogo. Se acalme. Por favor. Disse me segurando pelos braços.

- Meu Deus... Não aguentei e chorei.  O que mais falta para hoje? Pra onde vou com meu filho? Ja é difícil dizer que me separei do pai dele. Como vou dizer que a casa pegou fogo?

- senhora Gonzáles? Você é a dona da casa? Perguntou um bombeiro. 

- sim... Sim sou eu. Porque minha casa pegou fogo? Quando vou poder voltar pra casa?

- infelizmente senhora não sera possivel. O fogo consumiu tudo. A válvula do gás estava aberta e explodiu. Pode ter cido ao acender a luz ou ate mesmo uma faísca minima. Com o ambiente cheio de gás uma faisca é mais que o suficiente para causar um incêndio e uma explosão. Controlamos o fogo mas a senhora não podera voltar. Lamento. Disse e saiu para ajudar os outros bombeiros.

- Mas... O que.... Eu dei duro... E... Ah... Foda se!  Chorei mais ainda. Não posso voltar pra casa. Não tenho mais ninguém aqui para me dar abrigo. Pagar um hotel? É uma opção. Pelo menos é o provisório. Em meio ao choro recebo uma ligação de um número desconhecido e desligo. 

Pego minha bolsa caida no chão e volto para o táxi. 

- Motorista ta aqui seu dinheiro da corrida anterior e aqui esta mais duas. Disse entregando o dinheiro.

- Senhora não. Vi o que aconteceu com sua casa. Sinto muito. Use a alugue um lugar para você. Sei que se saira bem e poderá reformar sua casa... O seguro cobre. Disse o motorista devolvendo o dinheiro. 

- Não dá. A casa não tem seguro. Mesmo tendo projetado a explosão fez estrago..  Disse limpando as lágrimas com a mão.

- você vai se sair bem senhora. Vou te levar. Hoje serei seu motoriata particular. Disse sorrindo.

- muito obrigado. Agradeci e disse o endereço da minha ex sogra.

Ficar sem casa, ser traída, enganada e pra piorar minha menstruação desceu. Que droga! Preciso resolver isso logo. Mas antes preciso falar com meu filho e o abraçar. Ele é o maior tesouro da minha vida graças a Deus que ele estava com sua avó. Fico triste por não ter mais uma casa cheia de lembranças felizes. Falsas mas felizes. 

Bom... Agora é seguir em frente. Deixar o que passou para trás e focar no futuro. Meu filho e eu. Somente. Não preciso de mais nada ou ninguem. Alem de de Deus, meu filho e eu junto deles.