Capítulo 21

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Rebecca

Chegando ao aeroporto, vi Ian conversando com o piloto do avião a tripulação. Não gostei nenhum nenhum pouco do jeito que a aeromoça comia ele com os olhos. O carro parou e o motorista abriu a porta para que saíssemos. Samuel dormiu durante a viagem de carro, tadinho. O peguei no colo enquanto saia do carro. Cena digna do ditado brasileiro: Sem jeito mandou lembranças. Depois de alguns minutos, consegui sair do carro. Não queria acordar Samuca, por isso o deixei no meu colo, sem falar que é tão bom ficar abraçada com ele. Porque eles crescem tão rápido?
Caminhamos até a tripulação e eles se apresentam. A loira que comia Ian com os olhos ainda olhava pra ele, ela tinha a maquiagem forte e os lábios era vermelho vivo e ainda mordia os lábios. Franzi o cenho quando olhei para ela. Mas, desfarcei rapidamente para ninguém notar. Fracassou, Ian notou.
- O que houve my aingeal? - ele se aproximou mais de mim e procurou no meu rosto algum indício de que eu não estava bem.
- Está tudo bem meu amor. Foi só um encômodo, mas já passou. - ele soltou o ar que estava preso e me deu um selinho rápido, mas o sorriso em seu rosto era esplêndido. Adoro vê-lo sorrir.
- Então vamos meu amor. Se sentir algum desconforto, tem farmácia no jato para se sentir melhor. Sinta se a vontade my aingeal.
Mary subiu as escadas do jato primeiro e depois eu subi e Ian veio atrás de mim. Olhei para a loira e ela estava com uma expressão de decepção no rosto, ela me olhou e sorriu um sorriso amarelo. Acho que agora ela se comporta. Meu Deus o que está havendo comigo?! Nunca fui ciumenta a essa ponto. Preciso fazer uma visita ao médico. Com certeza meus hormônios estão acabando comigo. TPM é uma droga.
Assim que entramos no jato, sentem com Samuca na poltrona e afivelei o cinto de segurança. Por sorte, a regulagem do cinto já estava ajustada. A loira veio em nossa direção nos informando que o avião iria decolar dentro de 10 minutos. Ela disse que eu poderia colocar Samuel no quarto do jato, ele estaria seguro. Mas preferi que ele ficasse comigo, pelo menos até o jato alçar vôo e ficar estabilizado no ar. Sem turbulência. Odeio viajar de avião e carro. Me dá enjôo. Por anos me disseram que era enjôo psicológico. Pura mentira. Ainda bem que não comi nada pesado,seria horrível correr pra vomitar no banheiro, se desse tempo pra isso.
Ian se senta a minha frente e afivelou seu cinto. Mary estava ao meu lado e deu pra perceber que estava um pouco nervosa. Não sei se era por estar no avião ou se por estar indo para longe de sua casa e filho. Então segurei sua mão e sorri pra ela, tentando trasmitir segurança e conforto. Ela apertou minha mão quando saímos do chão, então concluí que era medo de voar. Passando a turbulência, finalmente estávamos voando tranquilamente. Recebemos sinal de que estávamos livres para andar pelo jato e então soltei o cinto e segui para o quarto no interior do jato. Quando eu ia abrir a porta, Ian a abriu pra mim e sorriu. Entramos no quarto e coloquei Samuel na cama com muito cuidado. Assim que o coloco na cama, ele resmunga e vira de lado. Peguei um cobertor e coloquei em cima dele para que não sentisse frio. Dei um beijinho em sua testa como sempre e sai do quarto deixando um pouquinho da porta aberta. Assim quando ele acordasse, iria ver que estamos aqui e não iria se assustar. Ian segurou minha mão e me levou a cozinha, a aeromoça estava conversando com Mary animadamente. Assim que entramos na pequena cozinha, Ian fecha às cortinas e se vira me beija. Correspondo sempre e com a mesma intensidade, esse homem me tira do eixo. Mas, uma pontada no baixo ventre me puxa de volta a realidade. Interrompi o beijo abruptamente por causa da dor e Ian me olha preocupado. Realmente essa dor está fora do normal, depois de ser mãe, nosso corpo muda. Minhas cólicas menstruais antes de ter filho eram brandas. Depois de Samuel nascer, elas vêem um pouco mais forte, mas um analgésico e tudo fica bem denovo. Mas, essa pontada... Foi forte, que como uma contração.
-Meu amor, vc está bem? Quer tomar algum analgésico? Temos aqui. - Ian me colocou sentada na no banco que tinha no canto perto do telefone, enquanto ele procurava na dispensa o remédio. A dor ia e vinha, abaixei a cabeça, apertei o maxilar e as mãos na roupa o máximo que pude para não gritar. Tava piorando, parecia me rasgar por dentro. Eu já tinha tomado um analgésico para não sentir dor. Não resolveu.
Ian chega com uma cartela de analgésico e uma garrafa de água. Pego das mãos dele rapidamente e quebro a cartela de comprimidos, pego um, ponho na boca e abro a garrafa, dou três goles grandes pra descer mais rápido e fecho os olhos esperando a dor passar. Tem alguma coisa errada comigo e não sei o que é. Ian pega uma almofada e me entrega.

- Talvez isso ajude. Lembro quando minha mãe ficava com cólicas intensas ela sempre abraçava um travesseiro ou almofada bem próximo ao abdômen. - peguei a almofada e apertei contra o abdômen. E quando não funciona?

- E quando não funcionava? - Ian me olhou e tocou meu rosto.

- Ela deitava de bruços e ficava quietinha. - ele sorriu pra mim e beijou minha testa.

- A almofada está ajudando um pouco, mas preciso me deitar. Ficarei melhor deitada. - me levantei e Ian me ajudou a me levantar. O remédio me deixou um pouco tonta, vi tudo rodar. Assim que saímos da cozinha, a loira passou por nós e me olhou.

- Está tudo bem senhora? Está pálida como vela. - tinha preocupação no seu tom de voz, mas nos seus olhos, eu vi que isso era pura falsidade.

- Está sim, é só um enjôo. Nosso filho anda de roda gigante na minha barriga. - sorri falso e coloquei a mão livre na barriga, acariciando de leve. Vi por um segundo a infelicidade no seu olhar, somente por um segundo. Ela me parabenizou e segui para o quarto junto a Ian. Mary estava tomando chá e disse que iria me deitar um pouco. Disse que Ian faria companhia a ela. Eles sorriram. Chegando no quarto, me sento na cama com calma para não acordar Samuel. Ian chega perto de mim e me dá um selinho.

- Ciumenta. Sei que disse isso somente para espantar a loira. - ele estava segurando o riso.

- Eu cuido de quem amo e ela é furada. - Ian me olha incrédulo com o que eu disse.

- Eu sou seu meu amor. Desde o dia que vi você me comendo com os olhos naquele palco. Quando te beijei, sabia que te amava. Mas eu fico feliz por você sentir ciúmes de mim, mesmo não querendo admitir. - Eu ia protestar quanto ao meu ciúmes mas ele me deu outro selinho e saiu pela porta sem que eu pudesse responder. Tirei os sapatos e me deitei de bruços ao lado de Samuca, tinha uma bainha no canto da sua boca. Dei um beijinho na sua testa e adormeci.

Foi apenas uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora