Capítulo 4

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Escola, sala de música, alguns dias depois...

Louis escolhia a partitura que sua aluna usaria naquele dia, quando percebeu que ela o observava. Ergueu os olhos para a menina.

Louis: - O que foi, Dami, estou com a cara suja? - perguntou brincando.

A garota ruborizou visivelmente e Louis sorriu.

Dami: - Não... não é isso, desculpa.

Louis: - Não precisa se desculpar, apenas diga o que se passa na sua cabecinha. - pediu entregando a partitura a ela.

Dami suspirou desanimada.

Dami: - Minha mãe não quer me deixar vir à festa de sábado. - reclamou com voz sumida.

Louis: - Hum... você tem dezenove anos, certo?

Dami: - Sim.

Louis: - Então... a festa é para maiores de dezesseis anos desacompanhados, por causa da Barraca do beijo. Não queremos ter problemas com os pais, por isso colocamos a idade mínima no convite. Sei que não é seu caso, pois já tem dezenove, mas, ao invés de passar por cima da autoridade da sua mãe, tente convencê-la a te deixar vir, ou traga ela com você.

Ela baixou os olhos.

Dami: - Eu disse a ela que viesse junto... mas ela não quer. - ergueu os olhos novamente. - Por favor, professor, fale com ela! - pediu.

Louis a encarou pensativo.

Louis: - Vou pedir ao John para conversar com sua mãe, está bem? Mas você vai ter que me prometer que fará os exercícios em casa. Percebi que você está falhando em notas básicas.

A garota sorriu sem graça.

Dami: - Desculpa, professor, prometo praticar mais em casa.

Ele sorriu concordando.

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Uma semana depois...

Mark entrou na sala para a primeira aula do dia. O rapaz se surpreendeu ao ver Sol ali.

Mark: - Bom dia.

A mulher sorriu.

Sol: - Bom dia. Peço desculpas por invadir sua sala... só passei para matar a saudade.

Ele colocou a mochila sobre a cadeira e se aproximou da ex aluna.

Mark: - Não me conformo que nos deixou. Era a minha melhor aluna e sabe disso.

Ela baixou a cabeça.

Sol: - Sinto muita falta da dança. - retrucou com tristeza na voz. - Ajudava a... - ela suspirou. - Enfim, ajudava em tudo na minha vida.

Mark: - Ajuda a controlar o stress. Sei bem como é isso.

Ela concordou com a cabeça.

Mark: - Está tudo bem? - perguntou preocupado.

Sol ergueu os olhos para encarar o professor.

Sol: - Mais ou menos. Eu tenho me encontrado escondida com a advogada e isso está me deixando em tensão constante.

Mark: - Tem medo que seu marido descubra, não é?

Sol: - Muito medo. Menti dizendo que estou fazendo um tratamento dermatológico, com a esposa do John, para poder sair toda semana. Como o motorista dele me leva, a pobre advogada precisa ir até a clínica dela para me atender.

BARRACA DO BEIJO - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora