Capítulo 13

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Manhã de segunda-feira...

Choi Min entrou na delegacia, cumprimentou o policial da entrada com um gesto de cabeça e seguiu direto para o vestiário masculino nos fundos. Ji Soo o observou retirar o pesado casaco, os óculos escuros, o boné e a peruca.

Ji Soo: - Tem certeza que não te seguiram? - perguntou enquanto abotoava a camisa.

Choi Min: - Estou dando voltas no quarteirão há meia hora. Tenho certeza. E depois... eles estão preocupados em se manterem bem longe daqui, eu te garanto.

Chang Wook entrou pela porta e abriu seu armário, jogando sua jaqueta lá dentro. Ele se voltou para os outros dois.

Chang Wook: - Reunião na sala de interrogatórios depois do café. - informou aos dois. - Consegui boas pistas mostrando as fotos ao Mark naquele dia, inclusive descobri quem o está seguindo.

Choi Min: - Uma boa notícia para variar. A que horas o Matteo vai chegar?

Ji Soo: - Ele não vem. No fim de semana ele viu, pela janela do apartamento, um homem de binóculo do outro lado da rua, por isso não acha seguro deixar a testemunha sozinha.

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Matteo a observava enquanto bebericava seu suco. Sol estava parada em frente a janela, tomando uma xícara de seu chocolate quente preferido, distraída com a paisagem da bela manhã.

Ele só permitia que ela ficasse em frente àquela janela em especial, pois era a única com vidros espelhados do lado de fora, por isso ela não corria o risco de ser descoberta ali.

Matteo se aproximou e ela se voltou ao sentir sua presença.

Matteo: - Seu pensamento parecia tão longe. - comentou. - E você parecia triste demais.

Sol baixou os olhos para a xícara.

Sol: - Saudade... - ela falou em português e Matteo a encarou confuso.

Ela sorriu e se afastou da janela.

Sol: - Sabe aquela dorzinha no fundo do peito, de quando você sente muito a falta de alguém? - perguntou baixinho, colocando a xícara na mesinha. - Estou sentindo muita falta do Nick. - murmurou.

Matteo reparou nos olhos dela marejados. Colocando seu copo ao lado da xícara ele se aproximou e a puxou para seus braços. Sol ficou tensa e tentou se soltar, mas ele a segurou.

Matteo: - Aish... é só um abraço. - ele reclamou. - Às vezes você nem parece brasileira, noona. - falou olhando nos olhos dela.

Sol se recriminou em pensamento por se afetar tanto com aquela proximidade. Ele cheirava a creme dental, morangos e um perfume suave, que ela ainda não conseguira descobrir o que era. Seus rostos estavam tão próximos que ela podia ver a pintinha no nariz dele.

Aquela proximidade a afetava muito mais do que gostaria de admitir a si mesma naquelas circunstancias. A vontade de acariciar aqueles cabelos era tão grande que Sol prendeu a respiração.

Matteo afrouxou um pouco o abraço. Ele apoiou a cabeça dela em seu peito.

Matteo: - Eu te afeto tanto assim, noona? - perguntou num sussurro junto a orelha delicada.

Sol sentiu seu corpo inteiro se arrepiar ao ouvir a voz grave e rouca sussurrada junto ao seu ouvido. De repente a idade dele perdeu qualquer importância, e os problemas dela também foram jogados para o fundo de sua mente.

Se recompondo ela colocou as duas mãos no peito dele e o empurrou. Matteo a soltou, disfarçando a frustração pela recusa dela. Sol voltou para perto da janela, de costas para ele.

BARRACA DO BEIJO - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora