Capítulo 15

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Sol mandou mais uma mensagem para Matteo, e novamente ele não visualizou. Ela se sentou em frente à TV, muito nervosa, mas não teve coragem de ligar para ele. Durante todo o tempo em que estivera ali, Matteo a tinha mantido informada sobre seu paradeiro durante todo o dia.

Agora ela se dividia entre a preocupação pelo atraso dele e a insegurança. Será que ele tinha saído para beber com os amigos e ficar longe dela... por causa do beijo da noite anterior? Ela pensava. Sol suspirou, olhando novamente para o celular.

A última mensagem dele havia sido há algumas horas, um pouco antes do término das aulas dele na escola, e fora uma mensagem muito fofa. Sua cabeça fervilhava de dúvidas e a preocupação estava ganhando força, pois ela temia que o ex marido tivesse descoberto sobre Matteo.

Sol sabia que Dong Ha era ciumento, egoísta, influente e perigoso, ele não perdoaria a amizade da mulher com nenhum homem... muito menos algum que a tivesse ajudado, como Matteo tinha feito nos últimos meses.

Ela fechou os olhos agoniada.

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Rio Han...

Matteo chacoalhou a cabeça, ainda tonto. Percebeu que estava de ponta cabeça e esticou o braço devagar, soltando seu cinto de segurança e se virando com cuidado sobre o banco. O carro já começava a encher de água e ele sabia que precisava sair dali, mas ao mesmo tempo estava certo de que os homens o estariam esperando, provavelmente armados, para atirarem nele e terminar o serviço.

Matteo não tinha mais dúvidas de que os homens não queriam pegá-lo, queriam matá-lo. Nenhum motorista teria conseguido desviar daquele carro, na velocidade que estavam. Seu coração batia acelerado e suas mãos tremiam.

Respirando fundo para se acalmar, ele pensou em um plano. Matteo aguardou até que o carro estivesse quase cheio de água e então abriu o vidro, nadando para fora. Estava escuro, mas ele sabia que precisaria ser o mais discreto possível e agradeceu pelas inúmeras aulas de mergulho que sempre gostara de fazer.

Matteo nadou devagar, balançando as pernas suavemente, se afastando do carro, indo para longe, mas acompanhando a margem do rio. Ele levantou a cabeça para respirar por quatro vezes e em uma delas viu as luzes das lanternas dos dois homens que o procuravam.

Ele mergulhou novamente e nadou para mais longe. Quando sentiu que já se distanciara bastante do carro ele nadou até a margem e se sentou, respirando ofegante. Matteo apalpou a si mesmo, tentando descobrir se o capotamento o ferira de alguma forma.

O rapaz sentiu uma dor aguda na testa ao passar a mão pelos cabelos molhados. Tirando o celular do bolso Matteo agradeceu aos céus pela sua ostentação ao comprar o aparelho a prova d'água.

Ele ligou para o chefe. Chang Wook atendeu no segundo toque.

"Chang Wook: - Graças a Deus! - ele falou aliviado do outro lado da linha. - Aonde você está? Você está bem? - perguntou aflito"

Matteo sorriu debilmente.

Matteo: - Estou vivo. - murmurou, ainda ofegante. - Mas meu carro está no fundo do Han. - explicou sem dar detalhes.

Ele ouviu quando o mais velho praguejou.

"Chang Wook: - Se estiver seguro, fique aonde está. Estarei aí em cinco minutos!"

Matteo: - Ok.

Matteo desligou e se jogou deitado na vegetação.

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BARRACA DO BEIJO - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora