Capítulo 5

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Algumas horas antes...

Depois de beber muito, logo pela manhã, o marido de Sol entrou no quarto de Nick, onde a esposa vinha dormindo há várias semanas, e a agrediu fisicamente, arrancando-a com violência da cama, machucando seu braço.

Sol tentou se defender dos socos e escapou de suas mãos, alcançou a cômoda e jogou nele o pesado IPad do filho.

O homem ficou ainda mais furioso e jogou um abajur nela, atingindo-a na testa. Sol ficou tonta com a pancada e acabou desabando sentada no chão, ao lado da cama. Nick acordou assustado e, vendo a mãe sangrado, começou a chorar, correndo até ela.

Sol abraçou o garotinho, tentando protegê-lo do marido furioso que não parava de gritar e jogar objetos nela. O motorista e secretário ouviu o choro da criança e entrou no quarto, conseguindo trazer o patrão de volta à razão e afastando-o dali.

Sol não perdeu tempo, jogou algumas roupas do filho numa mochila e saiu com ele pela porta dos fundos. Pegou o celular e ligou para a advogada, que prontamente foi buscá-los em um local mais afastado da casa dela, pois Sol temia que o marido descobrisse logo sua fuga e não quis arriscar.

Ao chegar, Kelly se assustou ao ver o rosto da cliente com um filete de sangue que saía de um ferimento na cabeça, bem próximo à testa dela. Com o kit de primeiros socorros que mantinha no carro, ela fez um curativo na testa de Sol e quis levá-la ao hospital.

Kelly: - Vou te levar ao hospital, esse ferimento talvez precise de sutura.

Sol: - Não! - negou com pânico na voz. - Será o primeiro lugar que ele mandará alguém atrás de mim. Nem pensar.

Kelly suspirou, ela sabia que a outra tinha razão.

Kelly: - Vou entrar com uma medida protetiva, para que o Juiz o obrigue a manter distância de vocês, mas antes preciso deixar os dois em um esconderijo seguro.

Sol: - Posso pagar um hotel, mas ele descobriria logo. - ela fechou os olhos, os dedos acariciando os cabelos do filho em seu colo. - Não sei o que fazer.... - sussurrou agoniada.

Kelly: - Vou te levar para a minha casa.

Sol: - Não! - negou com veemência. - Você está registrada no processo de divórcio como minha advogada, ele com certeza já deve ter alguém vigiando sua casa a essa altura.

A outra praguejou, tentando pensar numa solução melhor.

Kelly: - Infelizmente ele conhece todas as suas amigas, na casa delas não seria seguro. Que tal um motel? Eles liberam quartos sem documentos por um trocado a mais.

Sol: - Sim. Essa acredito que será a solução ideal. - ela pegou a mão da advogada. - Antes me leve até a escola. Preciso falar com Matteo.

Kelly: - Aishhh... você insiste nisso.

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De dentro do veículo de vidros escuros, as duas viram quando Dong-ha entrou novamente no carro e foi embora. Sol ainda esperou cerca de dez minutos, para ter certeza que o marido não voltaria.

A festa seguia animada quando John anunciou no microfone o início da fila para a Barraca do beijo, a parte mais esperada pelas garotas presentes no evento. A escola era famosa pelos homens bonitos, a maioria ainda solteiros.

John: - As meninas estão ansiosas?

Antony apertava as mãos no colo, parecendo muito nervoso. Zoe o achou ainda mais encantador. Ela já estava na fila, o cheque nas mãos. A fila para beijar o rapaz estava longa e ela se sentia incomodada pelo ciúme, mas se tranquilizava vendo que eram apenas meninas, na maioria.

BARRACA DO BEIJO - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora