Capítulo 9

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Algumas horas depois...

Já fazia mais de duas horas que Mark e Kelly tinham ido. Matteo estava sentado ao lado da cama, segurando a mão de Sol. Nick estava sentado com as pernas cruzadas no sofá, entretido com um jogo no celular de Matteo.

Passava um pouco das onze da manhã quando o rapaz sentiu que ela se mexia na cama. Os olhos dela se abriram devagar e ele ficou apreensivo. Sol puxou a mão que ele segurava e tentou se sentar na cama.

Sol: - Nick! - ela gritou angustiada, se lembrando dos últimos acontecimentos no hotel.

Matteo: - Calma! Ele está bem! - falou enquanto a segurava para que não se machucasse com a agulha do soro em seu pulso.

Nick: - Eu estou aqui, omma. - ele largou o celular e correu até a mãe.

Sol puxou o menino, abraçando-o com força.

Sol: - Você está bem? - perguntou aflita, afastando o menino apenas o suficiente para examinar o rosto dele e o braço.

Nick: - Estou bem, não está doendo mais. - ele tentou tranquilizar a mãe. - A sua cabeça dói? - perguntou preocupado.

Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas Matteo viu quando Sol respirou fundo, se recusando a chorar.

Sol: - Eu estou bem, amor.

Ela colocou a mão sobre a agulha, tentando tirar o esparadrapo que a prendia ao seu braço. Matteo a impediu segurando sua mão.

Matteo: - Noona, o que pensa que está fazendo?

Ela ergueu os olhos para encará-lo.

Sol: - Preciso sair daqui. Serei encontrada facilmente se ficar em um hospital. - ela explicou aflita. - Nick, pegue suas coisas.

Matteo odiou ainda mais o marido dela ao ver o pânico nos olhos escuros. Ele segurou as mãos trêmulas entre as suas.

Matteo: - Calma, noona. Por favor, se acalme e me escute.

Os lábios dela tremeram e ela respirou fundo.

Sol: - Você não entende... - sussurrou. - Ele vai nos encontrar aqui.

Matteo: - Ele não vai. E se ele vier, eu estarei aqui. Você não está mais sozinha.

Sol: - Matteo, eu não posso... - ela meneou a cabeça. - Não pode ficar aqui, não deve se envolver assim...

Uma batida na porta interrompeu as palavras dela e Matteo percebeu que ela enrijeceu os músculos na mesma hora. O rapaz sentiu pena. Nick também se encolheu ao lado da mãe.

Matteo: - Calma, provavelmente é a enfermeira.

A porta se abriu, confirmando as palavras dele. Uma simpática moça entrou, se apresentou, retirou o soro do braço da paciente e informou que ia também trocar o curativo da cabeça dela. A enfermeira pediu ao menino que fosse para o sofá, para que não ficasse impressionado. Nick obedeceu e logo já estava novamente entretido com o joguinho no celular.

Enfermeira: - O senhor também poderia nos dar licença? - pediu a Matteo.

Antes que ele se afastasse Sol segurou a mão dele com força.

Sol: - Não, por favor deixe-o ficar. - ela sorriu para a enfermeira. - Ele é meu melhor amigo, me sinto mais segura com ele aqui.

A enfermeira sorriu compreensiva e começou seu trabalho. Matteo sentiu um aperto em seu peito ao ouvir as palavras dela... amigo. Devia se sentir feliz, mas não conseguia. Aquela palavra o machucava mais do que ele gostaria de admitir e o fazia se sentir ainda mais culpado.

BARRACA DO BEIJO - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora