Capítulo 45

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~Fogueta on~

Fogueta: Oi filhão, que milagre tá acordado essa hora preguiçoso, vem aqui no pai- ele corre subindo no sofá e fica me olhando por um tempo, mas logo depois deita a cabeça no meu colo- preguiçoso- dou risada- tá com fome?- ele levanta do meu colo descendo do sofá e corre pra cozinha.

Me levantando indo atrás, e quando ele me ver aproximando late e abana o rabinho todo feliz.

Fogueta: É o dia comendo e dormindo, queria sua vida fácil, e não ter que lidar com os problemas da vida- falo colocando a ração enquanto ele me observa com a língua pra fora.

Termino guardando o saco de ração na prateleira, e ele me olha olhando pra pia depois.

Fogueta: Nada de comida amigão- me abaixo dando beijo na sua cabeça- o pai vai ir trabalhar tá? Mais tarde tô de volta- ele late enquanto me afasto dele.

Coloco meu celular no bolso e pego a chave da minha moto fechando a cara e saindo pra fora.

Subo na moto colocando o capacete, e abro o portão saindo com a moto.

Fecho o porta e olho pro lado vendo o Gaspar encostado na parede me olhando.

Gaspar: Oi- fala nervoso e eu olho pra ele indiferente que engole em seco- a gente vai jantar hoje lá na Sofia, não quer ir também?- desligo a moto respirando fundo olhando pra frente apertando o guidão da moto com força.

Fogueta: Vou- falo seco voltando meu olhar pra ele que me olha surpreso.

Gaspar: Nossa que bom, de verdade mesmo- fala ainda nervoso.

Fogueta: Tenho que ir- falo ligando a moto e saindo sem me despedir.

Saio do morro indo até a clínica veterinária que trabalho.

Estaciono minha moto descendo e passo direto pela recepção sem cumprimentar ninguém.

Chego na sala aonde fica os cachorros que tem consulta, ou banho, e sorrio olhando pra todos eles.

Fecho o sorriso escutando passos atrás de mim, e me viro pra garota da recepção com um olhar frio.

Ela sorri sem graça indo até um dos cachorros que eu tinha dado banho ontem. A dona trouxe ele mó tarde, mas fiquei até de madrugada aqui banhando ele e aquecendo pra não ficar com frio.

Ando entre os cachorros parando em uma específica.

Olho pra recepcionista que sai, e me inclino olhando pra ela.

Fogueta: Oi princesa- ela me olha com a cabeça apoiada nas pernas- já é terceira vez esse mês tu aqui pô, sei que tá difícil, mas vamos tentar né?- falo vendo sua cara triste.

Eu sabia que ela iria morrer, e acho que qualquer pessoa sem ser os donos sabia.

Tava com câncer, e infelizmente se espalhou demais.

Eu tentei pra porra ajudar ela, mas já é a terceira vez dela aqui esse mês dela passando mal.

Fogueta: Sei que é difícil, mas tu é forte pra porra- fico olhando pra ela que também me olha com a carinha dela triste- pô, assim tu quebra meu coração- falo desviando o olhar antes de começar a chorar aqui mesmo.

Ando até outro cachorro que já é comum aqui pra banhar, o Snoop.

Fogueta: Oi garotão- ele coloca a língua pra fora me olhando animado- eita que nunca vi alguém ficar mais animado pro banho- me abaixo na sua altura e ela lambe meu rosto- sabe que o sol não vai gostar nada de saber que anda fazendo isso com o pai dele né?- ele pula no meu colo e eu dou risada segurando ele.

Olho pra princesa que continuava do mesmo jeito, e suspiro levando o Snoop pro banho.

~Lua on~

Gustavo: Filha da puta, eu ia ganhar- fala alto comigo.

Lua: I'm sorry, I'm sorry- sorrio falsa pra ele- tenho culpa de ser melhor que você?

Gustavo: Ninguém ganha de mim- fala alto de novo.

Morte: Dá pra vocês dois pararem de gritar? Eu hein- fala deitado no colo da madrinha que fazia carinho no cabelo dele.

Lua: Eu estou com fome, poderíamos jantar?- todo mundo revira os olhos por escutar essa mesma frase pela vigésima segunda vez.

Me levanto indo até a cozinha bebendo água pra aliviar minha fome já que o povo esquece que pessoas precisam se alimentar.

Volto pra sala mas paro antes de chegar até o sofá.

Lua: Você está travando meu celular- falo chocada colocando as mãos na cintura.

Gustavo: Eu? Magina- fala o sonso.

Anderson: Eu enforcava- fala apontando pro Gustavo.

Lua: Povo arrombado- murmuro e vejo todos ficarem calados- o que foi gente?- cruzo os braços sem entender.

Arqueio a sombrancelha me virando pra trás dando de cara com o Thiago que tava de cara fechada e lançava um olhar indiferente pra todo mundo.

Seu olhar cai sobre mim, e ele me olha de cima a baixo com um olhar de desdém.

Engulo em seco sentindo meu coração acelerado, dando alguns passos pra trás já que estávamos muito próximos.

Suspiro indo me sentar no sofá enquanto todo mundo fica calados.

Sofia: Vamos jantar- fala levantando fazendo o padrinho cair de cara no chão.

Arregalo os olhos vendo o nariz do padrinho sangrando.

Sofia: Puta que pariu- ela corre pra perto dele que senta no chão colocando a mão no nariz.

Morte: Porra, trato no maior carinho pra pessoa me quebrar todinho- seguro a risada.

Sofia: Desculpa- fala dando um beijo na bochecha dele que sorri bobo pra ela fazendo sangue ir pra boca dele.

Fogueta: Me chamaram pra jantar, e eu vim apenas pra jantar- fala firme chamando a atenção de todos pra ele.

Gaspar: Eu ajeito lá, vai ajudar ele, só por favor não resolvam transar também- a Sofia revira os olhos enquanto o Morte sorri malicioso parecendo pensar na idéia.

O Wesley se aproxima passando o braço pelo meu pescoço sorrindo pra mim.

Nem parece que a cinco anos atrás eu queria matar ele, e ele queria me matar.

Fomos pra cozinha e cada um se sentou em um lugar da mesa que tinha bem umas cinquenta cadeira, considerando o tanto de gente que é a nossa família.

Me sento com o Wesley de um lado, e o Anderson do outro.

Olho pra frente vendo o Thiago me olhar com o mesmo olhar frio que ele me lançou desde que cheguei aqui.

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Sempre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora