~Lua on~
Termino de beber meu suco e olho no relógio vendo que ainda falta uma hora pra ir pra clínica.
Olho pro lado vendo o Thiago se aproximando do mesmo jeito de sempre me olhando, enquanto senta na cadeira.
Me levanto da minha mesmo com dificuldade e respiro fundo antes de me preparar pra tentar ter pelo o menos um diálogo com ele.
Sento em seu colo olhando pra ele que me olha na mesma intensidade, a diferença é que ele me olha indiferente.
Lua: Não pode me deixar nesse estado pra ir trabalhar- comento com ele pensando que iria ficar calado, mas ele me pega totalmente de surpresa.
Fogueta: Foi você que provocou- fala baixo e eu sorrio.
Lua: Deixa eu te mostrar uma coisa- me viro de costas pra ele ainda sentado em seu colo, e apoio minhas mãos na sua coxa- levanta meu cabelo- falo mas ele continua parado- vai, levanta meu cabelo- sinto sua mão segurar meu cabelo levantando ele.
Sinto seus dedos tocarem os arranhões, e logo passar por cima da tatuagem que tem escrita "Thiago".
Lua: Essa tatuagem eu fiz assim que fui pra São Paulo- falo me virando minimamente pra trás vendo seu olhar frio ficar surpreso.
Fogueta: Eu também fiz com o seu nome depois de você ir pra São Paulo- comenta baixo e eu sorrio me virando pra frente novamente.
Lua: Eu peguei a mania de toda vez que eu sentir sua falta, passar a unha na nuca, o que acabava machucando por causa da unha grande- falo me lembrando- porque doía muito sentir sua falta, e essa doar aliviava um pouco a que eu sentia internamente, porque eu me lembrava do seu nome escrito aí.
Fogueta: Por que ainda tem arranhão recente?- me viro de frente pra ele de novo.
Lua: Porque eu ainda sinto a sua falta- falo vendo seu olhar frio- você não é o meu Thiago- encosto minha testa na sua olhando nos seus olhos- volta pra mim Thiago, eu sinto sua falta- sussurro vendo ele continuar com a mesma expressão.
Fecho os olhos abaixando a cabeça colocando minha testa apoiada no ombro dele, enquanto abraço forte ele.
Ele continua do mesmo jeito, ele não retribuí meu abraço, e sei que ele tá com a mesma expressão de sempre.
Suas mãos vão pra minha cintura, e ele me afasta dele.
Suspiro me levantando vendo ele se levantar saindo sem falar nada.
Sento na cadeira passando a mão na minha nuca e pego mais um pão de queijo ouvindo a porta bater com força na sala.
~:~
Saio da clínica tirando o jaleco quase morrendo de tanto calor.
Faço um coque no meu cabelo tomando um susto quando sinto algo encostar em mim.
Lua: Mas que merda garoto- coloco a mão no coração olhando pra ele que rir se inclinando com a mão na barriga.
Gustavo: Tá assustada Luazinha- reviro os olhos indo até o meu carro e ele me segue.
Lua: Me erra garoto- fala entrando no meu carro e ele entra também me fazendo arquear a sombrancelha.
Gustavo: Vou pegar carona com você- fala deitando o banco e colocando os pés no painel.
Lua: Mas eu vou pra minha casa, tira o pé sujo do meu carro agora- ele rir fingindo nem me escutar e fecha os olhos.
Dou um tapão na testa dele que levanta na hora me olhando.
Gustavo: Tá maluca? É assim que você trata o seu melhor amigo? Sua idiota- fala passando a mão na testa ajeitando o banco normal.
Lua: Folgado pra porra- falo pra ele que agora tá passando o cinto.
Passo meu cinto abrindo os vidros por causa do calor da peste que tá.
Gustavo: Sabia que eu vi o Thiago saindo do seu apartamento?- olho pra ele rapidamente vendo um sorriso no rosto dele, mas volto meu olhar pra frente.
Lua: O que você tava fazendo lá?- pergunto trocando a marcha ouvindo um assovio de um homem do carro ao lado me fazendo revirar os olhos.
Gustavo: Fui lá te ver, mas aí decidi ir de Uber- olho pra ele confusa- ia te pedir pra me levar pra faculdade, já que minha mãe não ia poder me levar, e seu apartamento era caminho então ela me deixou lá- explica.
Lua: E por que foi de Uber seu doido? Já tava lá, eu te levava.
Gustavo: Agora já foi- dá de ombros- ou, sabia que o maluco do Anderson foi lá na Penha ver se o Perigo queria ficar com ele? Porque parece que o boy que ele tá ficando já tá querendo coisa séria.
Lua: Mais fofoqueiro impossível- olho pra ele que faz cara feia pra mim.
Chego na entrada da favela e os vapores me param.
Gustavo: Ex-herdeiro, libera ai- dou risada do idiota.
Os caras liberam e eu entro de carro mesmo dando a maior volta pra conseguir chegar de carro lá na casa do Gustavo.
Gustavo: Ou, sabia que a Nix teve filho esses dias?- olho pra ele.
Lua: Fiquei, ela tá com um cara da máfia não é?- ele assente.
Gustavo: Tá sabendo das coisas né sua safadinha- fala rindo- desce aí, meu pai tá cuidado das crianças, minha mãe eu não sei se voltou já que ela disse que ia passar o dia fora- fala descendo e eu desço também.
Travo o carro seguindo o Gustavo.
Gustavo: Cadê o neném do irmão?- grita e o Bruno dá um grito alto vindo na direção do irmão.
Lua: Credo gente- faço careta sentindo minha cabeça doer.
Rayssa: Tô indo nessa pai- fala vindo toda arrumada do quarto- não demoro- fala dando um beijo na bochecha do pai dela que sorri- oi Lua- ela sorri envergonhada e eu dou um abraço nela, ela sai e eu vejo lá do outro lado da rua o carro do Wesley.
Gustavo: Você deixa ela sair e eu não?- começa com o drama dele- ninguém me ama nessa família- dou risada me aproximando do padrinho que revira os olhos.
Peço bença pra ele que me abençoa, e dou um beijo na bochecha dele indo até a Isa que assistia desenho.
Dou um beijo na bochecha dela que sorri pra mim, e outra na do Bruno.
Gustavo: Bora jogar videogame mais tarde?- pergunta pro Bruno que assente.
Bruno: Eu sei jogar videogame- fala pra mim e eu sorrio.
Morte: Vou ir fazer a janta pra gente- fala se levantando e indo pra cozinha.
Isabelly: Lua, você tem filhos?- dou risada.
Lua: Eu não, tô muito nova pra isso- ela assente.
Gustavo: Eu sou mais novo que você e quero um- fala com um biquinho no rosto.
Lua: Espera pelo o menos a faculdade terminar bobo, fica melhor pra vocês- ele assente pensativo.
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