Capítulo 37

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  1 Semana depois

~Lua on~

Patrícia: Que bom que seu padrinho está melhor- fala com um sorriso- então hoje vai ser o dia que vão comemorar a recuperação dele, e aproveitar pra contar pra família sobre você e o Thiago?- assinto soltando um suspiro- sei que não tá nem um pouco preocupada com o que podem falar para vocês dois, já que seu pai e a sua madrinha aceitaram bem, e isso te tranquilizou. Então, o que tá te deixando insegura Lua?

Lua: Eu tinha falado que queria um namorado pra completar um vazio que tinha em mim- falo com o olhar preso no teto- mas eu não quero fazer isso com o Thiago- dou risada sentindo a vontade de chorar sempre que penso nisso- e se eu machucar ele? Eu nunca perdoaria por isso, o Thiago já é quebrado de todas as maneiras, eu só iria piorar a situação- falo apertando uma mão na outra.

Patrícia: O que te faz pensar que machucaria ele?- nego fechando os olhos.

Lua: Por que ele tinha que escolher eu? Essa semana um dia que ele tava me ajudando com a recuperação, ele me disse que queria uma coisa séria mas pra frente é claro, e eu não quero isso. O Thiago merece coisa melhor, e não uma idiota que tem insegurança a cada passo que dá- falo abrindo os olhos olhando pro teto- por que ele não escolheu a Agatha? Ela é perfeita- dou uma risada sem graça- por que ele não escolheu a Tati? Ela também é perfeita- passo a mão no rosto limpando as lágrimas.

Patrícia: Por que elas são perfeitas e você não?- me sento olhando pra ela.

Lua: Porque elas tem um corpo bonito, um cabelo bonito, elas não tem inseguranças a ponto de não conseguir transar com a luz acesa porque se sente insuficiente pra estar ali, quando uma outra bem mais perfeita que ela pudesse estar ali. Elas não tem crises, não se sente inseguras em ser trocados pela a primeira que aparece na frente delas, porque elas são perfeitas demais pra ter esse medo- fungo passando a mão no rosto limpando de novo.

Patrícia: Corpo perfeito, cabelo perfeito todo mundo tem Lua. Cada uma é perfeita da sua maneira, olha pra você Lua, você é perfeita, assim como eu sou perfeita, a Agatha é perfeita, a Tati é perfeita. E sabe o que nos torna perfeitas? A diversidade nossa, a maneira como cada uma tem uma característica que te torna você, te torna única e perfeita. Não tem um padrão de cabelo, corpo, nem nada. O padrão que tem que ser, é você se sentir bem e suficiente com as suas características.

Um soluço escapa dos meus lábios enquanto abaixo o olhar limpando novamente meu rosto.

Patrícia: Não tem que se comparar com outras pessoas Lua, porque você é perfeita do seu jeito. E te digo outra, se um dia um homem, seja qual for ele, te trocar falando que escolheu outra porque ela era mais perfeita, saiba que você está se livrando, enquanto ele está perdendo a mulher perfeita que você é- me deito de novo olhando pro teto- não existe padrão, cada um é perfeito do jeito que é.

~:~

Capetinha: Finalmente chegaram, a chata da Sofia disse que só ia deixar a gente comer depois que chegasse todo mundo- fala negando com a cabeça- não pensa que uma pessoa pode morrer de fome não- dou risada.

Tínhamos acabado de sair da clínica, o Thiago como sempre me acompanhou e ficou esperando lá do lado de fora.

Sofia: Ainda falta algumas pessoas- o meu pai se joga no chão.

Capetinha: Morri de fome- resmunga de olhos fechados.

- Carinha chato que você tem como irmão Sofia- o meu pai abre os olhos na hora olhando pra mulher que faz cara de nojo pra ele.

Sofia: Vocês poderiam parar de se implicarem? De nada- ela olha pro padrinho que tava deitado no sofá- bom gente, essa é a Viviane, uma amiga antiga minha que tinha mudado de cidade, mas agora voltou- ela sorri pra mulher- fica a vontade.

Víbora: Desgruda um pouco desse garoto e vem aqui- ela me puxa- sabe cadê o Anderson?

Lua: Conhece o Anderson?- pergunto confusa.

Víbora: O Gustavo me contou que foi com ele que o arrombado lá te traiu, preciso conhecer o garoto né? Como que tu fez amizade com ele- pergunta curiosa e eu reviro os olhos.

Tinha que ser o Gustavo.

Capetinha: Não tem amizades melhores não?- fala já de pé fazendo careta pra Viviane.

Viviane: Cala a boca seu filho da puta- seguro a risada vendo minha vó fazendo careta.

Víbora: Ei ei ei, quer ofender esse arrombado tudo bem,mas me chama te puta não hein- fala cruzando os braços.

Capetinha: Me chamou de arrombado mãe?- fala olhando de boca aberta pra vó que arqueia a sombrancelha pra ele.

Viviane: Desculpa, de verdade, não foi minha intenção ofender a senhora- fala sorrindo sem graça.

Víbora: Sei que não foi a intenção, relaxa, deixo você xingar a vontade esse capeta, sei o quanto ele é implicante, tinha que puxar o pai- ela revira os olhos.

Tubarão: Mas eu tô quietinho aqui na minha e tem que me envolver- abre os braços inconformado.

Capetinha: Não quero mais fazer parte dessa família, só me maltratam- fala fingindo chorar e começa a andar em direção da porta, mas para antes de sair me olhando- cadê minha filha, esse é o momento que você diz que me ama, e eu sou o melhor pai do mundo- olho pra ele debochada que abre a boca chocado- e você?- olha pro Wesley que se faz de sonso- ninguém me respeita mais.

Morte: Dá pra você parar de graça, vocês irem logo comer porque eu tô com fome, e ainda hoje preciso meter um filho na Sofia já que ela tava reclamando que ia ficar velha demais e tinha que engravidar logo- fala puto e rápido.

Sofia: Filho da puta- murmura envergonhada.

Anderson: Cheguei family- fala entrando animado e eu olho pro Thiago que fecha a cara me fazendo rir.

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Sempre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora