~Lua on~
Capetinha: A Agatha tava grávida do Thiago, ela contou pra ele alguns meses depois de você ir embora- sinto meu coração acelerar esperando não ter acontecido o que eu tô pensando- a Agatha tava recebendo ameaças de um cara que ela se envolveu de outro morro. Ela tinha dado um tempo do movimento, por causa da gravidez, então por pedido do Thiago, eu e o Morte voltamos pro tráfico pra conseguir proteger a Agatha.
Ele para engulindo em seco enquanto eu olho pra ele sem expressão.
Capetinha: Mas a invasão foi do nada, ela já tava pra ganhar o menino, e no dia da invasão ela tinha ido no mercado porque tava com vontade de comer morangos- ele olha pra baixo- o Thiago viu o momento que matou ela e o bebê já que deram tiros na barriga também.
Menino... Ele tinha a tatuagens de dois anjos, um menino e uma menina.
E ele viu novamente um filho dele morrer na sua frente.
Lua: E vocês não me contaram nada antes- dou uma risada sentindo as lágrimas descer- ele precisou de mim, e eu não estava aqui porque vocês simplesmente resolveram que era melhor ele se virar sozinho com um trauma que todo mundo sabe que ele não dá conta de suportar- falo alto pra ele.
Capetinha: Não... Não acabou aí- passo a mão no rosto limpando as lágrimas.
Lua: E ainda tem mais?- pergunto alto.
Capetinha: Ele foi sequestrado enquanto via a Agatha e o filho deles morrer- me levanto me afastando do meu pai que me olha- ele ficou um mês desaparecido, e quando ele apareceu pensamos até que ele tava morto pelo estado que tava, e agora ele tá daquele jeito que tá desde o dia que aconteceu tudo aquilo, até hoje- fala levantando se aproximando e eu me afasto.
Lua: E vocês decidiram me esconder isso. Um mês e vocês não me falaram nada, eu achando que tava tudo bem, mas na verdade tava tudo da pior maneira possível- falo alto pra ele que engole em seco.
Capetinha: Ele não contou o que aconteceu durante o sequestro- nego com a cabeça chorando mais- Lua, você tá grávida, não pode se estressar.
Saio do quarto ouvindo ele me chamar e passo por todo mundo na sala que tava olhando pra baixo em silêncio.
Entro no meu carro já dando partida vendo meu pai saindo correndo lá de casa.
Dirijo até a antiga casa do Thiago mesmo sem saber se ele mora lá ainda.
Estaciono o carro descendo e fecho a porta do carro batendo ela com força.
Limpo minhas lágrimas batendo na porta esperando, mas nada.
Bato de novo escutando um latido lá de dentro. Tento abrir, mas é óbvio que tá trancada.
Vou até um canto aonde ele sempre deixava uma chave pra mim, torcendo pra que tenha uma lá.
Acho pegando indo até porta destrancando a mesma.
Um cachorro vem até mim, me cheirando.
Fecho a porta e olho ao redor vendo a casa do mesmo jeito.
Lua: Cadê seu dono hein?- pergunto me abaixando na sua altura olhando a coleira- Sol- sussurro e ele late abanando o rabinho.
Suspiro me levantando e vou andando olhando pra todo canto.
Chego no quarto abrindo a porta vendo o Thiago sentado encostado na cama chorando.
Ando rápido até me abaixando na sua frente fazendo seu olhar vir até mim.
Ele não tava com seu olhar frio de sempre, dessa vez ele tava com um olhar de dor.
Tava doendo nele, e tava doendo em mim também.
Abraço ele sentindo cheiro de bebida que me faz ficar levemente enjoada, mas apenas ignoro.
Fogueta: Eu falei que iria proteger eles, e eu não protegi- fala embolado em meio ao choro me abraçando de volta.
Lua: Vai ficar tudo bem, eu tô aqui com você- falo fechando os olhos fazendo carinho no cabelo dele.
Fogueta: Eu só queria ser pai Lua- abraço ele mais forte sentindo meu ombro começando a molhar.
Lua: Olha pra mim- me afasto olhando no seus olhos- eu tô aqui com você, pra o que você precisar- seguro seu rosto entre minhas mãos- desculpa não ter estado aqui antes, quando você mais precisou- fungo abraçando ele de novo que me aperta.
Fogueta: Eu senti sua falta- sussurra.
Lua: Vamos tomar um banho- falo levantando ajudando ele a ficar em pé- vem- falo puxando ele para o banheiro.
Ajudo ele a tirar a roupa, e entro com ele no box.
Fogueta: Tira essa dor de mim Lua, eu não quero sentir ela- fala me abraçando de novo e eu faço carinho no cabelo dele.
Lua: Eu vou, eu prometo. Agora vamos banhar- falo ligando o chuveiro enquanto ele ainda me abraça.
Ajudo ele a tomar banho, e seco ele ajudando ele a andar até o quarto.
Visto a roupa nele que fala algumas coisas aleatórias tudo embaralhado fazendo com que eu não entenda nada.
Deito ele na cama ligando o ar e embrulhando ele que me observa enquanto faço tudo isso.
Lua: Tudo bem?- ele assente ainda me olhando.
Fogueta: Por que não veio me visitar?- me sento na beirada da cama olhando pra ele que também me olha.
Lua: Nunca dava certo de eu vir pro Rio- passo a mão na tatuagem de anjos dele- por que não me ligou?
Fogueta: Porque você tava melhor lá- fala fechando os olhos.
Lua: Eu fico melhor do seu lado- falo mesmo sabendo que ele já dormiu.
Me levanto indo até a cozinha, pegando um copo de água e um comprimido pra dor de cabeça pra quando ele acordar.
Olho pro Sol e chamo ele que vem animado atrás de mim.
Coloco o comprimido e a água ao lado no chão.
Me deito na cama ao seu lado, e o Sol pula deitando encima de nós dois.
Eu não sei se o Thiago tem mania de dormir com ele aqui, mas é isso.
Abraço o Thiago sentindo o sono vindo.
Sempre quando eu choro, logo depois eu quase caio de tanto sono, e agora com a gravidez que o meu sono aumentou, então tava quase dormindo em pé.
O Thiago se mexe virando pro meu lado, e me abraça também.
Espero que ele não surte quando acordar sóbrio.
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