Capítulo 25

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~Lua on~

Anderson: Quer que eu te acompanhe até em casa?- nego ajeitando meu cabelo- então tchau- ele me dá um selinho jogando meu cabelo pra trás- eu sabia- fala vendo as marcas no meu pescoço- tua arrombada, não ia me falar não?- ele coloca a mão na cintura.

Lua: Falar o que? Oxe, tem nada demais aqui não- falo jogando meu cabelo encima- isso é maquiagem- aponto.

Anderson: Você tá andando igual um pato também, levou uma queda direto na pica do Fogueta né?- ele dá risada- ele fode bem?

Lua: Eu tenho que ir tá? Tchau- começo a andar escutando ele me chamar.

Olho pra lanchonete vendo o Fogueta com a mesma garota de sempre.

Ele me olha e sorri, eu retribuo desviando o olhar pro chão.

Depois do que rolou a gente a gente fingiu que nada aconteceu. O que por um lado era bom, mas por outro...

Chego em casa entrando vendo minha mãe sentada no sofá com uma folha da mão.

Lorrane: Chegou né?- fala sem levantar o olhar e dá um risada- você acha isso aqui bonito? Acha ficar de recuperação legal?- ela me olha.

Lua: O Thiago precisava de mim- sou interrompida por ela que levanta começando a falar.

Lorrane: Você tem tudo pra ser alguém na vida, e o que você faz? Vai dá uma de vagabunda no mundo não é?- engulo em seco sentindo meu coração acelerar- você primeiro foi demitida, agora eu recebo a notícia de que você tá de recuperação?- fico calada sentindo meus olhos enchendo de lágrimas- quando você vai parar de ser essa inútil Lua?- fecho os olhos quando ela aumenta o tom de voz comigo.

Capetinha: O que tá rolando?- entra na sala e eu abro os olhos olhando pra minha mãe.

Lorrane: Você não serve pra porra nenhuma, isso aqui era a única coisa que eu esperava pelo o menos que você se desse bem já que você é uma inútil, mas adivinha só? Nem pra isso você presta, você é uma vagabunda Luana.

Capetinha: Não fala assim com ela- fala alto.

Lorrane: Quem é você pra falar alguma coisa, você nem pai dela é- fala alto também e eu vejo os olhos do meu pai se encher de lágrimas.

Capetinha: Eu sou o pai dela sim, e cuido dela mais do que você como mãe- ela me olha.

Lorrane: Acha que continuando assim vai chegar em algum lugar?- fala ignorando meu pai- você nunca faz nada, e se continuar assim não vai ter ninguém ao seu lado. Acha que alguém que tá com você agora gosta realmente de tá com uma garota como você? Eles estão com você por pena- fala alto- ninguém te suporta mais.

Capetinha: Chega Lorrane- ele fala alto com ela.

Sinto a falta de ar vir e minhas mãos começar a tremer.

Agora não crise, por favor.

Meus olhos ardem, e eu olho pra minha mãe com a vista embaçada.

Lorrane: Você é a pior filha que alguém pode ter, eu me arrependo muito de ter tido você, a pior coisa que me aconteceu foi você, eu deveria ter te abortado- saio correndo em direção do meu quarto enquanto escuto meu pai gritar alguma coisa com ela.

Tranco a porta jogando a mochila em qualquer canto enquanto tento respirar.

Me sento perto da cama me encolhendo tentando puxar o ar que não vem de nenhuma maneira.

Olho pra minhas mãos tremendo e fecho os olhos sentindo as lágrimas quentes descer.

Você é a pior filha que alguém poderia ter.

Eu deveria ter te abortado.

  Escuto alguém me chamar enquanto bate na porta, e aperto meus braços com força.

Você foi a pior coisa que aconteceu comigo.

Tento puxar o ar não tendo sucesso e escuto um barulho alto.

Ninguém te suporta mais.

Sinto braços me abraçando e aperto mais forte meus braços quase perdendo a consciência por não conseguir respirar.

Eles estão com você por pena.

A pessoa que me abraça fala alguma coisa e segura meu rosto entre as mãos mas eu continuo com os olhos fechados.

Nem pra isso você presta, você é uma vagabunda Luana.

Puxo o ar com força finalmente conseguindo respirar.

O choro vai parando aos poucos e eu vejo meu pai que chora me olhando.

Capetinha: Porra, não me dá esse susto filha- fala me abraçando chorando.

Passo a mão no meu rosto limpando as lágrimas, e abraço meu pai de volta me aconchegando no seu abraço.

Olho pro lado vendo a porta caída no chão.

Olho pras minhas mãos vendo que tinha parado de tremer, e olho pro meu braço que agora tava marcado com a minha mão.

Capetinha: Tá tudo bem?- ele funga se afastando e eu só olho pra ele- Lua, tá tudo bem?- ele limpa as lágrimas me olhando e eu assinto- olha, vamos embora daqui, vai arrumar suas coisas meu amor- assinto- depois a gente conversa tá?- assinto de novo.

Ele suspira soltando um soluço e levanta limpando o rosto novamente.

Olho pro chão e escuto minha mãe gritar com meu pai assim que ele sai do meu quarto.

Me levanto um pouco fraca, e começo a arrumar minhas coisas.

Termino pegando minhas duas malas e a mochila e saio do quarto vendo minha mãe sentada no sofá olhando pro chão.

Ela levanta o olhar me olhando e se aproxima.

Capetinha: Não chega perto dela, não fala com ela e de preferência nem olha pra ela, ela vai ficar melhor sem você- fala entrando na nossa frente.

Lorrane: Você não é pai dela, não tem direito de nada aqui.

Capetinha: Vamos filha, depois vou ver com o Wesley se quer ir pra lá também- fala se virando pra mim, e me ajudando com as malas.

Minha mãe vai pra falar alguma coisa com meu pai que apenas sai pra fora não dando ouvidos.

Sigo meu pai ouvindo ela me chamar.

Abraço meu próprio corpo enquanto observo meu pai colocar as coisas no carro dele.

Ele termina e me olha.

Capetinha: Tudo bem?- assinto olhando pra baixo- vamos- fala entrando no carro.

Entro logo depois passando o cinto olhando pra frente.

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Sempre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora