II - Incertezas

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Namikaze Minato era o diretor mais bem-sucedido do banco.

No cargo há pelo menos sete anos, o homem cuidava de toda uma grande equipe, mas conseguia garantir um trabalho limpo e entregas precisas e pontuais. A pressão em suas costas era sentida por quem lhe era mais próximo, mas mesmo que o mundo ao redor estivesse ruindo, Minato tinha um sorriso sincero e palavras tranquilas e bastante acolhedoras.

Quando o conheceu, e percebeu tais nuances, Madara recuou, quase desistindo de continuar em sua equipe, pois o homem o lembrava demais a quem o Uchiha tanto lutou para tirar de sua vida. A adaptação foi difícil, e ele precisou manter a compostura até que sua mente cansada se acostumou com o homem, fazendo as devidas separações. Não que ser discreto e polido fosse difícil para um Uchiha, mas aquele Uchiha chegara marcado demais em Yokohama, e suas feridas não tinham cicatrizado direito quando conheceu Minato.

Agora Madara parecia um poço de frieza para as pessoas. E o precisaria ser para o próprio chefe se assim fosse necessário, pois quando adentrou a sala espaçosa, e foi recepcionado pelo sorriso brilhante que tanto lembrava o de Kaoru, Madara teve certeza de que suas dúvidas acerca da questão que o colocou diante de Minato eram corretas.


Ele ia lhe oferecer uma promoção, e Madara precisava estar pronto para recusar com a classe de um Uchiha.

- Bom dia Madara, obrigado por vir. – Ele indicou a cadeira vaga. – Quer um café?

Ele negou. – Obrigado, eu estou bem. A Kaoru me avisou que precisava falar comigo.

- Sim, mas eu tive que sair para uma reunião de emergência, então acabei não conseguindo te chamar na sexta-feira. Obrigado por vir.

- Aconteceu alguma coisa? – Madara tentou não soar tão previsível, perguntando com sutileza. Apesar disso, ele sabia que Minato sabia de suas intenções com aquele encontro pela amanhã. – Além do habitual?

- Não. Estamos indo bem. – Ele cruzou os dedos sobre a mesa. Estava vestindo um bonito termo cinza. – Vamos ser honestos Madara, você sabe por que lhe chamei aqui.

- Sei. – Respondeu convicto, porém calmo. – E agradeço pela oportunidade.

- É uma vaga para gerente, mas interno. Vai trabalhar com a burocracia de dentro como faz aqui, mas num cargo maior. Já pensou que é a chance da sua vida?

- Já. – Madara estava seguro em sua fala. Antes do primeiro contato com Minato havia pensado seriamente que talvez pudesse vacilar de alguma maneira, mas havia muita segurança no que dizia. – Mas eu tenho motivos que me fazem querer continuar aqui em Yokohama.

- Oh. – Minato se recostou na poltrona, e dedicou um sorriso singelo ao Uchiha. – Essa vaga, assim como as outras duas, são da central em Tóquio. Não é impossível conseguir alguma coisa aqui, mas as pessoas alocadas nessas posições vêm de um ambiente familiar, difícil de ser aberto a outros, mesmo que sejam competentes. Desculpe não poder fazer algo maior sobre.

- Não se desculpe sobre isso, essas decisões são minhas, e eu sei que mesmo com toda sua consideração, uma hora essa porta pode não estar mais aberta. Mas obrigado pela consideração.

- Vou sempre pensar em você como primeira opção para o que possa vir a aparecer, mas não posso tirar a razão de suas palavras, pois essas vagas são raras, e eu gostaria de te ver alcançando patamares maiores. Só que eu também entendo que estar em paz na vida é um presente que nos damos, e entendo seu ponto de vista. Então vou te dar a poder da decisão, e deixar que me diga se em algum momento se sentir preparado para mudar, e ir para Tóquio. Assim se torna menos pressionado.

Ele anuiu devagar, sentindo algum alívio pela decisão de Minato.

- Obrigado. Considerando isso em algum momento, será o primeiro a saber. – O diretor concordou. – Ah, mas antes que me esqueça, eu marquei médico para hoje à tarde, era o único horário livre. Tudo bem?

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