XIV - Encontro

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Madara jantou com muito custo, e apesar de Izuna ter oferecido tudo, ele não conseguiu se alimentar mais do que a metade, apesar de ter tomado quase tudo do suco – também com muito esforço -, para sossego dos dois médicos.

Viktor o deixou após isso, e Izuna ajudou com que se acomodasse. Aos poucos a máscara de oxigênio passava a se tornar incômoda, mas o médico achou melhor não mudar para as cânulas nasais, pois poderiam atrapalhar caso ele tornasse a vomitar. E ainda necessitado do aparato, sentiu quando apertou a parte do rosto que ardia.

- Você deve ter machucado quando vomitou. - Izuna calçou um par de luvas que havia na gaveta próxima, e munido de uma gaze e soro fisiológico, passou sobre o rosto do irmão. Pediu uma pequena bandagem para a enfermeira, que o observou em atenção.

- O senhor é medico? - Izuna anuiu. - É fácil de perceber pelo cuidado.

- É maior quando envolve um familiar, não? - Ela concordou. - Natural.

- Te eleva ao máximo do cuidado. Se precisar de alguma coisa pode me chamar, estou no plantão da noite.

O Uchiha mais novo agradeceu com um menear, e finalizou o rápido curativo sobre a bochecha de Madara, apenas para cobrir a pele da pressão causada pela máscara para que assim deixasse de incomodar.

- Obrigado.

- Está tudo bem, eu gosto de cuidar. E é você.

Madara virou o rosto para lhe sorrir, mas pela visão periférica visualizou a silhueta alheia, e Tobirama apareceu naquele momento. A feição séria, disputada com o primogênito Uchiha, era gêmea à de Madara quando seu olhar se encontrou.

- Boa noite Madara. - Eles trocaram um cumprimento muito formal. Tobirama percebeu com facilidade como o cunhado estava abatido, e as consequências da doença. - Desculpe invadir seu quarto, precisava falar com o Izuna.

- Tudo bem. – O Uchiha respondeu em seu tom polido. Ao que parecia, algumas nuances de sua guerra fria continuavam, mas ele achou melhor apenas observar a se meter.

- O que foi? - Ele perguntou apenas quando finalizou o pequeno curativo em Madara, tinha se esquecido completamente de seu celular, perdido em algum canto. - Aconteceu alguma coisa?

Tobirama negou. - Eu consegui a reserva, fica perto daqui.

- Reserva de que?

Madara perguntou ao irmão, desviando seu olhar para ele.

- Um hotel. – Izuna ainda parecia desprendido de preocupação, avaliando se seu curativo tinha ficado bom. - Não quis pedir para ficar na sua casa, achei que ia criar um problema maior.

Ele negou. Pensou em conter seus próprios ímpetos, mas aquilo era primeiramente sobre Izuna, e para Madara era uma ofensa que seu irmão ficasse em um hotel.

- Pode cancelar então Tobirama, fiquem no apartamento, é melhor.

- Eu não vou ficar muito tempo, preciso retornar para Tóquio amanhã. - O Senju disse isso ao marido, e Madara estreitou o olhar em sua direção. - Vai ser mais seguro também.

- Está bem. Seu pai ligou? – O primogênito Uchiha franziu o cenho ao ouvir mais do que gostaria.

Tobirama percebeu, mas levando em consideração a feição inocente de Izuna, e a preocupação declarada em seu rosto, anuiu.

- Ele me quer de volta, e eu pretendo deixar você em paz aqui. Venho te ver no final de semana.

- Tá bom. - Tobirama não viu, mas imaginou o sorriso se desenhando no rosto de Izuna. - Mas vai amanhã cedo então, seu pai pode esperar algumas horas. Ele tem-

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