XLIV - Pais

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Kaoru foi a primeira. Ela merecia ser.

Madara a envolveu em um abraço forte e apertado, e apesar da máscara em seu rosto, o cachecol e a touca, ela sentiu que era ele ali depois de tantos meses distantes, e momentos duros. Ainda não estava retornando ao trabalho, mas tinha conseguido lhe visitar no banco, apesar de ter se restringido a ela e Minato.

- Agora que os primeiros dois meses se passaram eu posso começar a retomar aos poucos minha rotina.

- Isso é bom, mas não se esforce tanto por enquanto. - Eles seguiram juntos até a sala de Minato, que lhes recepcionou com um sorriso.

- Que bom te ver de novo Madara. Seja bem-vindo.

- Obrigado. - Eles se acomodaram ao redor da mesa, e cafés frescos foram servidos. - Acho que eu consigo voltar antes de fevereiro.

- Vamos esperar a liberação do seu médico, o importante é que está se recuperando.

Ele conseguiu ver sua própria mesa de trabalho ao seguir até lá, e não pode deixar de pensar no quanto estava deslocado de tudo. Era impressionante se lembrar de que estava enfrentando um câncer!

- Se eu puder voltar para cá vai estar tudo bem.

- Claro que sim, eu não penso em te mandar para Tóquio, a menos que você queira.

Madara negou com suavidade. - Meu lugar é aqui, eu pertenço à Yokohama, não quero ir embora.

- Então vai ter o seu lugar de volta quando puder estar aqui. Sem vagas para Tóquio.

- Sem nenhuma vaga para Tóquio. – Afirmou. - Ter vindo para Yokohama foi um presente que eu me dei sem saber.

- Seu lugar vai sempre estar aqui, não quero que se preocupe com isso agora. Continue se cuidando e fazendo o que precisar, e só volte quando estiver tudo bem.

Madara ainda estaria longe do banco por algum tempo, mas queria aquele momento para conseguir conversar pessoalmente com Minato e Kaoru, principalmente com a amiga. Seus encontros falhos enquanto ele se tratava não foram suficientes para que ele pudesse dizer tudo que gostaria.

Então a roubou em seu horário de almoço para que pudessem conversar num lugar tranquilo, onde o próprio Madara conseguisse ficar mais à vontade, já que agora ele tinha seus próprios receios para suprir, e ficar de máscara estava se tornando um hábito bastante comum em sua vida.

Então ele preparou um almoço para os dois, e teve o tempo que precisava para conversar com Kaoru em casa.

- Você não precisa pedir desculpas sempre que me ver.

- Mas eu ainda não tinha tido tempo de fazer isso direito desde que você me falou da Mito. E para mim é inaceitável.

Ela lhe sorriu, mas ele ainda estava se acostumando com a falta de máscara. - A primeira vez em que você falou eu não entendi direito, achei que tinha algum problema com a família da minha mãe. Mas ela também nunca me disse muito sobre os Uzumaki, porque essas brigas de família são difíceis, você deve imaginar.

- Muito. - Ele se sentiu cansado só de se lembrar. - Mas já tinha muito tempo que eu não ouvia esse sobrenome, e eu fiquei com medo de te perder para o passado.

- O que aconteceu direito? Eu não gosto de perguntar para minha mãe porque ela sofreu pela distância e as brigas, e tudo que foi falado para o meu pai.

Eles se juntaram na sala, cada um num sofá com cobertores quentinhos e um copo de chocolate quente.

- Eu namorava com o Hashirama desde a adolescência, e a gente se conheceu quando crianças, e estava tudo bem para as duas famílias enquanto era só amizade. Quando esse relacionamento começou, nossos pais foram contra pelos motivos que você já deve imaginar. - Ela anuiu. - O pai do Hashirama nunca teve problema em ofender a minha família ou dizer o quanto eu era inconveniente na casa deles, mas não posso negar que meu pai também dizia as mesmas coisas.

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