V - Realidade

344 62 39
                                    

Madara sentiu que estava sendo levado para algum lugar. Depois falou com alguém que parecia ser um médico, e parcialmente examinado enquanto respondia algumas questões. Durante esse período ouviu mais alguma coisa sobre ser encaminhado para um dos quartos da emergência, e em seguida foi acomodado numa maca, e ligado em alguns aparelhos, de modo que somente após todo esse processo ele pareceu se tornar mais estável, e sua cabeça parou de girar, como se todos seus sentidos estivessem embaralhados.

Os olhos fechados pareciam indicar que dormia, mas ele gesticulava e respondia devagar para a enfermeira que o acompanhava de perto junto de um dos dois técnicos, evitando fazer movimentos bruscos que lhe causassem mais tontura.

- Os sinais vitais estão estáveis. – Disse o rapaz. Madara abriu os olhos lentamente.

- Uchiha-sama, tudo bem? – A enfermeira tocou em seu ombro. Ele a mirou e anuiu devagar. – Você está bastante pálido, vou pedir para falar devagar, tudo bem? – Ele concordou. – Certo. Nós vamos te monitorar e deixar em observação, e eu vou colher o sangue que o doutor pediu para realizar alguns exames.

- Sim. – Ele piscou lentamente. A enfermeira já estava se distanciando quando tocou em sua mão. – Calma.

- O que foi?


Ela se voltou em sua direção e Madara buscou o celular dentro do bolso. Sua tontura cedeu um pouco, então ele conseguiu mexer no aparelho sem precisar de muita ajuda, apesar de sua fala ainda apresentar bastante cansaço e letargia.

- Eu passei no médico semana passada. – Ele mexeu em alguma coisa até abrir um site que mostrou para a enfermeira. – E fiz exames no sábado, o resultado já deve ter saído. Se ajudar.

- Toda ajuda é bem-vinda querido. – Ele sentiu todo o cuidado e carinho com a qual a enfermeira tratava seus pacientes. – Mas vou chamar o doutor aqui para que possa ver tudo bem? Assim decide se consegue aproveitar esse resultado ou prefere uma nova coleta.

Madara anuiu, e então esperou. Sentia frio. O técnico ajeitou sua cabeça, e deixando o celular de lado passou a respirar melhor, como se aos poucos o cansaço fosse deixando seu corpo, mantendo somente a letargia da situação, que era intensa demais para ser totalmente esquecida em um canto. Ele foi coberto até a altura das axilas, e esperou acompanhado pelo mesmo técnico até que o médico apareceu. Era um plantonista novo, talvez até um pouco mais do que Madara, mas bastante atencioso com seus pacientes.

- Madara-sama, a Mei me falou sobre seus exames recentes. Posso dar uma olhada?

- Sim. – Ele mexeu em alguma coisa, ajeitando o login e a senha. Depois que uma página apareceu falando alguma coisa sobre "série vermelha", estendeu ao médico. – Fiz esses exames no sábado, o médico pediu urgência no resultado.

- Eu vou avaliar, obrigado.

O médico passou a mexer no arquivo que surgiu diante de seus olhos. Começando pelo hemograma, que foi se desenhando numa coluna com as referências e quantidades de células circulantes pelo sangue de Madara. Ele passou uma vez na primeira página, desceu a segunda e então a terceira para finalizar o exame, para depois retornar e se demorar em cada uma delas novamente. A saliva acumulada em sua boca desceu pesarosa pela garganta, queimando o esôfago ao fazer seu caminho em direção ao estômago.

Havia ainda a glicose e o painel de bioquímica, mas ele já tinha um norte com o que havia de preliminar exposto ali.

- Madara-sama, vou pedir novamente alguns exames para complementar este aqui, e depois de colhido chamarei um colega aqui para complementar a avaliação, tudo bem? – Ele anuiu. – Posso ficar com seu celular enquanto faço uma ligação?

Not EnoughOnde histórias criam vida. Descubra agora