XXIX - Reaproximação

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Com as primeiras vinte e quatro horas passadas, Hashirama foi transferido de volta para o quarto quando confirmado que estava bem, recuperado da anestesia geral.

- Você precisa tomar bastante água, a hidratação vai ajudar com a recuperação. – Felipe o estava acompanhando desde a captação, e lhe encontrou quando já estava no quarto. – Vai precisar ficar ainda hoje aqui, mas amanhã cedo pode receber alta se estiver bem.

- Obrigado. – Hashirama sorriu ao médico. – Eu só senti um pouco de dor ontem, mas, além disso, nada demais.

- Eu fiz uma prescrição de analgésico para você tomar durante os primeiros dias, se for preciso para lidar com a dor. Como não teve problemas, te afastei por sete dias do trabalho, mas seria interessante voltar a dirigir só depois desse período. Você não é daqui né?

Ele negou. – Sou de Tóquio. Mas pensei que poderia ir para casa quando terminasse.

- É porque a punção foi feita dos seus ossos da bacia, então ficar sentado em um carro pode gerar desconforto, o que não é ideal.

- Então eu falo com o meu irmão, não tem problema.

- Qualquer coisa que você precisar pode chamar. Amanhã antes de alta eu te encontro de novo.

- Obrigado.

Com um espaço mais tranquilo que um quarto de UTI, Hashirama teve tempo para voltar um pouco ao mundo em Tóquio. Seu celular, esquecido por mais de vinte e quatro horas tinha somente uma ligação perdida de Butsuma, e nada demais, o que lhe causou algum espanto, e desconfiança na mesma medida. Ele esperava que o pai tivesse colocado até a polícia atrás de si para descobrir o que estava acontecendo, mas ao que parecia até a inexistente paciência do Senju havia se esvaído.

Também não havia nenhum e-mail, então Hashirama aproveitou a situação para conseguir se atualizar sobre seu trabalho, sem precisar lidar com o pai. Algumas coisas lhe foram respondidas naquele espaço de tempo em que ficou desligado de tudo, e ele tentou contornar a situação pelo próprio celular, mas sentiu rapidamente a falta de seu notebook.

- Mas é melhor do que nada.

- Irmão?

Ele ergueu o olhar para a porta, encontrando Tobirama. – Oi. – Então lhe sorriu. – Entre, vamos conversar um pouco.

- Vim ver como está. Ontem não pude entrar no quarto.

- Estou bem. – Hashirama deixou o celular de lado. – Senti um pouco de dor ontem, mas nada além do que o médico disse ser normal. Ele me passou um remédio.

- E vai poder receber alta logo?

- Amanhã de manhã. Você ainda vai ficar por aqui?

- Estava esperando uma resposta sobre como você estava, para decidir. O Izuna vai ficar com o irmão dele, então eu vou voltar para Tóquio com você.

Hashirama percebeu que o irmão parecia um tanto irritado, e a maneira a se referir aos Uchiha lhe despertou uma ponta de dúvida, ao qual já imaginou do que poderia se tratar.

- Vocês brigaram?

- Mais ou menos. – Tobirama se recostou inteiro na cadeira, cansado. Sequer havia terminado a manhã. – O Izuna quer defender o Madara acima de qualquer coisa, e eu não quero que isso sirva de desculpa para ele te fazer mal de novo.

- Não é de novo. – A verdade é que Hashirama estava um pouco cansado de precisar viver aquela vida dupla enquanto parte de seus entes queridos sabia a verdade, e Madara não. – O Madara nunca me fez mal, e ele sente raiva agora porque não sabe a verdade.

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