XV - Diálogos

295 54 35
                                    

Tobirama acordou mais cedo do que o nascer do sol. Estava em um quarto de casal, porém simples, apenas com o básico para que pudesse suprir suas necessidades mais básicas. Ele tomou uma ducha morna, pois o calor viera junto do surgir do dia, e o café da manhã estava incluso na estadia, sendo entregue cerca de vinte minutos depois que o Senju o pediu.

Também rápido e simples, mas para forrar o estômago era suficiente. Estava assistindo alguma coisa na televisão, ocupando uma das duas cadeiras que cercavam a mesa próxima quando recebeu a ligação. Seu pai.

- Senhor? - Tobirama não fazia grandes questionamentos, geralmente assentia para aquilo que lhe era pedido desde que não gerasse danos, ou fosse contra Izuna.

- Espero que já esteja vindo.

- Estarei aí no horário decidido. - Seu olhar caiu por sobre o relógio, ainda tinha duas horas.

- Não pense que pode sair quando quiser durante a semana Tobirama, os problemas do homem que ousa chamar de marido não me interessam.

Ele desaproximou o celular do ouvido e olhou para o visor, mostrando o telefone do pai. Logo em cima seu nome e nada além, somente a indicação de que se tratava de Senju Butsuma. E já sem nenhuma paciência tão logo pela manhã, Tobirama desligou o celular sem responder mais nada.

Não precisava ouvir ofensas sobre Izuna provindas de seu pai, poderia lidar com ele usando a inteligência. Por enquanto era suficiente.

Ele pagou a estadia e deixou o hotel antes das oito e vinte da manhã. Tinha descansado o suficiente para uma noite, mas não estava contente em deixar Izuna para trás, apesar de ter achado melhor não entrar em contato, pois o outro poderia estar dormindo.

As estradas para Tóquio podiam ser bastante traiçoeiras no que dizia respeito ao trânsito, então precisava escolher com cuidado antes de se meter numa enrascada. Portanto, optou por um caminho secundário que se mostrou bastante sossegado nos primeiros quilômetros.

Butsuma não havia retornado o contato, então ele supôs que o pai havia encontrado algo de melhor para fazer do que fingir se importar com seu papel dentro da família Senju, apesar de saber que era seu dom para a advocacia quem enchia os olhos do velho homem. Então ser ignorado por ele, em determinado momento, era uma benção.

Isso até o telefone tocar novamente.

O celular estava preso num apoio, e Tobirama conseguiu colocar no viva voz ao parar num semáforo. Dessa vez não era seu pai.

...

Madara dormiu a noite toda, e quando acordou se viu velado por Izuna. Apesar da persiana cobrindo a janela que dava para a rua, alguma claridade chegava ao quarto, indicando o amanhecer, e ele pareceu um pouco menos cansado.

- Seu rosto dói?

- Não. Me sinto muito cansado ainda, mas não dormia tão bem há dias. A sensação de que não aguento o peso do próprio corpo passou. Pelo menos um pouco.

- É um bom sinal. - Izuna estendeu a mão, prontamente alcançada. - Quando puder ir para casa vai poder descansar na sua cama, um pouco mais confortável e tranquilo.

- Muito mais. Esses aparelhos podem ser insuportáveis, e a máscara parece machucar um pouco a cada dia, então depender dela é muito ruim.

O café da manhã foi trazido e tratado como inimigo em potencial da mesma maneira como Madara fazia todos os dias. Izuna o ajudou a se sentar na cama e ofereceu o alimento assim como o jantar no dia anterior. Havia recebido uma mensagem de Tobirama há pouco tempo, mas não respondeu, pois Madara acordara.

Not EnoughOnde histórias criam vida. Descubra agora